14 dezembro 2010

derrotas....

o registro é desnecessãrio, mas a data não, perdemos feio, sem perdão ou desculpas, trememos, não jogamos o jogo, faltou liderança e convicção, e tudo o mais que sempre se diz nessas horas, foi algo mal planejado, algo sem sabor e sem coração, perdemos, não foi culpa de um ou de outro, foi nossa, se culpa é o que explica, o mais sensato mesmo é aplaudir os adversãrios, foram mai convicentes e lutaram a luta com mais querência, como deve ser, querendo ganhar, querendo a conquista, foram atrás de suas crenças e possibilidades, fizeram por merecer, essa é a realidade, nós não, nao foi a primeira vez na história, sempre que tememos ser diferentes e tentamos imitar o que precisamos superar, acabamos sendo a segunda melhor opçao, apenas, essa é a lição, perder é uma possibilidade real, perder sem sermos nós mesmos é uma certeza, uma inevitabilidade, se quisermos ganhar novamente teremos que assumir o que somos, fomos ou fizemos...

06 dezembro 2010

Fala, Pondé!

"Normalmente, os intelectuais das universidades ficam entre si, destruindo carreiras de colegas, fazendo política institucional comezinha, buscando cargos burocráticos na nomenclatura da universidade ou em partidos políticos afins, dizendo mentiras deslavadas a serviço da ideologia do partido (intelectuais orgânicos) ou de seu corporativismo." (Luiz Felipe Pondé, fsp, 06/12/2010)

04 dezembro 2010

como estourar bolhas de sabão

etéreas e ar-tificiais as bolhas são simples, dependem de água, sabão e sopro, produzem, no entanto, encanto e alegria e sempre são bem-vindas, querer furá-las ou evitá-las, quase sempre é coisa de gente mal humorada e sem graça, somente os chatos não gostam de bolhas, afinal, mesmo assim, para atender ao capricho dos chatos, vamos colocar em linhas a fórmula mais simples de eliminar ou estourar as bolhas, o primeiro e inequivoco passo, é abrir mão de qualquer vida criativa, deixe perecer a alegria e o sorriso, seja você mesmo, diria o presidente, ou vá se internar, esse sim, outro fura bolhas, mas nao vamos nos afastar do nosso foco, enfim, mesmo sendo tão fácil quanto invadir o complexo do alemao depois da fuga das armas e drogas pelos arquedutos institucionais, as bolhas, para serem furadas na medida certa, demandam método, como diria o outro bardo, é um ato insamo mas tem método, limpe a sua mente de toda felicidade, procure uma posição apropriada, posicione-se, é a outra dica fundamental, seja um burrocrata, é a melhor estratégia para o fulha bolhas, ou então governe um grande estado aliado do partido do tapume, o resto é (nunca sei se concordo com o resto ou com a soma da frente) destreza e alguma visão espacial dinâmica, em marcha lenta, muito lenta, é verdade, e alguma noção de ângulos, conveniências e linhas paralelas, a tal da visão geometrica, mais uma contribuição do ocidente, e aquelas forças que chamamos, erradamente, é verdade, de forças de atração, enfim, para estragar o prazer dos outros e o belo que há na fragilidade e sonhos que só bolhas possuem, basta o dedo indicador levemente apoiado pelo polegar e os demais comparsas do crime agachados, como a mídia, por exemplo, dai é só mirar e provocar o leve atrito, findo o ardil, falida a empresa, bolhas já não existem, outra alternativa, ainda mais cruel, é cortar o crédito para produção de água, sabão e sonhos. Sonhar alías é uma bolha, afinal sonhos são sempre bons, duram apenas alguns segundos e rompem-se com o abrir dos olhos e nos impulsionam para o céu.

27 novembro 2010

o morro, o estado e o cidadão comum

não, nao quero falar das balas, dos incêndios de ônibus, das upps, mesmo porque, prefiro ppps, não tenho a fé na inteligência policial e, na minha opinião, tropa de elite é apenas um bom filme tecnicamente bem construído, nao, nao sei o que fazer para conter a força das milicias ou dos traficantes, lamento por todas as vidas e suspeito que os aplausos para ação da polícia e do exército são precipitados ou uma reação constrangida movida pelo medo de aspirar uma paz sustentável, não, não sei o que pensar ou desenhar, as balas não são respostas  inócuas, reações sempre retornam em baldes de sangue, nesses e em outros casos, cabral falhou, é o que sei, mentiu e enganou, agora inventa um filminho linha b para mostrar o que desfaz, cenas cruas e não editadas mostram a fuga de supostos bandidos, deve ser isso que chamam de cidadania, somos todos culpados até prova em contrário, estado de direito em açao, dizem os juristas, enquanto isso, na avenida principal da vila a reporter de colete a prova de balas azul lê um bilhete que saiu de dentro de uma caixa de fósforos, (metafóra de um barril de polvporas?) apócrifos a letra morta e as balas perdidas, todos entoam palavras de paz, liberdade e civilidade, gritos de guerra contra o terror, e lá em cima, no mundo de verdade, gritos reais de dor e medo, o brasil continua tratando questoes de fundo com fogos de artificio, improviso e oportunismo, não há saude pública, escolas decentes para crianças do morro, saneamento, empregabilidade, opções de escolhas reais para individuos reais, em troca empurramos, de um morro para o outro, os filhos da pátria que não fazem parte das estatísticas oficiais e são tratados como párias, mas recebem bolsa familia e balas e as upps, ah, como esquece-las, tudo devidamente contabilizado na divida pública, o estado nao para de crescer, porém, emprego não há, apenas dividas, o rombo da previdência, a carga (mais bala, só bala resolve) tributária, morro abaixo, morro acima, não há saídas e se apertar, chamamos o bope, o exercíto e a mídia de colete azul a prova de balas, comparsas da mesma fraude...

19 novembro 2010

amanhã eu faço....

começaria assim a minha lista de coisas por fazer, sem receio de errar, a pilha cresceu e agora o melhor que posso fazer é adiar o adiável e tentar nao perder mais prazos, parece dividas, mas nao é, soa até desastroso assumir, mas ha uma pilha de coisas por ler, escrevinhar e arredondar....bem feito, resolver nao entendidos com excesso de trabalho e compromissos foi a minha opção , melhor, foi a minha escolha, dado o conjunto de opções, prometi que o fim do calendário político resolveria isso, agora, findo um, assola-me a lista do final do termo, bancas, pareceres, etc, é do hábito, diriam uns, mas essa prática já est[a virando lugar comum...

18 novembro 2010

Orientações

Ainda devo acrescentar outros nomes a essa lista, mas o que tenho em mãos é muito promissor:
  1. REFORMA ESTRUTURAL DA PREVIDÊNCIA: LIÇÕES BASEADAS EM EXPERIÊNCIAS LATINO-AMERICANAS - Caio Henrique Machado
  2. UNIFICAÇÃO MONETÁRIA NO MERCOSUL: UMA APLICAÇÃO DA TEORIA DAS ÁREAS MONETÁRIAS ÓTIMAS UTILIZANDO A METODOLOGIA VAR ESTRUTURAL - Camila Bondar
  3. PADROES ESPACIAIS NA CRIMINALIDADO DO RS - Chantós Mariani

02 novembro 2010

high definition

nada de novo no cenário brasileiro, o presidente, melhor assim, (pelo menos não inventamos uma palavra nova), continua, mesmo sendo uma mulher  com educação formal em economia, não entendendo nada de câmbio e reservas, a primeira entrevista que mereceu até bis, mostra muito bem o discurso oco e a fala sem relevância, "mesmo porque temos reservas para...." só isso, essa impropriedade, que recebeu um entusiasmado de acordo do jornalista global, já é reveladora em si mesmo, não precisamos de mais delongas. Não satisfeita, no dia seguinte afirma que não vamos precisar de "saco de maldades", o que em linguagem de-cifrada (ouse não entender e verás), significa mais ou menos o seguinte (sotaque carregado e em voz alterada) " vem cá, minha filha, voçê acha que nós vamos queimar o nosso líder com um choque de gestão, seriedade e bom senso, maldades cometerei euzinha, ao mito o que é de mito, ao povo a nossa política social de inclusão, e aos intelctuais e militantes do passadismo o estatismo corporativista,  essa fórmula acabou de mostrar a sua força e com ela seguiremos vencendo." Em suma, suprasuma, o brasil continua caminhando para o abismo, agora enganados pelos formadores de opinião e com uma dose extra de perversidade, porque se algo não sair como planejado, somos nós, os nordestinos, que teremos que arcar com uma dose a maior de preconceito e discriminação. Os caras conseguiram, e riem às nossas custas, se cometessem o sincericidio tão detestado pelos marqueteiros, diriam no discurso pós sulfragio, "olha aqui, compramos o voto dos miseráveis e dos mais pobres e isso não custou nem 1% do que recebemos de nossas aplicações no BB e na Petrobras, enfim, aperfeiçoamos, com a ajuda deles, o coronelismo de estado, é o neoestatismo. Aliás, pergunto a voces, coronelismo sempre não foi de Estado?"

