29 dezembro 2008

2009

28 dezembro 2008

mundo impossível




nas entrelinhas uma pequena pala da fala oculta, minha cidade não suporta o livre arbítrio, canhestra, sucumbe à fala demagógica da obscura idéia, enquanto isso, na rua dos bares, desenhos tortos são alinhados para, no entanto, resistir, enquanto podem, ao lugar comum, no ano que se aproxima, seremos todos vítimas de velhos demíurgos e suas teorias salvacionistas, veremos estradas obliteradas pela burocracia, vidas postas de lado, sem megafones, os gritos da urgência, sufocados por uma avalanche conservadora, mesmo assim, as perspectivas mudam e a vida escapará, matematicamente, diria o empalhador de lagartos.

Tecnicamente o marcador do tempo não se deixa contaminar por essa onda, segue a perspectiva paradoxal do cubo ao lado, sem poliedros simétricos, seremos vitimizados por uma onda de clichês, os objetos inanimados serão usados contra o contribuinte, mas a vida, essa deusa nosense, seguirá o seu rumo, esperando o fim da tormenta.

23 dezembro 2008

Ainda aquela vertente sonhadora

sonhos

18 dezembro 2008

na casadovivente


no ano colorado, a árvore despeja o tapete vermelho na entrada do prédio, vermelho é o dia, a praça, a rua, a saída para o aeroporto, a vizinha casa, a honorável comunidade que aluga apartamentos no condomínio, o padre da quermesse, os onibus da lotacao, a guarida e o cartão...todos vermelhos de glórias centenárias....

12 dezembro 2008

rio das árvores


no meio das árvores há uma cidade, uma peleja, desigual para a primeira e para o escrevente, corre rumo sem vento, apertado entre blocos, os passaros pousam nas sacadas dos prédios, atônitos e desarvorizados, desenraizados, como o olhar dos que ainda buscam a cidade baixa, ortogonal, vestal e levemente fragmentada, mas povoada de idilios, sons oblíquos e filhos da mae natureza.

07 dezembro 2008

achaques

acabou o campeonato, esse é um momento terminal, acabou, com esse jogo, o ano, todas as referências futuras serão eclipsadas por uma rede de notícias sobre quem vai e quem fica, e sobre como será o plantel da próxima pré-temporada, enquanto isso, os comentaristas vão encontrar as desculpas para o fracasso e as virtudes dos vitoriosos, por aqui, entre nós, a lição é óbvia, é preciso arranjar craques, isso não é suficiente, mas é necessário, times de jogadores esforçados e bem intencionados, operários da bola, não conquistam títulos, mesmo fazendo belas campanhas. Na undécima hora, prevalece o talento a disposição tática para o ataque orquestrado e o toque de bola que surpreende, envolve, empolga e apaixona, na vida, como no campo, pouca coisa se dispõe de pé sem inteligência criativa e sem visão aguda, nada de improvisos ou de marcação cerrada com jogadores desprovidos de habilidade, de técnica e capacidade de criar, esses times sucubem ao seu próprio ambiente e morrem na praia, invariavelmente. Não que um grupo recheado de craques seja um colateral imune a crises, nada é imune a crises, mas essa fórmula de mutiplicador linear e de curto prazo, conviverá sempre com a mediocridade dos empates ou de vitórias sem mérito, somar pontos nao conquista campeonatos quando o adversário sabe jogar.

04 dezembro 2008

me engana, vai...

a falta de um discurso claro só não é maior porque a conveniência permite essas acrobacias verbais, diz-se que esta na pauta, mas eu discordo, afinal sempre fui contra tudo que era novo e interessante para o país e que confrontava interesses corporativos arraigados, nossa agenda conservadora, prefere perdoar dívidas, cometer emprestímos para financiar amizades ideológicas, aumentar a despesa corrente e ampliar o tamanho do estadosquo, nada como uma retórica de aluguel para preservar a corporação, enquanto brinco com o futuro da nação de olho no calendário eleitoral. Tristes trópicos, terra brasilis, que pegou carona no atraso e conforma uma agenda sem méritos e completamente equivocada e cheia de truismos e sofismas, empurra o país para o interior da cratera, sempre a mesma liturgia maniqueista, simplista e de ameaça revolucionária[diz-se de quem aposta no atraso para confirmar suas crenças na beatificação do poder total].

