04 abril 2008

O melhor do dia, by A.

"Não temos voto, disse ele entre um gole de vinho italiano e uma bofarada do velho charuto dominicano umedecido pelo clima da noite boêmia. Não temos voto mas temos a dignidade de quem não sobe em palanque pré-moldado. Nosso palanque é a mesa do bar. Lugar em que as vaias se resumem à demora na vinda do pedido.
Não temos votos, nem passamos o dia planejando passar a mão na bunda da viúva. Dela queremos, na verdade, mais distância que um relacionamento sério e duradouro. Os parcos votos conquistados não nos pertence, nem a velha cadeira rasgada.
Votos recebidos apenas de um fim digno. Meu título de eleitor é seu. E esse é o meu voto para o dia 4 de abril.
Para os demais, chá de cogumelos, bioéticos ou não, gerarão apenas velhas lembranças de Lucy fosforescente viajando em céus. Delírios vespertinos de uma transportadora de lenha".

Abraços sem fim

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