27 outubro 2010

preciso ajustar o tino

amanhã rumo para pelotas, mais um curso, mini-curso, ainda não tenho todo o roteiro, mas as três horas da estrada são mais do que suficientes para ajustar o tino. No fundo será um bom momento para ausências, a minha liberdade vigiada jã não suporta a arrogância dos que agora se locupletam (não deve ser essa a palavra mais adequada aqui, mas em respeito a minha sexta seguidora, vai ela mesmo) dos que arrastam o país para um beco sem saída de ódio e miséria, tudo em nome de idéias mortas e inócuas, li em algum lugar que os motes religiosos são induzidos por ataques epilépticos num cortex frontal, eis o que passa na política nacional, não é atoa que igreja, aborto e casa civil comungam do mesmo orfranatório, do mesmo credo, da mesma linha de reaciocínio. Depois disso, desse vendaval de bestanças pretendo o sono dos justos. Doarei, entrementes, todos os cds do Chico, digo o mesmo para seus livros, que papelão, uma omissão completa em fuga no caso do mensalão e uma palavra de apoio para um embuste, francamente. Sem rumo a nau, procura a sua quilha, sem nortes ou sul, apenas a viagem a trabalho rumo ao meu chui de dentro, sem dores nas costas dos ferros da academia, com uma porção de livros novos e uma poesia retificadora na mente, de  Borges o meu poema de dormir, uma noite escura aproxima-se dos livros, dos meus livros, já nao enxergo uma luz que ponha tento em meus sonhos...

22 outubro 2010

ah, a frança e seus concursos públicos...

"The effect of network connections is important in the sense that a substantial improvement of the publication record is needed to compensate for not being linked to the jury".
Fico imaginando como seria a replicalção desse estudo no Brasil.

20 outubro 2010

das intransigências e uma declaração de voto

não há como demove-los de suas trincheiras, a candidata e seu presidente, conseguiram dividir o país e colocar o prisma de nossas escolhas sob o crivo simplista do bem contra o mal, essa metafora batida a la bush, alem de empobrecer o debate coloca uns contra os outros e constrói o espaço para tentações totalitárias. Definitivametne, nao votarei em Dilmas, a nossa sensação é a de que ela, ao contrário do que acreditam alguns, não é de esquerda, nem de direita, mas que apenas trabalha para uma certa esquerda, militante, ativiista e franciscanamente ultrapassada e autoritária. Veremos a sequência das irracionalidades, o rio grande bem sabe disso, lá estarão os processos contra os criticos, a caça as bruxas, as vilânias todas, o controle "social" da imprensa, a mitigação das liberdades e a demonização das diferenças, dos diferentes, melhor dizendo. Portanto, será um erro tremendo a eventual eleição de Dilmas e seus propósitos. Sem alarde, como sempre, cumprirei o papel que me cabe, votar e torcer, sem agressões ou tacapes, mas com os olhos aflitos.

13 outubro 2010

carta aberta

eu, na minha infeliz escolha, percorro o país e venho por meio desta, e daquelas, pois não, confessar a minha vitimização e a minha não capacidade, ética, moral e conceitual, [por que nao? diriam os mais afoitos], de assumir, do verbo passado a limpo, a minha real posiçao em relação ao que quer que seja, então, você que pensou em votar em mim, tenha certeza, nunca assumierei o que disse, fiz ou pensei, não serei dono do meu nariz e durante a minha gestão, se gestão houver não será da minha larva, serei inócuo, inodoro e sem cor, blefarei, dissimularei, mas, em momento algum, assumirei quem sou ou fui ou serei, em tempo algum, em lugar algum, então, nao privatizarei, não aparalherarei, tampouco estatizarei, nao farei intervenções no câmbio ou na casa de penhores, não viajarei, não entregarei, não invadirei e nem decretarei, se eleito for, sorrupiarei a minha autoconfessada biografia em nome dos votos que me atribuem, serei fiel a infidelidade e das minhas idéias de inclusão, liberdades e afins serei depositário fiel da não congruência, minha fé será sagrada e pagã, libertina e pudibunda, será  assim até o final dos meus dias, eleitores de todas as paroquias e versnissages, nao esqueçam, não serei, não sou e nunca fui....

06 outubro 2010

Nobel e outros concertos (texto não revisado)

minha aposta para o nobel não obedece a um cálcuco efetivo ou a um conhecimento prévio da fronteira, disto dessa, tanto quanto é possível enxergar no escuro, minhas apostas, aqui seguem outro caminho, vem de tanto ler ou falar e do recorrente uso dos modelos e de concorrência imperfeita em áreas distintas da nobre e precária ciência econômica, sigo então na torcida pelo reconhecimento de Avinash Dixit pela academia sueca, nao que ele precise disso ou que eu saiba o tamanho da impossibilidade, apenas torço como quem ao votar sente-se bem, principalmente com o ato em si, e não, necessariamente com o resultado, outro tanto apostei no Krugman, por conta da nova geografia econõmica e suas bifurcações que pensando bem são derivadas com t indexado que  bem poderiam se dizer estocásticas de ordem um, se eu entendi algo daquela aventura, pois bem, errei nesse prognóstico por exatos cinco anos, mas se adiardes, ou tu nobre comissão do acaso,  a escolha de Dixit, imporá ao meu o erro um epsolon a mais, afinal foi o modelo de concorrência monopolística que encontrou o Romer no doutorado o Krugman na MIT(?) e os meus olhos na nova teoria do comércio e nos axiomas da incerteza, utilidade esperada, jogos e minas, sempre ela, afinal começou na rua da Bahia o trem todo, portanto, nada mais justo que valorizar os que escrevem, criam e produzem chaves para problemas já antigos, como domar as não linearidades ou como evitar Euller e sua incapacidade de remunerar o progresso tecnológico, depois do que dixit nos ensinou, tudo ficou ao alcance das mãos e dos olhos do escrevinhador, nada mais, suponho que só sei o começo da história e, claro, consigo ficar na torcida, sempre!!!!

26 setembro 2010

Dicas para um jovem economista...

belo programa, simples, objetivo e com respostas francas e intelectualmente honestas.

25 setembro 2010

Baden

a música do retirante, na Alemanha, conduzida por um virtuose...

23 setembro 2010

primavera

22 setembro 2010

Manifesto em defesa da Democracia - eu assino!

Reproduzo aqui o manifesto publicado pelo jornal Estadão - link para manifesto

"Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.
Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.
É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.
É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.
É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.
É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há “depois do expediente” para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no “outro” um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia , mas um inimigo que tem de ser eliminado.
É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.
É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.
Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos."

Escolha pública e social choice

o leonardo monastério, como sempre, acerta no alvo e alinha as quilhas, mesmo assim, o texto do Pereira, Paulo Trigo consegue sugerir um contraponto. Em aulas de micro costumo sugerir essa leitura, mesmo reconhecendo que o painel sobre social choice é bem mais complexo e impressivo. Sobre esse tema um painel prá lá de exaustivo é fornecido por Wulf Gaertner. Boa leitura!

17 setembro 2010

angeli e o efeito bolsa

ainda nao captou tudo, mas é um belo começo...

12 setembro 2010

Tres ou quatro links, angústias e muita chuva

nao vai bem o dia que ainda nao acabou, inter tropeça contra o lanterna, ameaça sair de vez do bloco da frente, chuva sem tréguas e um frio úmido, como sempre, atormentam as articulações, leituras são a única diversão a vista, navego entre noções de estacionariedade fraca e forte e a sempre rediscutica ergocidade, preparo-me, novamente para o mundo das séries de tempo, a saga...entre um modelo e outro um passeio na rede real, vida lá fora não tá fácil, tchê, diria o bardo, para começãr um texto objetivo do drauzio sobre pobreza, infecção e baixa capacidade cognitiva, ainda estramos no estágio pre latrinas e os cara acham que cuba ou o bolsa familia sao a saída para os desfavorecidos. Resolvo, então, mudar para boa prosa  do ubaldo, aqui o humor combina sangue e corrupção ´para delatar o brasil da falta de contratos e das grandes mazelas, mas um soco. Rouco e com angústria, típica das véspesas, segunda te aguarda, tchê, fujo do debate político e insisto com as leituras, "amenas" o meu piauí, depois de oitos anos de assistencialismo, é o pior no ranking do trabalho infantil no Brasil do século XXI, vergonha maior não hã, mesmo que quisesse não conseguria piorá o quadro, ledo engano, no último post, cláudio me informa de mais uma triste noticia, meu dileto professor de microeconomia I e II na graduação, falecerá...amanhã, quem sabe, o brasil dos meus sonhos propiciará um domingo de noticias melhores e de mais dignidade humana, capitulo por hoje, mas amanha continuarei....acreditar e lutar, ler e não esquecer..

07 setembro 2010

Sistemas dinâmicos

Um outro Brasil, para além dos campos de futebol, produz, trabalha e brilha.

03 setembro 2010

sertão de dentro

30 agosto 2010

Guaraná em pó

27 agosto 2010

lua e névoa

névoa e lua, censura prévia e quebra se sigilo, já não é possível ver a luz dos ministérios...já não dissimulam os que, supostamente eleitos, defendem a candidata oficial, tripudiam os pacóvios dos credulos eleitores, não há na santa paz da calma, razão para tamanho efeito, as vitórias tão aclamadas, não são da cartilha do partido oficial, e os resultados sociais positivos não são sustentáveis, mais uma vez, o país corre para o mesmo predicado, com os lenientes articulistas da folha e da gnt, para ficarmos nos pólos, mas toda a quadra graça na mesma linha reta, sem cobranças e críticas empurramos o Estado para uma incognita e para um ajuste de contas insustentável. Diante de tal desfecho torna-se inadiável uma reforma política para acabar com o voto obrigatório e introduzir fidelidade partidária e voto distrital e, por favor, nao esqueçamos do financiamento de campanhas. Em todo caso, que o líder desse processo venha da oposição...oxalá!!!