29 novembro 2008

danos




a orla seminua não entende o poeta que observa a flor no cascalho brigando com a sina, viver entre pedras sob a areia da praia. Minas nao sabes onde fica, moras em porto alegre, vives na quimera, sonhas com arvóres centenárias do meio-norte, assim como vítimas da cegueira canibalizam a crise, a estátua inerte sofre danos no meio da noite. A idéia de celebrizar o modernismo com bronze e concreto não encontrou apelo nos anseios do povo, uma por uma, arrancamos a viseira do bardo, para atingir o insólito no calçadão. Deixem o poeta em paz, tolos e bestiais senhores de gravata da câmara baixa.


24 novembro 2008

boa noite

fuga do calendário, assim termina o dia de viagens, reuniões sem objetivo claro, e poucas leituras, tirando-se o blog do leitor único, e as traquinagens do mister obama, que acaba de indicar uma equipe econômica quase continuista, [digo pelo que leio não pelo que sei], ficou a impressão de que o verão vai ser longo e seco e que a corrente humana vai seguir seu destino, inapelavelmente, continuaremos a sofrer com rupturas unilaterais, com a insensatez da oposição, com a insensibilidade dos que partem e com a mímica da autoridade que tenta convencer o pobre consumidor a aumentar sua dívida mesmo sem garantias de renda futura, outro tanto, seria motivo de comemoração as vitórias emblemáticas da oposição na terra dos bolivares, [sempre aparece uma luz nas trevas, mesmo que tênue e esqualida a democracia continua a florescer], já entre nós, só a alegria antecipada com o provável reencontro dos amigos para "quebrar" algumas garrafas de espumantes na rua principal da república dos sonhadores, oxalá, tenha a tal greve terminado, os sinos dobrados e a rua, luminosa e povoada, como sempre, receba a todos sem parcimônias.

21 novembro 2008

cidade real...


18 novembro 2008

esquinas na praça


12 novembro 2008

dos oportunismos


comportamento oportunístico é racional, mas ter senso de oportunidade pode ser sinônimo de empreendedorismo e visão articulada das oportunidades do momento. Nenhuma nem outra são atitudes insensatas, porém devem obedecer a um crivo moral, sem dúvidas, mas todas, a seu modo e a seu tempo, são representativas do momento de crise, como sempre, desgasto-me com essas manifestações, mas reconheço a sua racionalidade, eis uma lista de impropérios:
marx e a crise, os fundamentos já estavam no capital
keynes ressurge com impeto e forca
obama e o new deal, o importante é nao cometer o mesmo erro de F.D.R e gastar estupendamente mais no curto prazo
desensolvimentismo no Brasil: 1930-2008(sic)
o mercado não é eficiente como já dizia Aglieta, o Estado, ah!!! o ESTADO!
a crise é a pá de cal nas reformas neoliberais da década de noventa
o declínio do império americano- 19- remake
blábláblá....

08 novembro 2008

improvisos


o mestre sem peias esqueceu na "bulé" o chapéu de pescador, rumo incerto trouxe-o até esse esquecimento, mero acaso, insistem as suas cismas, enquanto caminha de volta para casa. No horizonte, uma fuga, uma garganta seca e aspera, uma vontade de sofrer a dor da alegria sem pausas, sem mediações, apenas aquietar as pernas, também doloridas, repousar, enfim, depois de tantos quilometros na estrada, redefinir o alvo, apurar os sentidos para ouvir o grito roco dos quero-queros defendendo a ninhada, nada eufórica essa distração das horas, apenas uma rede a balançar na sacada movida pelos pés que apoiam-se no peitoril, ainda é cedo para o fim da tarde, adormecem os ditongos, poemas esparramados na lembrança, um debater-se sem contas, uma resma de palavras postas de costas para o mar, interior.

