13 setembro 2015

país partido

hoje no Estadão e também na Folha de São Paulo foram apresentadas muitas receitas para sair da crise, uma boa introdução segue aqui. Realmente, é grave a crise, mas, aliada das nossas dificuldades, nunca saímos da crise, na verdade. Tivemos momentos de esperança nos dois FHCs e nos dois Lulas, é preciso dizer. Não muito mais do que isso, contudo. 
Agora todas as saídas propostas nos deixariam no mesmo lugar pré crise, um país ajustado financeiramente e que tem contas públicas saudáveis, mas que amarga resultados medíocres em questões sociais e que apresenta programas sociais tímidos, ineficientes e que inevitavelmente, nos prendem em duas armadilhas que se retroalimentam, uma de pobreza e outra de desigualdade. 
Vivemos num pais injusto, desigual, covardemente assimétrico e sempre que queremos ser bacanas sacrificamos gastos na saúde, na educação e na infra-estrutura social. Mesmo repetindo o mesmo discurso, é importante, dizer: temos que gastar mais, não menos, em saúde e educação e temos que gastar mais com e para com os mais vulneráveis e temos que faze-lo em escalas sem precedentes. 
Qualquer saída para a crise deveria considerar essa a única alternativa possível e deveríamos desenhar isso dentro de um orçamento equilibrado com perspectivas de inflação abaixo de 5% ao ano e com crescimento real acima da média mundial. 
O PT tem o domínio do discurso social, mas é estatizante no sentido militar do termo, irresponsável e para obedecer a uma ideologia caduca, o PSDB, por sua vez, ficou preso à agenda economicista e de eficiência apenas. Ambos são incapazes, se não mudarem, de impor uma agenda progressista com inclusão efetiva dos vulneráveis socialmente. Inclusão real, com gastos compensatórios para diminuir ou zerar o fardo de uma vida inteira de circunstancias negativas e sacrifícios. 
As contas públicas devem ser ajustadas para esse parâmetro e não se trata de promover populismo e irresponsabilidades fiscais e monetárias, mas sim de redefinir a agenda de prioridades, é portanto, e continuará sendo, uma proposta de centro com viés social, bem ao contrário do que temos nos dois lados da disputa em curso....

corte imposto

governo não assume o erro, não pede desculpas, não assume que mentiu e omitiu durante a última campanha, que engrupiu as contas públicas, que falseou e pisoteou no erário, no público e no privado. Seguiu uma estratégia maluca de gastança sem fim para implantar seu credo religioso e agora, no crepúsculo dos desvalidos, propõe o corte de gastos públicos para preparar o terreno para aumentar impostos, tudo isso conduzido aos gritos e sem liderança alguma. Qualquer dúvida sobre o sucesso dessa empreitada é vã ingenuidade ou má fé de carteirinha. Seremos rebaixados por mais agências e isso será um grande e doloroso final para um equivoco portentoso do grande líder, nossa presidente não deveria ter sido ungida para assumir tarefa para a qual ela nunca se preparou e para a qual ela não tem nenhuma habilidade satisfatória comprovada. Aflição e desgosto nos esperam nesses melancólicos anos antes da próxima eleição, uma a uma cairão todas as conquistas, que não foram poucas, é real...