22 agosto 2010

Entrevista

Receio que temos que superar o assistencialismo das bolsas, ou o contrário...

16 agosto 2010

pedaladas

ainda não é uma volta, apenas um volteio, mas já se aproxima a hora das palavras que afirmam a contrariedade com o estado das coisas, com o lucro do bb e  com as bobagens ditas sobre o câmbio ou sobre a ex-classe média, em tempos de rapaduras a globo colocou teresina para fora do mapa e fez marketing político para o filho do homem, nas terras de cegos o comensal fez o seu pre sal, pedalando...

21 julho 2010

o social dos outros é burlesco

férias, afinal, poderia começar assim, mas é ledo o engano, como de resto a minha passagem por essa vida, no quarto úmido e sem persianas, relato ao museu das idéias o idéario de justiça, o pragmatismo libertário de resultados de sen versus o transcendentalismo institucionalista de rawls, entre um e outro a comparaçao dos quadros de justaposição, o que vale um critério universal do belo e justo se não consigo comparar quadros de pintores de escolas diferentes, ou se, existem muitos critérios igualmente justos e imparciais? Não há, como sempre, uma resposta fácil, apenas uma enxurrada de dúvidas e lamentos, o carro quebrado na oficiona o guarda-chuva que não funciona, a garganta fechada, o ônibus, como é bom sabe-lo e te-lo com campo de visão, que, mesmo assim, arrasta-se sem poesia concreta para ler ou ouvir, por uma cidade dos muros altos e prestes a confrontar mais uma de suas verdades, não somos assim tão educados ou civilizados, afinal. Tidas como elegantes e puras as verbas ´públicas que, supostamente tiraram o país da crise, foram transferidas na calada da noite para empresas privadas via bndes, social só no nome, como se pode ver pelos juros subsidiados de longo prazo incompatíveis com o outro, de dois digitos, real e que atinge no curto prazo o populacho, sem sombra de dúvidas, eis uma injustiça visível, seja qual for a teoria de justiçca que adotemos, impossível nao sentir o amargo na garganta depois de vômitos, involuntários, ou não...

11 julho 2010

pequenas rubricas e alguns pecados

nada de novo no apanágio local, os mesmos editoriais, alguma virtude privada ao descuidar com o que rubricas, a mesma boca torta quando fala em nome de uma mudança que não suportas ou da qual, nem mesmo sabes ao que veio, assim, a impostura e o palanque artificial da não candidata alega sinais dos tempos para uma patrulha que aos poucos começa toma a forma de uma ignóbil armadilha,  o discurso da velha esquerda com apelo populista e uma real mordaça na imprensa livre, eis o enredo velho da velha méricalatina, aquela das aventuras autoritárias e pseudorevolucionárias, a mesma que suplanta contratos, rasga leis, corrompe, prende e arrebenta, a continuar o que se desenha no ar e nos documentos de assinatura não lida, se omitir será um grande equivoco.

07 julho 2010

a tríade e a noite sem chuvas

o cabo de ligar nao funciona, a fonte de energia está plenamente adequada, mesmo assim, algo rompeu no cabo, internamente, isso é pressuposto, rompeu-se algo, há uma similaridade endógena nessa analogia morfológica, cabos e fios não conseguem transmitir a energia que faz a máquina funcionar. As palavras do inicio da semana são como esses cabos de alta tensão, ocas de consistência e, por isso mesmo, incapazes de fazer funcionar o que poderia impulsionar uma vida digna, por exemplo. O discurso está bonito, mas oco de significado e incapaz, novamente, de retransmitir os incentivos e a invectividade que cria riqueza, renda, emprego e prosperidade. Por um punhado de votos a mais ou para não perder um punhado de votos ameaçamos perpetuar o assistencialismo via transferência de rendas, melhor, ou pior, transferimos baixa auto-estima, armadilhas e incapacidade de mudar o status quo, enquanto isso os candidatos da situação apregoam, nas mãos atadas do populacho, o lugar comum da partilha injusta e circunstancialmente oportunista. O bolsa familia é um equivoco tremendo e não estamos nos apercebendo disso ao transformar em beco sem saída o debate sobre a tecnologia de combate a pobreza no Brasil, por comodismo e baixo nível de visão de futuro, amarramos nossos filhos e os pais de nossos filhos ao Estado de bem-estar social alicerçado em precários retornos sociais, baixa inclusão e muito discurso fácil. Não se trata do velho jargão do ensinar a pescar, ou de não assistir com renda os mais pobres,  ou do paterlismo que isso implica. Antes disso, perdemos a oportunidade de desenhar melhor nossos arranjos sociais para que o emprego e a renda se transformem numa realidade de vasto alcance social, negamos o direito de reformas amplas na previdência, no sistema político, na área tributária, no sistema público de educação, no sistema de saúde pública, etc por um conformismo de cunho populista, alicerçado em uma triade insustentável: endividamento público, juros altos e baixa produtividade geral da economia. Enquanto a burra guentar o tranco subiremos a lomba, mas quando a carga entortar veremos que perdemos tempo e que nossos indicadores sociais não são compatíveis com a dignidade e liberdades humanas reais. Desiludo-me da peça orçamentária e angustio-me com os ventos que levam a chuva para o mar....

27 junho 2010

o outro engano

além da pagar os elevados impostos, pagamos a outra conta, a conta dos não serviços, da péssima qualidade da saúde pública que chamam de sus, sigla usual para supera-te pois,  unicamente, sofrerás, sempre pensei em obedecer regras, adoro a palavra empenhada, os contratos seguidos a risca, sem maus tratos, sem o inesgotável desrespeito, na minha terra, contudo, de norte a sul, nada disso vale, sofremos nas filas, o descaso público e somos vitimas das grossas somas e glebas de recursos que, solenemente deixamos nas máquinas registradoras de todos os empórios, para tudo se traduzir em baixa qualidade de vida e de serviços, nossos postos de saúde não nos socorrem, nossas escolas não ensinam, morremos de viroses nas filas dos bancos públicos, sem dignidade e enfermos, vemos todos os recursos em edificios, em castelos de areia, mas o mínimo respeito aos recursos que tanto nos faz falta nao nos retornam em vida e dignidade, apenas morremos de doenças banais na fila dos descasos, assim, dessa forma, sem quebrar nossas espúrias relações com a coisa pública, que, alguns, descaradamente defendem como o lugar comum para preservar a dor, os mesmos que aprovaram o fim do fator previdenciário e que assinaram o cheque em branco empenhando recursos que nem sabemos se somos ou seremos capazes de amealhar, finda a fanfarra, ficarão as dividas e o assistencialismo e um orçamento de ficção, pena que o teatro da vida é real e os serviços que nos negam destroem nossas vidas em aparelhos ideológicos. A  vida melhor deveria ser uma lei, deveriamos criar a lei de responsabilidade da vida, aquela que manda para cadeia gestores negligentes e que obriga o estado que usa cartão corporativo, devolver, em dobro ou mais, a todo cidadão que paga icms, serviços de qualidade e respeito, sem discriminações ou exceções e a todo tempo, chega da mediocridade e da paz de ocasião que empurra para as margens a água suja e condena os indivíduos ao projeto estatizante dos que querem o poder para criar o partido único e a bomba antidemocrática.

16 junho 2010

ganhei o primeiro bolão da copa

 enquanto o brasil dos campos claudicava, o outro brasil, das contas públicas, nao consegue superar nem mesmo  o chilhe, ou o uruguai, para ficarmos apenas nos países que estão na copa, ontem, com a sensabedoria dos que nao estao nem um pouco preocupados com arranjos sustentaveis, o presidente sancionou o inaceitável e insustentável reajuste para os aposentados, em coro, os presidenciáveis, quase todos, é verdade, apoiaram a tal medida, como necessária e urgente, as nossas contas públicas estão no buraco, o próximo tropeço é a lona e, com medo de perder votos, jogamos o bom-senso para o espaço. Ao mesmo tempo, no outro brasil do futebol, percebemos, num misto de estranhamento, desonforto e constrangimento, que, além de não possuirmos elenco, não temos esquema tático ou visão de jogo, ao contrário do outro blogueiro, nao creio que teoria dos jogos resolveriam, afinal, a nossa estratégia ótima nao está em campo, melhor, nao foi nem mesmo convocada, renegamos o talento em nome dos resultados, da mesma forma que o presidente renegou o bom-senso e adotou uma estratégia de segurança eleitoral, os dois casos são emblemáticos da nossa mediocridade, um partido sem escrupulos que adota o pragmatismo de resultado para ganhar a qualquer custo, bem ao estilo dunga....

11 junho 2010

auto-referência

o primeiro veio duplo, tudo por obra e graça do rafael, amém.

08 junho 2010

Das impossibilidades

temo que já não há tempo pare ler e entender a prova de godel por ernest nagel ou as oito paginas sobre o sentido da vida do tomaz nagel, ainda assim, tentarei simular a distribuicao de renda dos agentes numa escala ampla com dez tipos de distribuicao, ou algo assim, mais para o final do ano, mas não há tempo, perdemos o bonde na esquina democrática, derrapamos na bento gonçalves, em todas as ocasiões, o tempo, escasso como ele só, descortinou a minha falta de jeito com as escolhas, o meu desalinhamento das prioridades, fiz um arremedo sem consistência, leituras foi o que mais refiz, leio, não sei o que é viver, desde então, não ouso entender, mil palavras por minuto ou a morte, soletro, em ritmo lento, muito lento, ouço a cantata número tres wve acordes, orgãos e agudos, sopranos, mas não tenho mais o tempo das urgências ou das querências, agora sou desnudo de tempo, vivo de sobras das horas, vivo porque leio...