05 novembro 2008

Liberal


"na realidade, como sabemos, tudo é sempre muito diferente." (Sebald)
O antiamericanismo acaba de sofrer um golpe terminal, regojizo-me com a democracia, a máquina velha emperrou na hora da eleição, mas funcionou plenamente durante 50 anos initerruptos. O sinal claro das urnas: chega de intolerâncias e discursos radicais, o centro agora é, além de plural, multiracial, e emblematicamente livre, parabéns aos democratas, e ao povo americano, sim, nós podemos acreditar nos arranjos humanos.

03 novembro 2008

a visita


a motivação para mais uma feira do livro, apesar de muitas voltas e muitos livros, nao se confirmou, atende por Sebald, mas poderia apenas compor o balaio de qualquer sebo ou livraria, o motivo, é o que menos importa afinal é mais um livro que será lido, relido e comentado com os demais, mas tem sido assim, um desejo inesperado por um livro qualquer e lá vamos nós, descumprir a promessa de nunca mais visitar, etc, também como sempre, acabamos comprando o livro que nao procuravamos, no caso, a compra, ou seria autocompra, se justifica, porque é mais uma obra do breviário do escrevente, um artigo, num livro de autores, organizado pelo Paiva e publicado pela edunisc, acertou quem palpitou que lá vem mais um artigo sobre convergência com cadeias de markov, a novidade é a competência do co-autor, que empregou diligência e método nessa empresa, aliás a tarde e noite de autografos será nessa quarta de olho na bombaneira, irei à praça, pela segunda vez no terceiro dia feira.







02 novembro 2008

livro das citações


"intervenções do Estado no domínio econômico [tudo entre aspas] têm mais chances de funcionar quando feitas por gente que acredita em mercados e vê a intervenção como exceção, não como regra." Gustavo Franco.

"a economia de mercado tem mil anos de serviços prestados ao passo que os experimentos sob os auspícios de Marx, Lênin, Stálin, Fidel e Chávez, são nada menos que trágicos." Paul Samuelson, by Gustavo Franco.

"a heterodoxia econômica aproveita-se da confusão para sair do armário. Pior para o contribuinte." Carlos Eduardo Soares Gonçalves(CESG).
"não há evidência empírica robusta de que maiores gastos do governo tragam alento à atividade econômica no caso de economias em desenvolvimento e com nível de endividamento não trivial"(CESG)
"Em resumo, o choque externo reverteu as condições que permitiam o crescimento rápido da demanda doméstica com efeitos inflacionários mitigados (não eliminados) pela disponibilidade de importações. Insistir em manter a demanda doméstica acelerada só há de trazer mais depreciação cambial e inflação." Alexandre Schwartsman
"na prática, se os consumidores cortassem gastos, o Fed responderia reduzindo os juros, o que ajudaria a evitar a recessão e levaria a um aumento no investimento. Então, a virtude é virtude [o ato de aumentar a poupança por parte dos consumidores], salvo se o Fed não conseguir impedir a queda nos gastos do consumidor." Krugman


01 novembro 2008

oportunidades reais

base angular, sobrepeso na conta de chegada, uma leve carga na algibeira, um destino a mais, sem vaga-lumes na noite das apostas, sempterno, sombrio é praia, mesmo corte lateral, vigas mestras do classico enredo, nostalgia da mediúnica previsão, todos "santos guerreiros contra o dragão da maldade", citas, mas não acertas, erras por ideologias mortas, por passagens obscuras de livros idem, porventura, ousas pensar em outras possibilidades??? Na feira livre os livros repousam nas caixas de papelão, enquanto isso, a cidade dos holofotes repisa as suas tradições, ocas midias reprisam o teatro das pandorgas, mesmas falas em chavões, lugares comuns, clichês surrados na festa dos sebos, sem graça os passáros abandonam as arvóres à própria sorte, com medo da cidade vazia de livros e de idéias, a mesma crise, com a mesma sugestão de respostas dos manuais agastados pelo tempo, reproduzem idéias mortas do século das dores, sem dissimular o regojizo e a felicidade com a mesmice, velharia velhaca, apenas, implora-se, deixem os livros em paz, desocupem a praça e esqueçam a letra dos inocentes pombos da alfândega....

