22 abril 2006

Argilas e digitais

Não há muito o que gravar mesmo porque cd nao tinhas e a virginal parelha era uma cristaleira orlada de recordações, as pedras distraiam o tempo e ainda municiavam o badoque, linhas, curvas, estradas de carpina e morros grotões a dentro, serpentes.... nao tinhas a menor noção do tempo sem aspas, sem o refrão do menino pagão, solitariamente na chapada, ao pé do muro, vastidão na descida, céu de qualquer um, piso de sonhos, diriam uns, outros, menos solidários, melhor seria, sustentavam, não partir, ser do lugar e ficar, bastaria, quem sabe, diriam outros, a melancolia seria uma lembrança vazia de palavras homonimas, ou de vidas, idem, por que nao? Todos os dias a mesma lista de noticias, a mesma indagação sem imaginação, o relato das humanas patifarias, a mesma luta diária com o trânsito e a fuga, o ponto de fuga, matematicamente proporcional, como nos potes de argila de Puebla Acoma, ou como as espirais das digitais, alegóricas, mesmo dia, mesma noite, sem fim, tardia, ainda que lenta e timidamente perdida, por que nao? Viajaremos no verão, para o mesmo lugar, quanta ironia e na descida contemplaremos os muros das casas que não estão mais na rua das pedras, mesmo assim, não aceitaremos o lugar comum sem a falta de vírgulas de antoniolobo....

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