03 junho 2010

anterioridade

antes, quando não existias, o que dizia, mesmo nao fazendo sentido, melhor, nunca mesmo, era lido e, por vezes, comentado, agora sou proprietário(exageros, a parte) único desse espaço, escrevo até mais, mas, como sabes, não propicio a imagem real dos que leem uma mínima e miséra palavra ou patacoada, essas ausências de, devo a esse espaço, minhas palavras sem sentido, agora jã não repercutem, podem sorrir da feiura exterior e interior da dublê de candidata, podem, as palavrasn, desembocar em achincalhe, em mil togos e ditongos, podem...não insistirei com essa lista, assim como jã não discuto mercado ou estado, impostos sim e não, pouco importa, quero outro uso para eles, mas não imaginamos um mundo sem eles, os impostos e seus arrecadadores e gastadores, transfiro sim essa pilha de recursos para que as mãos agéis, eu espero, de terceiros, consigam por fim a fila do SUS e lá nas suas espertezas, consigam outrossim, romper o vicioso circulo da educação de baixa qualidade que prende a todos nós, uns mais outros menos, numa armadilha de pobreza, diria, com o apoio das palavras, que chega da falsa polarização, melhor seria, outro estado e outro mercado um mais competitivo e outro mais eficiente e transparente, adoeço quando falo sobre essas idéias tão óbvias e puras em sua santidade casta, aqui as palavras retomariam o curso, morejas ser sem glórias, mas o mesmo não ouvirias, então falaria, das outras armadilhas das desigualdades de oportunidades, tema de minha eterna predileção...

aluamento sem sombras...

31 maio 2010

a solução

o jogo, somas o que não podes, afinal, as preferências agregadas nada dizem do que somas, nada significam do ponto de vista individual, coletivo ou de qualquer ponto de vista, serás sempre parcial ou ditador,abandonas as invectivas, melhor buscar outro critério de justiça distributiva, essa deusa tão pouco compreendida e tão, abusadamente, exposta ou defendida, todos querem, todos buscam, todos clamam, poucos tentaram enquadra-la numa solução objetiva e cristalina, os esquemas de barganha de nash, permitiram construir os quatro axiomas e uma solução única na fronteira de possibilidades, múltiplicas as utilidades e eis a justiça, diria o mote apressado, nada mais belo e pacificador, elegante e amplamente suscitado nas nossas vistas fatigadas e sobremaneira céticas, vistas de quem consegue perceber o poder de uma mente tão aguda e profunda, sem peias, enquadras o todo num cruzamento de linhas, poligonos e hiperboles, lá na quadratura do circulo a vestal resposta, não hã justiça sem o respeito ás diferenças estratégicas na barganha, então, melhor do que dividir rendas, melhor seria equilibrar o poder das barganhas, os ditos colaterais, na hora da negociação das partes na fazedura das políticas sociais...

23 maio 2010

das cores, o verbo fiat lux

a cor predominante nos mares do nordeste é o verde puro e sem adjetivações, as outras cores sao efêmeras como as pesquisas de opinião, minhas viagens já não possuem o mesmo ritmo, agora somos passageiros sem esporas, poesia sem rimas, luz sem vitrina, uma mera alusão de gente a confirmar a diaspóra da gente toda, mesmo assim, é inegável a felicidade de visitar amigos e conhecer novas praias e novos saberes, moido e retorcido por dentro, volto alegre para o meu ponto de partida, para minha estaca zero, sabidamente somos ignorantes das soluções mágicas e das possibilidades da cartilha ideológica, mas amamos a vida da forma mesma que ela sempre acontece, aleatória e sem tendência, misteriosa e, ao mesmo tempo, pacata e soturna, mas alegre em suas redescobertas, uma louca paisagem nos encanta na volta para casa, faróis dos carros, o gesto das pessoas e a ingênua vida dos idealistas, sem o rancor dos radicais e as falsas verdades dos ideológos, miseravelmente subimos a rampa, descemos a lomba e contemplamos o atlântico na paraiba...

17 maio 2010

O curso

Título do curso: Teorias da Justiça, Economia Moral e mobiliade social no Brasil
Local: Mestrado de Economia da UFPB
Período: 18/05 a 21/05/10
Programa
1. Pobreza Multidimensional e pobreza extrema em Porto Alegre
2. As abordagens dos Bens Primários e das Capacitações são alternativas ao utilitarismo?
3. Julgamentos de justiça distributiva em John Rawls e Robert Nozick: uma investigação experimental
4. Assimetria de informação e a formação de capital humano: uma análise teórica sobre o Programa Bolsa Família
5. Jogo da mediocridade – incentivos, esforço dos professores do ensino básico e a qualidade da escola pública no Brasil
6. Polarização da distribuição de renda no Brasil: uma analise empírica regional no período de 2001 – 2008.

15 maio 2010

eu nao sou feio...

se os economistas estão certos, consegui uma prova, por contradição, da minha beleza, ou algo assim, mesmo nao sendo um expert em economia antropométrica, isso é coisa do cláudio e do léo, (se não me falha a memória), fico feliz com o veredicto....mas eu já sabia.

10 maio 2010

elegia aos caprices

esperas na linha do trem, paraopebas fica logo ali, manaus saiu na frente, amanha na esfera federal os homens de branco vão discutir o reajuste do funcionalismo, no sul, faz frio, apesar da carta capital, a candidata oficial não decola, minas já tem crematório, surpresas na lista do dunga, só o bardo soletra as palavras do vacabulário razo, fino, extra-fino, na caixa-postal os predicados da tenente-coronel, nossos vizinhos sonham com o brilho da intifada em meio a crise, a gripe destoa, na minha idade não há vacinas, porém, suam os que sonham com viagens a bento, submundo vocal, periplo por mar de tintas vogais, noturnos não são caprices de paganini, minhas vertebras superaram o ciático, ainda alongo os dedos ao pensar nas listas de espera do meu calvário, milhares de passageiros na estação da luz, também eles a espera de um milagre, neymar ou ganso, eis o resumo do diário de noticias, enquanto isso, somos levados a crer no índice de popularidade do que não vemos e na honestidade do partido do presidente, inclementes os sujos não são tartáros...

08 maio 2010

torquatilhas para mamãe

07 maio 2010

poetono

“Como esses primitivos que carregam por toda parte o

maxilar inferior de seus mortos,

assim te levo comigo, tarde de maio,

quando, ao rubor dos incêndios que consumiam a terra,

outra chama, não perceptível, tão mais devastadora,

surdamente lavrava sob meus traços cômicos,

e uma a uma, disjecta membra, deixava ainda palpitantes

e condenadas, no solo ardente, porções de minh’alma

nunca antes nem nunca mais aferidas em sua nobreza

sem fruto.


Mas os primitivos imploram à relíquia saúde e chuva,

colheita, fim do inimigo, não sei que portentos.

Eu nada te peço a ti, tarde de maio,

senão que continues, no tempo e fora dele, irreversível,

sinal de derrota que se vai consumindo a ponto de

converter-se em sinal de beleza no rosto de alguém

que, precisamente, volve o rosto e passa...

Outono é a estação em que ocorrem tais crises,

e em maio, tantas vezes, morremos.

Para renascer, eu sei, numa fictícia primavera,

já então espectrais sob o aveludado da casca,

trazendo na sombra a aderência das resinas fúnebres

com que nos ungiram, e nas vestes a poeira do carro

fúnebre, tarde de maio, em que desaparecemos,

sem que ninguém, o amor inclusive, pusesse reparo.

E os que o vissem não saberiam dizer: se era um préstito

lutuoso, arrastado, poeirento, ou um desfile carnavalesco.

Nem houve testemunha.


Nunca há testemunhas. Há desatentos. Curiosos, muitos.

Quem reconhece o drama, quando se precipita, sem máscara?

Se morro de amor, todos o ignoram

e negam. O próprio amor se desconhece e maltrata.

O próprio amor se esconde, ao jeito dos bichos caçados;

não está certo de ser amor, há tanto lavou a memória

das impurezas de barro e folha em que repousava. E resta,

perdida no ar, por que melhor se conserve,

uma particular tristeza, a imprimir seu selo nas nuvens.”
Carlos Drummond de Andrade

05 maio 2010

livros e amigos


agradeço aos amigos por mimos tão importantes, Izete(jogos e nge) e Duilio(teoria do valor) que, por caminhos distintos, trouxeram lembranças de suas longas viagens, eua e italia, para o feliz escrivinhador, a leitura já abastece a imaginação e torna palatável os dias do sem glórias, o de jogos é uma referência, de forma simples e didática, temas complexos, barganha, jogos sequenciais e soma zero, no de teoria do valor e preços, uma ponte para novas abordagens de solow a neumann, se entendi algo, por fim, nova geografia econômica, com todos os detalhes, serve inclusive como hpe...Muito obrigado, aos amigos, eu não mereço...

