19 junho 2011

hoje a mangueira, amanhã copacabana...

não consigo ficar animado com o uso do exército e com a inteligência estratégica das unidades pacificadoras, a coisa toda é meio estranha, uma invasão avisada com vistas grossas para a fuga em massa de traficantes, o silêncio obsequioso da imprensa, o medo da população local, e a fuga sem disparos dos bandidos, e o pior, o discurso do secretário de segurança que comemora o feito como histórico, vai mal a coisa toda, esses arranjos para inglês ver, melhor mesmo seria adotarmos o projeto monastério, mandaríamos a copa para os ingleses e tentaríamos resolver de fato nossos problemas, sem exércitos nas ruas, sem bandeiras nos mastros da caixa d´água, sem a sensação incomoda de jogar pra debaixo do tapete os erros todos, o país e a cidade do Rio de Janeiro atual não tem condições de arcar com as despesas de um evento esportivo dessas proporções, vamos lá, falta tudo e os caras ficam brincando de upps, como se a cena sem disparos do Beltrame fosse resolver a falta de saneamento básico ou a cruel realidade dos que tem que usar transporte ou saúde pública na ex-cidade maravilhosa.... Fico imaginando como será tratada a justa reivindicação salarial dos policiais quando eles perceberem que são o fiel da balança da possibilidade dos jogos...o Cabral não é sério o bastante para honestamente assumir a montanha de desafios que estão postos para o Brasil e que esses desafios dos jogos não são os nossos, melhor, não são os desafios que precisamos enfrentar e vencer, temos sim que fazer uma inclusão sem upp em todos os nossos morros e vilas, fazer valer o dinheiro público em obras e serviços de qualidade e eficientes o bastante para atender com qualidade a toda gente, copas e olimpíadas são projetos politiqueiros de oportunistas que invadem as casas alheias com migalhas e bolsa familias, para que fiquem quietos e pacificados, enquanto eles, os garbos politiquinhos,  autores da estupenda ideia olímpica, executam a sigilosa gastança... isso é fazer pilhéria das nossas humanas necessidades reais...não foi para isso que tentamos construir uma moeda, uma cidadania real, uma economia...