26 junho 2016

@leonardomonastério

ainda devo explicações ao Leonardo Monastério, pois por lá escrevi, abre aspas, Além do mais, a ideia de IO não é meritocrática num sentido de Lucas, isso também é bem enfatizado no capitulo 3 do Roemer (1998), o que deixa espaço para mais possibilidades que incluem responsabilidade e sorte ou , enfim, preferencias são afetadas por elas.., fecha aspas. gentilmente, ele, o Leo, comentou que não entendeu e que eu poderia explicar aqui ou entre pilhas de cervejas. Sinceramente, prefiro a segunda opção, mesmo assim, atrevo-me a confundi-lo ainda mais seguindo a primeira sugestão. Voltemos, então, à analise da frase, se bem observado, ainda. não começamos a análise, propriamente dita.
"Além do mais, a ideia de IO não é meritocrática num sentido de Lucas" aqui aludo a sútil diferença entre meritocracia em sentido estrito e usual, do fazer bem feito, ser melhor em algo, que, sim, refere-se a um componente usualmente chamamos de talento e que, portanto, tem sim um grande componente de sorte porque podemos nascer já bem aquinhoado para uma determinada tarefa ou bem fazer, ou o contrário, podemos naiscer, para que o Leonardo bem compreenda, sem nenhuma aptidão, no meu caso, bem digo, dentre as muitas incapacidades que não são poucas, lógico, relato duas, assimétrica habilidade de coordenar o corpo que me impede, por exemplo, de fazer um polichinelo básico e com contagem consistente. Ainda sofro de completa falta de gps locacional, supondo que exista outro, e me perco ao atravessar a rua em qualquer cidade e principalmente na Brasilia do nosso herói. 
"isso também é bem enfatizado no capitulo 3 do Roemer (1998), o que deixa espaço para mais possibilidades que incluem responsabilidade e sorte ou circunstâncias" nesse ponto aludo à diferença apontada por Roemer(1998) entre mérito, e merecimento [deserve] que decorre do empenho e esforço dedicado ao realizar uma dada tarefa para alcançar uma dada meta, algo deliberado, portanto e de responsabilidade, da responsabilidade de quem cometeu o esforço, e que por isso merece, mérito pelo esforço e não pela sorte ou talento. Contudo, mesmo aqui cabe ressalvas, porque as escolhas de esforço são elas mesmas influenciadas pelas circunstâncias adversas ou não, aqui, num longo paragrafo Roemer (1998) exemplifica usando a evasão escolar e as circunstancias negativas de crianças nascidas em famílias com baixo background, não poderíamos culpa-las, elas, as crianças, por optar por seguir outro caminho do que o da assiduidade na sala de aula se as circunstâncias a impedem de ter uma opção mais favorável, isso é o que vem, ou deveria vir, na frase final ' enfim, preferencias são afetadas por elas [as circunstâncias]..." 
O melhor fica para o final, combater essas desigualdades de oportunidades não significa se entregar a um jogo de dados da mãe genética, tem muita obra do ambiente e humana que privam a muitos de uma vida digna e é disso que o bardo fala ou falava. Por óbvio, a falta de cervejas atrapalhou a analise frasal e o uso adequado de exemplos edificantes, mas é o que tenho...



05 junho 2016

o uso da avião da FAB, sério?

o governo interino aprovou  reajuste salarial dos servidores públicos depois de aprovar uma nova meta fiscal para o ano corrente com rombo previsto de R$ 170 bilhões, no mesmo pacote foram criados 14 mil cargos novos no serviço público federal. Em sua defesa os interinos alegaram que o acordo do ajuste já estaria fechado e que já viria embutido no rombo fiscal e que os cargos criados não representariam pressão orçamentaria porque os concursos não seriam realizados. Interinos são assim mesmo, hipócritas? 

Enquanto isso, em Porto Alegre, uma das cidades mais ricas do país, os assaltos diários na calçada da universidade federal no campus centro, levaram alunos a plantarem placas com dizeres alusivos a cuidados porque ali seria uma "zona de assalto". Em outros bairros ou por todos os bairros da mesma Porto Alegre escolas públicas de ensino fundamental e médio, estão ocupadas por alunos em protesto e professores estão em greve. Insegurança, falta de educação de crianças e jovens e irresponsabilidade fiscal são a nossa atual conquista de infortúnios para várias gerações, uma tragédia de insensatez e de robusto descaso com o país. 

Desnecessário dizer que todos perdem nesse arranjo, porém é preciso alertar, sempre, que os maiores perdedores são e serão as famílias mais pobres na hierarquia social e econômica, famílias essas onde a maioria dos membros estão desempregados e com dificuldades para acessar o seguro desemprego e que convivem com uma inflação alta e persistente.

Um estrangeiro que visse a cena toda ou lesse o relatório de perspectivas de indicadores sociais não interinas, não teria dúvidas em discordar do reajuste proposto ou da cadeia de eventos que se sucedem com sentido lógico notório. Um país que gastou quantias expressivas para sediar uma olimpíada e uma copa do mundo, mas que não tem escolas ou creches para crianças, e no qual os hospitais públicos fornecem atendimentos deploráveis e que não possuem antibióticos ou remédios básicos para procedimentos ambulatoriais simples. 

Não contente com a descrição dos horrores o mesmo estrangeiro fica sabendo que nos estados federados, em boa parte deles, os governos não conseguem pagar os salários do funcionalismo em dia e que a comovente discussão nas redes sociais é sobre o uso ou não dos aviões da força aérea pela presidente impedida. Os interinos estão errados não só porque são interinos, estão errados também nas suas escolhas e práticas e no arranjo que estão desenhando até aqui....