Distimia e a sindrome do realismo não-mágico

particularmente vivo torcendo para que as minhas visões de catastrofes não sejam premonitórias ou confirmadas por alguma argumentação cabalística bem ao estilo biblico do livro das coisas findas, apocalipse não é o meu target, mas arrepio os cabelos quando leio jornais, lei de responsabilidade fiscal na berlinda, reajuste para aposentados acima do minimamente sensato, fim da do redutor previdenciário, gastos da petrobras, doações de empreiteiras para os amigos do presidente, revista time apontando o populismo como divisa a ser conquistada mundo a fora, classe c no paraiso tropical da gastança, estádios de futebol no descampado para atender ao capricho dos nefelibatas, enfim, assusta-me a insensatez dos tecnocratas e o silêncio passivo, ou seria, opressivo, das mídias todas, quem de fora olha com isenção ja percebeu o embuste e a trapalhada que estamos a nos meter, o Brasil está condenando o seu futuro em nome de um projeto de poder cuja as idéias estão mortas e sem sal. Como não sei rezar, olharei para os próximos anos com aflição torcendo para que a nossa sorte, mais uma vez  supere em muito o nosso destempero fiscal e a arrogância estatal que mata crianças em maternidades públicas e adultos nas filas do SUS. Oxalá, o juizo nos contemple com algum futuro e menos fanfarronices....

03 maio 2010

viagens

apenas mente o sujeito que assiste ao pastoreio das capivaras na estrada reta, obliquo tenor cantarola, mesmismos a parte, lá estás, horizonte sem sombras, pastagens no charco, lamas nos pantanos, porteiras abertas, ainda passarás por aqui com destino mais largo, voltarás para abrir o pneumotorax, serás a vertente de limas e patricias, surreais encostas na beira-mar, montevideus em teus postumos cartões de infância, o que esperas oh viajante sem peias, oh minotarau sem aridanes, misticas especimes atravessam a estrada, ratos do mato não são preás, são cachorras russas na casa do vizinho a te assustar, amigos a nos receber com costelas de borges, macias e prontas para preencher as costelas de teus filhos, a outra margem ainda não povoada por jacarés que só chegam no final da tarde...assim passas, domingo, segunda e nada, noutro tanto somos o leitor de beckett, esperando outra oportunidade para cotas que não são preenchidas por canetas, rádios e/ou a folha de imprensa livre, meus dias ainda viajam na infância.....

25 abril 2010

"alô, pato rouco."

24 abril 2010

das dores a peça intima

luminosidades na escada que leva ao parque de variedades, humanas saídas do apreço com que vegetamos, suas em tuas túnicas de medo, sucumbes aos antepastos da noite, sem peias, virgens livros por ser escrito, aguardam, enquanto vagueias em tuas ruminações, campeias, mestres da paisagens binárias, mitigas a tua ausência de cor, teus dois olhos não desviam o outro olhar, milhas de distância na noite ainda escura, somos um pouco a piada no mural dos corredores, a pichação nas vigas que sustentam o abrigo dos sem tetos, sem confortos, sem a possibilidade dos seletos adereços, minímas postas para o de comer, frio a toda volta, na passagem pelo viaduto da primeira perimetral, agora são vias, antes fazendas, não tinhas percebido esse desalento dos filhos de nosso senhor, não esperavas a corte da sorte, a alegria dos acordes em cello e metais, justapostos, sofrimento humano nao consegues evitar o caminho dos meus sentidos....

23 abril 2010

daqueles que mordem vidros

serve o que vai ao desatino, mas fica o exemplo, menino de talento, possuidor de mastercard, plus & plus, jovem de futuro, repete em  coro as gentes  de seu rincão natal, do sertão para diretoria de elevadas posses em banco da capital, repete seu pai orgulhoso, mal sabe que o passadio dos de fama nem sempre é água benta, nesses dias, o que vai aqui relatado é de verdade apurada, livre pensada e lavrada em madeira de lei... em recente passagem pelo Rio Grande a candidata arranjada pelo presidente, exibiu todo o seu repertório de impropérios e achaques, quis o destino, esse ladino anfitrião das injustiças, juntar na mesma ante-sala de eventos, o nosso herói e a dublê de candidata em dia de rispidez e guspes. Em tom de euforia a candidata urrava no seu estilo de duvidosa sabedoria, BILHÕES, nós despejamos BILHÕES no Rio Grande, olhos esbugalhados, dedo em riste e boca entreaberta com protuberâncias labiais de outro tanto, assustado o nosso menino, tenta acompanhar o raciocinio, nesse momento, no segundo grito da candidata, assusta-se e uma dor nos intestinos ocupa toda a sua mente em bisonha e suada luta, consegue manter o lacrimoso canal a manter a guarda alta, o esficnter comprime-se até sobejar lágrimas nos olhos, atencto, entre um calafrio  e outro, ainda consegue articular um pensamento ´numa nítida tática de fuga da diarréia do ventre livre, mordisca os lábios, e rumina, agora essa uma vai querer cobrar cada centavo do dinheiro público por aqui investido para alargar as burras da sua campanha, rent-seeking mais nítido impossível, sem conseguir encarar os urros da candidata, mira ocopo d´agua na bandeja do garçom, também ele assustado, levanta-se em passos titubeantes e dirige-se ao centro da sala, sem encarar o nobre garçom, toma de um copo nas mãos e leva-o a boca, nesse exato momento, a dor agudiza, e um ensudercedor grito da candidata, BILHÕES, agora acompanhado de um tapa na mesa, desencadeia os próximos acontecimentos, o nosso herói morde o copo de cristal da boêmia, o tilintar dos dentes provocou notas agudas, som dos brejos, vidros escorrendo pelos cantos da boca e os cacos caindo no chão, um não disfarçado mal estar ecoou entre os convivas, coitado, tão novo e timido, ainda sonha....em seguida, a turma do banco e outros membros do conselho executivo, abafaram o caso e levaram o nosso herói para tomar uma fresca, insuficiente, eu sei, mas ajuda, repetia o mestre de cerimônias....

17 abril 2010

poetomo

“Sou um sujeito magro
Nasci magro
Estou nos acontecimentos
como num vendaval: dobrado
recurvo de espanto
E verdes...
Circulo sob arranha-céus
Vivo debaixo de cubos:
Na direita, na esquerda
De lado, ao sul
Pelo norte...vou no meio assustado.”
(Manoel de Barros, 1947)

14 abril 2010

Errático, o deus das pulgas

nesses dias o corrimão de meus deveres permite um passeio discreto pelos bastidores da negociação ampla, nesse cenário, não antever as possibilidades é um convite ao solilóquio e ao vexame, aprende-se muito com as possibilidades, de lá partem os sinais das apurações e das reações previsíveis, nao entender essa possibilidade é o mote para mais um fracasso, para uma descabida passagem para as ilhas do comodo, ou sua vizinhança...mesmo cansado, reluto em aceitar, sem questionar ou entabular conversações o retiro das partes o afago dos gentios, a minima referência aqui, seria a sensatez, a voz do bomsenso e a luz das clarividências, se ambas nao socorrem os que lutam, pelejas em vão ou metitabundo...
na linha dos alforjes, o farnel da vez é a voz das idéias e a coragem para expressa-las sem o receio das pesquisas de opinião, sem os medos do vexame, sem receio dos contraditos dos lugares comuns, dos mediadores do conservador lugar comum, nesses tempos de lulas e perolas, somos um nautilus que afunda, somos a vitória régia do lago infestado de peixes mortos, nossos desejos não se alinham com a fala presidencial do assessor para assuntos externos, colaram o ideologo no ex-sindicalista para construir a revolução por dentro do jogo democrático, nem mesmo a rosa de luxemburgo ou do povo, ousaria tanto, em meio ao silêncio dos homens, nasce e prospera o silêncio dos milicianos revolucionários, a força...
noutra fazenda a dança das quadrilhas sente a dor do coração alheio, que a quimicadavidainteira seja benevolente e preserve a vida, minha falta de prece nao deve atrapalhar e a minha torcida só pode ajudar...boa sorte ao pai dos meus outros filhos.

12 abril 2010

11 abril 2010

domingueira nos baixios...

09 abril 2010

a volta

nesses dias, retomo a leitura interrompida aos 22, pouco antes de tentar voltar para a terra natal e abandonar a beagá da guajajaras e de timbiras, floresta, varginha e curitiva, naquela época lia sem parar os de canettis, todos, os da vida em livros, dos ritmos da criança rarefeita e soturna, das vizinhas casas de aluguel nos escombros dos livros queimados na pilha do quarto de dormir, melhor dizer, sala de ler, cozinha de dormir e paredes de livros postos em ordem de familiaridade e compatibilidade, por lá, dexei os resumos de marx, as lentes de aumento da ediçao alumbramentos e a passagem para diamantina no carnaval das margens do rio de dentro, cerro alegre e nanoai, minas nao te esquece, jamais...

29 março 2010

poetativas

“o dia não veio,/o bonde não veio,/o riso não veio,/não veio a utopia/e tudo acabou/e tudo fugiu/e tudo mofou,/e agora, José?”
(......)
Com a chave na mão/ quer abrir a porta,/não existe porta;/quer morrer no mar,/mas o mar secou;/quer ir para Minas,/Minas não há mais./José, e agora?
(......)
 “você marcha, José! José, para onde?”

(Carlos Drummond de Andrade)

28 março 2010

meus filhos nao entendem...

