27 novembro 2005

termolinhas

....ainda nao sei o que vou fazer no próximo termo, para onde ir, ficar ou arriscar uma aposta numa estrada qualquer, essas e outras questões correlatas, sempre afligem os que estão longe de casa ou os que estão mudando de ciclo, nunca teremos como encontrar uma resposta satisfatória, temos que ponderar circunstâncias e equilibra-las com os que ficam ou com os que fazem parte desse processo, os que ficam e importam ou os que se importam se vamos ou não, ou ainda, aqueles que verdadeiramente são parte da nossa vida. Particularmente, há uma série de fatores, novos arranjos, novos contatos, a possibilidade de auto-renovar a mobilia e a possibilidade da estante, os armários, os recados na rede, e o conhecimento do que somos a partir de um distanciamento qualquer dos que, de certa forma, já definiram o que somos, pela acomodacao dos contatos, nem sempre renovados em sentido profundo, ou pelo estigma que compatimentaliza a essência para poder controlar a expectativa ou algo do gênero, particularmente, alegra-me a possibilidade de ficar livre dessas previsibilidades que, por nao está em nós, e sim no outro, sempre nos aprisiona no mesmo lugar, lugar indefinido e que não obedece a leis da física, mas que nos fazem, as previsibilidades, gravitar, diz-se de quem é oprimido por uma força latente que não entendemos, ao redor de uma linha de ação e de sensações que não sao exatamente as nossas, mas que reside ou na falta ou no excesso de empatia com os outros. Depois, temos, ainda, mais um, que deslindar os custos, perde-se a rede de contatos, os numeros de telefones ja não servem, não sabemos a qual padaria pertence o nosso café da manhã, ou onde buscar a árvore amiga no parque ou na rua da casa que não sabemos, enfim, perde-se a noção básica de referência, o costume local a cultura da gente e o olhar esquisito dos que, sem saber teu nome, balançam a cabeça quando atravessas a rua ou quando sobes no ônibus na parada próxima a teu destino, em linhas gerais, deixamos, de certa forma, de ser o que somos, afinal existe muito de nós mesmos nos outros com os quais compartilhamos risos, problemas, idéias ou encontrosparabebertodas, por isso, pela precariedade de nossas antecipações e porque sabemos que estamos protegidos em algum lugar, a mudança é um momento de ansiedade e de dúvida real, porém, é pouco provável que consigamos evitá-la completamente.