27 março 2010

o outro eu e o escritor de minas

não foi a primeira vez, de tempos em tempos o mesmo episódio, confundem o meu nome, tenho a alcunha dos escritores, mas nao sou fernando, e o meu nome não é sobrenome, da primeira vez, ligaram para minha sala, voz feminina em tom agudo, soprano nos versos e meneios, quase entabula uma malevolente saudação, e ai guri, tudo bem contigo? o guri foi a pista para o equivoco, nao era comigo, nao poderia ser, convicto lembrei que o meu nome era o primeiro e que o outro, apesar de colega, nao ficava na mesma sala e, bem mais jovem, seria obsequioso e oportuno procura-lo, nao a mim. agora a mesma cena em outro contexto, para nao fugir aos autos, reproduzo a troca de telefones entre o produtor de progama da tv local e o outro eu:
X. alo, professor ....(aqui ele falou o nome que tem o matiz do equivoco), teremos um painel hoje sobre o pac, o senhor poderia participar, mesmo tendo saido do governo?
Y. ola como tal, sem tempo, ja vai tarde o que me ligas, mas participo na bucha tche, como é que nao, porque nao convidas sempre?
X. professor, o senhor está muito alegre, que bom que aceitas...gravaremos na sexta pela manha, entao podes chegar as 8horas
Y. china na calcada, gaitano fole, meu canto alegretense alegra a toda a gente....pode deixar!!!

produtor experiente e consciente de seus deveres, mesmo achando estranha a verve piadistica do professor, retomou a ligacao no dia seguinte, para confirmar data e horario da gravacao
X. professor estou ligando so para lembra-lo do nosso compromisso...
Y sim como nao, to ate pensando em levar os batuques da bambas da orgia e um amigo meu de fachinal, estarei la sem faltança...
X o senhor está alegre, hein? otimo, muito obrigado
no dia do programa o professor que de semelhanca comigo so tem o sobrenome, chegou em trajes de gala, e ja dizendo, sou cantor, mas posso falar de tudo,  do pac, entao, é um nada e posso falar por horas, exato como fazem os caras de brasilia e aquela mulher enlatada, duble de candidata, tive aulas, mas  sou ex-professor de atabaque e de carteado na praca da alfandenga....bem, o resto da historia é previsivel, foi barrado no programa que deveria contar com dois economistas e dois deputados federais, o outro faltou, o do primeiro nome onipresente no segundo nome de todos, porque pensam no escritor de minas quando lembram do seu nome, afinal, meu primeiro nome nao existe no brasil, so na italia e para mulheres desde a mae do meu pai, que ja sabiamos dessa historia, agora, somos confudidos tambem na capital dos gauchos....

24 março 2010

Acidentes de trânsito e alcool - um estudo


essa pesquisa foi realizada com apoio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), uma parceria multidisciplinar que reuniu o Nepta do Hospital de Clinicas e o programa de pós graduaçao em economia - PPGE, ambos  da UFRGS. Resultados expressivos de uma longa e frutifera pesquisa. Como nao posso nominar a todos recomendo fortemente a leitura do livro, além de auto-promoção fica a lembrança de que trabalhos de economia aplicada podem ajudar sensivelmente a construir instituições e um arranjo social equilibrado, justo e próspero. Segue aqui uma pequena amostra, recomendo todo o trabalho, com especial ênfase nos capitulos 4, 14 e 15. Boa leitura!!!

21 março 2010

vivo de economia, mas prefiro poesia...

O secretário Nakano, por assim dizer, o rei da privatização nos anos noventa, durante os saudosos anos do governo Covas, rompe com o seu passado de glórias, ao propor um pragmatismo convergente em direçao ao estatismo de outrora que ele, mascara com um truismo, estado de desenvolvimento nacional, nas suas palavras exatas: "retomar o projeto de desenvolvimento nacional, interrompido em 1980", na mesma e plástica folha, leio o poema que nao consigo reencontrar, assim como os poetas, nao vejo possibilidades na mesmice, nao vejo criatividade inteligente nos murais da esquerda conservadora, aquela dos muros, dos presos políticos e do estado a qualquer preço, tambem nao percebo nada mais que velhacaria e chavões na retórica desenvolvimentista e nos discursos contra a liberdade de imprensa, poetas, como abelhas cegas nao aderem ao maneirismos acrobáticos da intolerãncia nacionalista, sonham diferente, estado e mercado- rima pobre - palavras doces, nao tentem romper o ciclo de suas rotinas, com uma convergência em ão, inflação, corrupção, apropriação privada dos impostos, rimas para o pobre diabo que esqueceu seus feitos e aproveita o soluçar das finanças para defender o passado que nos condena, novamente a falta de criatividade dos que nao sairam do séculodezenove e vivem atrás das benesses do estadodebemestarsocial de latão, sem produção, sem inovaçao, como abelhas que cercam o nectar sem produzir o melado, uma dúvida resta-nos explorar, por que sucumbimos ao lugar comum e não ousamos discordar dos "formadores de opinião"?

17 março 2010

o tocador de vacas

a vaca não é a mesma dos paises baixos, não deu sinais inequivocos de seus mugidos, mas adora sal e os  sintomas de sua presença começam com pequenos soluços, ruminações na cobiça alheia, trotes leves na esplanada, dores lombares nas costas do sauípe e na baixada fluminense, campus largos, lobbys na atmosfera global, passeatas na avenida rio branco, a mesma do petróleo é nosso e dos sindicatos do bancoop, até os jogos, olimpicamente chorados, sentem-se ameaçados pelas partilhas de ibsen, nao aquele da terra de bergman e seus textos em tons escuros e de aguda largueza humana, mas o ibsen da cachorra, o tocador de vacas, o da outra casa de espetáculos do planalto central, o nosso ibsen é deputado com o sentido exato de quem já teve o seu mandato cassado, mas compartilha com a vaca, a sua largueza e a capacidade de semear estrume da discordia, é o começo do declinio, do nunca antes, do pacto federativo, o primeiro do novo milenio, o primeiro da nova republica, como sempre, a ganância e o oportunismo de gente pequena e o arranjo para eleger a mãe da "logo" de plástico, assim, dessa forma lá dela, a vaca  e sua maldição, começam a sua sina, é o instinto selvagem dos ruminantes que nos empurra para a crise de odor fiscal, e para o enredo tropical, aos que ficam o fardo de tuas estatais de merda, mas dizem que é oléo da zona abissal, nao poderia ser diferente, vindo do planalto central, ainda não há evidências, é verdade, mas é real, pois a vaca adora pré sal e uma ração concentrada em gás natural fétido e intestinal, como todas as outras...

14 março 2010

leituras para acalmar o ciático

" Como nos ensina a filosofia de ciência de Karl Popper, proposições científicas não são aquelas feitas por cientistas, mas aquelas que não são negadas pelos fatos. "Matéria atrai matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias" não se tornou parte da física por ser uma proposição enunciada por um cientista do calibre de Isaac Newton, mas simplesmente porque nunca foi negada pelos fatos.
Mas há pessoas que divergem dessa postura, e diante de fatos negando suas "teorias" preferem ignorá-los. Afinal, elas resistem em abandonar uma "bela teoria" porque um "mero fato" a nega. Quando isto ocorre preferem desprezar os fatos, apegando-se apenas à sua retórica. Não é o meu caso. Pelo menos posso dormir tranquilo, tendo a certeza de que afinal a terra não é plana, poupando-me do risco de cair no abismo quando me movimentar sobre ela." (Afonso Celso Pastore, Jornal Estado de São Paulo, 14/03/2010)

10 março 2010

bibliotequianas

desenvolvimento humano

08 março 2010

metades incompletas e uma natureza morta

o realismo é chato diz o poeta, ao pé da letra, "reproduzi-lo é chover no molhado", mesmo que a primeira referência seja de adereços na tela, imagens sem sentido objetivo, palavras de quem come grama na torre da capital, vexame internacional, cenas da teia da vida, sem distinções, sem novos matizes, apenas a enfadonha ladainha dos discursos em linha reta, dramáticos, é verdade, mas de uma oca representação da vida, apenas, diria o poeta, mais uma cartilha do politicamente correto agora em tom de ameaça ideológica, a velha patrulha dos tuberculos do outro lado da cerca, se fosse filme seria, " a vida dos outros", se fosse livro, misto quente do velho safado, se fosse caneta,  tinteiro, se fosse show, guns N' roses, se fosse músico, sebastian bach, se fosse jogador de futebol, ronaldinho e abozanieri, se fosse filosofia, rimas nao desceriam da mudiça, vasos de alabastros nao suportariam a água turva que  escorreria da bica,  da chuva da tarde, o filho do padeiro sujou as mãos na grama da capital, se fosse irmão, esquizofrenia, se fosse doença, liberdade, porém nada de realidade, apenas livros em camadas supepostas, equações dinâmicas e seus gradientes, a série convergente e os ruídos brancos, negra só a falta de luz do quarto, obscurantismo do abajur sem capa, ainda acreditas na virtude dos homens sem poder, apesar da infâmia da bomba de escárnio de picarescas falas, feche o livro que não queres ler, sempre....se fosse mulher, saberias usar o hipocampo para encontrar o número setentaetres, a vila pobre, o sobrado na casa de comer, e o desejo de viver mais uma vida na tua companhia.

04 março 2010

desista, Monga!!!

monga é a principal atração dos parques de diversão da minha cidade, reza a lenda que em noites de lua cheia ou não, monga transforma-se em um monstro de odor impronunciável e o porte de um king kong, sobeja as mãos, uiva, enquanto sacode as grades em fúria, coloca em pânico toda a gente apertada naquele espaço de chão batido coberto por uma velha lona de caminhão, há registros de desfalecimentos, taquicardias e noites insones dos que sobreviveram à visão das trevas, monga em noite insana ataca a turba, é a manchete dos jornais no dia seguinte na minha cidade natal. hoje sabemos que os efeitos especiais de primeira geração (leia-se efeitos básicos e de uma precariedade absurda até mesmo para a minha infância) provocavam a transformação de uma mulher belíssima, para os padrões da época, etc, em um monstro assustador, luz,trilha sonora e sombras, e muita imaginação compunham a cena. sabe-se, porém que na paraíba, um grupo de estudantes, botou a correr a famosa monga, gritaram e ameaçaram invadir o labirinto que monga habitava, um corredor escuro e malfedido, os estudantes foram tão realistas que o locutor teve que intervir - "calma gente, o show é de monga"
Monga era uma fantasia, provocava a imaginação e animava ao tédio infantil, atendia a todos os predicados de um trilher: gritos, ameaças, noites sombrias, bestas gigantes.... em seguida, monga se transforma numa bela mulher.
Infelizmente, a monga da vida real, a candidata fabricada, não é bela, seus efeitos especiais são produzidos por uma estatal ineficiente e o seu gestor a usa para obter o poder sem escrúpulos, se eleita, monga não será "uma doce mulher que alimenta os sonhos na noite do interior", mas sim um blefe feito de conservadorismo autoritário, mandonismo e de idéias estatizantes que só atendem aos interesses e apetites dos afiliados dos partidos que a apoiam, representará uma ameaça a estabilidade que tanto desejamos, se nada disso ocorreu ainda, é porque o arranjo que sobreviveu até aqui foi construído em outro governo e outra época, monga, assim como a minha monga, vive nos anos setenta e ainda nao se libertou das idéias do passado...na melhor das hipóteses, o locutor deveria gritar agora, desista monga...

03 março 2010

novo termo



'Assim começa o semestre, formigas na mesa de trabalho antecipam o rigor do inverno, curvas e suas constantes de integração moldam o plano cartesiano, ainda nao programas em uma linguagem descente, mesmo assim, antecipas dificuldades com a folha de rosto, os eleitores da outra tribo nao percebem o perigo na falta de propostas, o meu vice sucumbe a vaidade, e minha mente precisa de dopaminas, para conter o interlúdio, bethoven ou alan berg, você escolhe.'

26 fevereiro 2010

greve de fome

o fone de ouvido nao funciona... "nao precisava morrer de uma greve de fome" repete o nosso presidente, como nao enxergar a privação das liberdades, presos políticos, tche??? acorda!!! o eterno debate de "idéias": de um lado as malvinas e a autodeterminação dos povos, do outro a voz das américas, no meio alguém preso por discordar do regime, em termos claros, isso é um atentado aos direitos humanos, como pode alguém fechar aos olhos para tamanha estupidez? Na noite turva, a america latina e seus dirigentes perderam o rumo, livres são os que morrem por discordar de um estado autoritário, nao respeitas os ritos democráticos, exorbitas os teus poderes, afinal a regra do voto livre te levou a ilha, legitimas a barbarie...medo do carisma sem aspas...palavras sem sentido ecoam no fone de ouvido, mp3, mp4 trompetes, ipodes, nada disso existe ou tem razão de existir se nao podemos escolhe o que ouvir, ver ou saber, escrever sem pensar, escutar a doce flauta na encosta do mar do caribe ao cair da tarde... nao é permitido, porque o irmão do comandante não liberou o alvará de soltura, ou de honra, dignidade humana morreu de fome, como recurso final, so nos resta a greve de palavras, de fome, das nao liberdades morremos, de nao humanidade, de nao civilidade, de naosonhos sufocamos o ser livre...accuradiobach e suas partitas, so nos resta o ultimo fio de esperança, encontrem um novo fone de ouvido ou morra de fome, nao leia jornais, nao veja os canais da tv aberta, esqueça o noticiário, vergonhosamente nosso presidente e seus ministros - o ministro da comunicação tche!!!- pousam para uma foto deboche com o comandante, deveria ser ministro da comunicação das trevas, do limiar da morte, da condenação da diversidade, da vida, ousam fotografar a tola idiotia humana, com suas mascaras e engodos, lupanar de visceras, desidratas sem comer, beba agua tratada a morritos, beba para suportar o sal das lágrimas de teus mortos, suspeitas do uranio renovado, suspeitas das milicias que sufocam a voz dos que discordam, noentanto, em nome doirmao do comandante, esqueces o passado de torturas e de lutas, miséria é a tua melodia, fones nao estao ao alcance das maos, surdos esquecemos que todos somos presos políticos nessa ilha...

21 fevereiro 2010

conjuminados



17 fevereiro 2010

a praça principal



a pracinha da cidade sem vida, recebe os visitantes sem cerimônias, ar de descanso, local dos que por lá vivem, todos os costumes representados, todas as castas respondem ao que perguntas, todas as classes, ricos, pobres, intelectuais de esquerda, de direita, de centro, as praças ficam a mercê do visitante, intactas e de braços abertos, recebem o velho e seus achaques, as crianças na volta da escola, o bandido em capas de chuvas, vazias nunca estão, solitárias eternas, repousam para o almoço em dom pedrito, já em caxias, fecham antes da meia-noite, conscienciosas de suas fadigas, repousam a noite para receber os voluntários, as meninas de sonhos alegres, o vivente de caixa de sapatos dos museus, do interior de passa quatro, dois irmãos, de caxias um deles, nao entendem o que significa a seleção das coisas em ordem de preferências, minimalistas, redundam em hummm, sublinham o sonho com um voto de confiança na dor dos que sofrem nos hospitais da rede pública, lutam, enfim, em silêncio, por um país diferente, meio como quem diz o refrão da velha república, democracia, ordem e querência, aqui a praça dispõe a toda gente a voz aos que passam, escolas no vilarejo para crianças livres dos ideólogos, nas praças presidentes debatem com ex-presidentes, ministros não usam dinheiro público para fazer auto-promoção de suas campanhas sem sentido, minaretes focalizam a turba, árvores fornecem abrigo a toda gente...

14 fevereiro 2010

virá, que eu vi....

13 fevereiro 2010

mal menor....

"Era assim mesmo: a severidade e a falta de tato de um jovem cheio de vitalidade, sem nenhuma dúvida a respeito de sua coerência, tornado cego pela autoconfiança e pela virtude de saber o que é mais importante. A implacável consciência da necessidade. O impulso aniquilador diante de um obstáculo. Aquela empáfia admirável, do tempo em que você é capaz de qualquer coisa e você tem sempre razão. Todas as coisas são alvos; você sai atacando; e você, só você, tem razão." Philip Roth, in fantasma sai de cena, p. 51.

10 fevereiro 2010

09 fevereiro 2010

o bug e a anatomia da urbe

sem meios para repor a carga da bateria, o lume de tuas palavras provoca a dor dos ilhéus, meninos vestidos de bolsas, passeiam na rua mal iluminada, de becos escuros balas sem ideologias consomem vidas, enaquanto o discurso oficial fala em tirar pessoas da linha de pobreza, o menino prodigio, simbolo da mobilidade social, é vitima do descaso oficial, o reitor chora os mortos sem remorsos, enquanto isso o discurso ofical engana. a classe c nao existe, a miséria sim, a criminalidade local é reflexo da falta de perspectica que a transferencia de renda nao foi capaz de transformar em dignadade, signatários da hierarquia episcopal celebram o enrredo de mediocres que impõem paliativos aos meninos da cidade natal, recife chora a sua realidade, todos foram enganados pelo bispo, pelo governador, pelo partido do presidente e pela sagaz memoria do ulitmo anisitiado, o estado mata nos quatro cantos, enquanto bandeiras sao rasgadas no mangue seco, teus filhos aumentam as estatisticas de sucesso do globo reporter, manchetes no jornal nacional e no blog do aritculista da candidata oficial as estatisticas do bolsa familia desprezam a realidade, sem os truques do realismo fantástico como diria roth...

06 fevereiro 2010

poelor

"Que faço deste dia, que me adora?
Pegá-lo pela cauda, antes da hora
Vermelha de furtar-se ao meu festim?
Ou colocá-lo em música, em palavra,
Ou gravá-lo na pedra, que o sol lavra?
Força é guardá-lo em mim, que um dia assim
Tremenda noite deixa se ela ao leito
Da noite precedente o leva, feito
Escravo dessa fêmea a quem fugira
Por mim, por minha voz e minha lira.

(Mas já de sombras vejo que se cobre
Tão surdo ao sonho de ficar — tão nobre.
Já nele a luz da lua — a morte — mora,
De traição foi feito: vai-se embora.)"

(Mário FAUSTINO - 1966)

02 fevereiro 2010

empate técnico

as bolas azuis da urna sairam dois porcento a mais do que as vermelhas na última colheita, ainda não sabemos o que isso significa, mas a divulgação em si não é isenta, como nunca troquei de time ou de torcida, obrigo-me a duvidar da isenção desse pleito, redondo demais, tudo conspira a favor, aprovação sem medidas, economia de enxurrada, pré candidatura que não é e pré candidatura que nao quer ser, em todos os cenários, perdemos todos, porque a mão gorda do orçamento público e daquela estatal das obras embargadas pelo tcu, já estão mata adentro, transpondo rios, usurpando o mi(ni)stério do meio ambiente de altamira, vinte anos de idas e vindas, e um olhar mágico sobre a reserva pois luz onde havia sombras e dúvidas, mérito para o novo ministro do meio ambiente, sempre alerta, acaba de descriminalizar o rima e destituir o bom-senso, prática comum, aliás, na república dos aloprados, nada engana, nem os apoiadores do chavez d´américa, que acabam de assinar o manifesto do ressentimento, assim mesmo, na maior caradura, não ouse minimizar a inteligência dos gentios...

26 janeiro 2010

luminosidades



na sala a luz das cortinas fecha o arco sobre os restos do dia, memórias esperam o seu final no livro do meio, minhas lembranças sucubem ao calor, derretem na estação dos vapores, das tortas sem luz na vitrine do bar da arquitetura, lampejos de arritimia inflam o artigo com linguagem impessoal e livresca, citas enquanto comes, vicejas o mar que não ver, suporta a espera na mesma sala, o telefone não atendes, apenas ouve a música do mentor dos números, ao piano, solidificas o teu suor que escorre em agonias, o ser humano nao produz um arranjo descente, ditadores carregam bandeiras de ódio e o teu tempo já não existe...

21 janeiro 2010

a república

a rua da república é escura e  mal cuidada, entre João pessoa e lima e silva, não poderia ser diferente, prevalece a escuridão,  lanternas nos bueiros para catar papéis, ainda mais se estamos na cidade baixa, mesmo assim, van gogh fica na esquina e os bares fecham antes das cinco, nesse cenário improvável acompanhado de uma torrada simples sem ovo e de várias garrafas de espumante da serra, deu-se o dialógo de origem hesseniana, uma figura sem par e uma lupa na calçada, mesas viradas para o transito, música não há, ameaça mas ainda nao chove, o outro amigo sabe-se que virar, enfim os pontos:
a1: precisas de um contrafactual para provar o teu teorema, como diz o heckman na entrevista sobre a escola de chicago, não há ciência sem provas, sem evidências...
b2 (sem entender direito o que significa contrafactual) teu problema é que não consegues ser um poperiano estrito, antes das evidencias, conjecturas, depois testa, reformula, nao necessariamente nessa ordem...nao consigo discernir nada além
a1: quando criticas o bolsa familia, precisas de uma evidencia contraria que consigas contrapor ao que está em jogo, melhor se a visao de sen nao foi colocada a prova, se nao  postulou e implementou politicas públicas reais, nao tens como simplesmente defende-las no jargão popular se elas nao sao mais do que que proposicoes metafisicas...
b2: entendo o teu ponto, mas isso pode nos colocar num determinismo, sem testar novas modelos não saberemos o que de bom temos ou de como funcionaria o que em teoria parece razoável...
a1: mas temos um ponto em comum, pelo menos, além de nao endeusarmos o chico e preferirmos o caetano e suas alocuções verbais explicitas, sim, temos um grosso analfabeto na presidência, mas, voltando, o que passa é que o país tá uma merda, os incentivos estão tortos e o sistema educacional e de pesquisa nos coloca numa zona de mediocridade nunca antes vista nesse país...
b2: nao costumo ber espumante, mas confesso que uma vez por ano, adoro bebe-los na república, velha, obscura e absurdamente inadiplente, mas a minha restrição é de canto e lamento não poder insistir nos termos
a1: compreendo, mas tens que terminar de ler todo o philip roth (roff), a próxima garrafa é por minha conta, prometes?
b2: senegaleses vão ao mercado procurar diamantes, a américa está perdida...
Nota do editor: mesmo perdidas e sem lógica, as falas foram reproduzidas quase que por transcrição, mesmo fora de ordem e sem referências aos autores que preferem manter o anonimato para o bem deles mesmos e dos produtores de espumantes nacionais.

18 janeiro 2010

trapézio

não faz sol no verão, só no inverno, chove de sim dia não no verão dos portoalegrenses, mesmo assim, nessa impaciência de quem não viajará em mais uma das férias arranjadas pelo calendário oficial - elas, as férias, deveriam ser de fato, não para cumprir tabela, aliás - perambulamos na perimetral, queima de calorias, reflexão para  as pernas já não mais tão ageis como nos tempos do sao cristovão e madureira, agora, sobem e descem com suplicas pelo último degrau, a escada departamental, o andame da lomba em frente ao elevador da central, nessas andanças, volta-se com a mente limpa, tudo que depuramos ficou no entrocamento da vintequatro ou da nilo, ou naquele desvio da cachorro sem coleiras, hoje, pude também ouvir meu nome pronunciado com sorriso por um corredor da meia hora, irmão da ana, também trabalha no bancocentral, nome nunca sei, dos corredores de fimdesemana e dos que dizem, sem combinar, a minha presença nesse lugar, como diz o meu filho, 'não quer ser visto ou encontrado, vai para cidade grande', sigo, mesmo assim, subindo mais uma lomba, trinta minutos, os olhos já não conseguem ler placas de trânsito, mas nao conseguem esconder a vergonha de morar numa cidade onde um pai, deixa o bebê no chão da parada de ônibus para ganhar uns trocados, empilhando os outros dois filhos num trapézio humano na faixa de segurança da via lateral, a minha reação foi de espanto, com certeza, não irei esquecer a criança indefesa no chão da terceira perimental, completamente indefeso, mesmo que os homens de preto, ou vermelho, pensem o contrário, esse país não faz pelos os seus o que eles merecem, precisariamos desconstruir o estado das artes, para enxergar a montanha de impostos, jogados fora, antes de acordar para mais uma despretenciosa caminhada de velhos....e o que dizer das projeções do ipea: em 2016, os nossos filhos serão os mesmos dos países desenvolvidos???  Mesmo sem querer alimentar a minha sede de justiça, repúdio eternamente os relatórios oficiais e os comunicados da presidência...

16 janeiro 2010

deambulações

"(...) podendo assim postergar o aprendizado daquilo que seu pai, embora pouco educado, vinha fazendo tanta força para lhe ensinar havia muito tempo: a forma terrível e incompreensível pela qual nossas escolhas mais banais, fortuítas e até cômicas conduzem a resultados tâo desproporcionais." (Philipe Roth)

11 janeiro 2010

policy design

(...) fairness cannot be sought only in final allocations, but in the rules governing the processes by which such allocations are arrived at. (Bourguignon, et al. ao comentar Nozick)

(...) affirmative action for Afro-Brazilians ou lower Indian castes may or may not make sense. There may indeed be cases where linking policy to types can be harmful, through making policies unnecessarily conflictual or increasing the salience of discriminatory social sistems based on the caracterization of people. Furthermore, types themselves are likely to be contested and dynamic, and to be endogenous, in long-run paths of economic and social change. Policy design, requires context-specific analysis that recognizes these possibbilities. (Bourguignon, et al. 2007, p. 240, in JEInequal)

10 janeiro 2010

tarde sem sol...

06 janeiro 2010

limas em beribere, poesia arcaica

mochila de papéis, livro novo do roth, duas canetas de cores distintas, algo como ir a praia sem sair da sala, ou o contrário, nesse intervalo, de férias, as equações não lineares devem ser loglinearizadas, as cadeias de markov devem ficar repletas e a sensação de desamparo em ano eleitoral só nao superará a dor abdominal-cervical ou d´olhos d´agua, como queiram, as desigualdades de renda pessoal não refletem as pesquisas de popularidade do presidente, a China ainda irá cometer seus soluços e o castelo que constróis em contas públicas, porá a prova a vertente estatal do memso discurso, nesse momento milhões irão pagar pelo erro das deliberações dos aparalhedores, antes que a chuva repita o apagão, o poeta comete mais uma estrofe:
ventas oh! lima de beribere, em bento,
sobejas as lágrimas das encostas,
bandidos de armas sujas atiram nas lampadas
sitiados, ainda fazemos apostas...

05 janeiro 2010

regras e o equilibrio ganha-ganha

Bricoleur



"Como salientou o geneticista François Jacob a evolução não é um designer original que resolve problemas novos com conjuntos de soluções completamente inéditos. A evolução se assemelha mais a um trabalho de bricolagem. Ela usa sempre a mesma coleção de genes, mas de modos ligeiramente diferentes. A evolução opera fazendo variar as condições existentes, peneirando as mutações aleatórias na estrutura do gene que dão origem a pequenas variações numa proteina, ou a variações  na forma como a proteina se desenvolve nas células. A maior parte das mutaçoes é neutra ou até mesmo danosa e não sobrevive ao teste do tempo. Apenas as raras mutações que aumentam as sobrevivência e as capacidades reprodutivas têm probabilidade de ser conservadas. (...)
 Em contraste com o engenheiro, a evolução não tira suas inovações do nada. Ela trabalha sobre o que já existe, seja transformando um sistema antigo para dar-lhe uma nova função, seja combinando diversos sistemas, para com eles arquitetar outro mais complexo. Se quisermos lançar mão de uma comparação, no entanto, seria o caso de se dizer que a evolução atua não como um engenheiro, mas como um engenhoqueiro, um bricoleur, como se diz em francês. Enquanto o trabalho do engenheiro depende da matéria-prima e dos instrumentos precisamente ajustados a seu projeto, o bricoleur tem que se virar com a miscelânia de coisas que lhe caem às mãos (...) Ele usa tudo que encontra ao seu redor, papelões velhos, pedaços de barbante, bocados de madeira ou de metal, para construir algum tipo de objeto aproveitável. O bricoleur apanha um objeto que encontra por acaso em seu estoque e dá a ele uma função inesperada. De uma roda de carro velho ele fará um ventilador, de um de uma mesa quebrada um guarda-sol. " ( Eric R. Kandel, 2006, p. 261 In Em busca da memória)