31 outubro 2008

o mote

minha terra tem lula-las a matrequear
as marolas que aqui marolam
nao marolam como lá
nosso bacen tem mais reservas
nossos bancos mais favores
nossos favores tem mais estado
nosso estado mau gestores
minha crise tem sabores que tais
nao encontro por lá
minha terra tem lulas a matrequear
tem campeao no quinto lugar
nao permita deus que o ministro volte a falar
que o belluzo seja vulgar nem que o mundo empac
sem medida provisória para imolar
nao permita deus que a crise venha a marolar.

27 outubro 2008

ladainha

na avenida ampla, iluminarias sem vida nao permitem uma perspectiva clara, tropego o ilusionista sonhava com a vitória da tolerância, baratas ocupavam o banco da praça, naquela cidade dos horrores, bolsas despencam, enquanto a autoridade anuncia que nao estatiza banco ocupado por baratas, sofregas e tontas, elas, as baratas, suportam a desdita com a honra de quem sabe espocar uma bolha, trafegar entre escombros e compor uma nota na atadocopom, sem rimas, pavor na noite dos alertas, esboce um silencio senhor ministro em nome do bom senso e por amor dos esmeros.

26 outubro 2008

uma dica para as próximas horas....
http://http://www.youtube.com/watch?v=nJs0kEsQOcA

25 outubro 2008

decisão

antes de apertar o botão confira e confirma, perambule pela tabela de pontos ganhos, consulte a velha consciência, se alguma houver, dados os números de ontem, temos uma leve impressão de fato consumado, os que vêm correndo por fora, precisam dispor de um tropeço do líder, o que significa muito num campeonato de pontos corridos, a julgar pela sorte que acompanha o nosso arquirival, teremos que aguentar a chacrinha até conseguirmos definir o próximo técnico, enfim, ano perdido, e sem glórias, agora resta-nos apurar os votos, fazer contas e esperar o próximo campeonato, mesmo sem graça, a analogia futebol-política, é melhor do que a vida real, algo de novo, só na virada da década...

21 outubro 2008

temporais

o ultimo sinal, nada que queiras administrar, uma falta vernacular na encosta, uma mesa sem cuidados especiais, apenas uma longa fila, teoria das filas, diria o anotador de motivos, para nao querer saber porques, expressoes em desuso, midiatica campanha, virtual, mas sem o sal da terra, o convivio com as pessoas que justificam a noite dos amores, a vela engasga na outra encosta, turvas aguas, chuvas de dias, vida que segue as curvas em volta da lagoa, a ilha posta a prova ao norte, mirante que nao alcancas...viagens sem voltas, passeias, enquanto as nuvens desabam na ilha.

20 outubro 2008

a volta...

sempre arrumamos uma, [volta] agora mesmo, todos os velhos e surrados manuais de quiromancia e magia, oculta e profana, saem do cadafalso onde jaziam, para a velha arenga, eu sabia, dizem eles, ja estava la em descapita, paragrafo 15, versiculo 22, capitulo nono da primitiva e verborragica obra, só na quermesse que o intelectual usa a suposta teoria para derrubar a hipotese da eficiencia do mercado, em 2532 caracteres o documento famélico, idiotia consagrada, empulhação nostalgica, sem escrupulos.
Noutro tanto, continua a indefinicao, ajuste fiscal ou expansao monetária com politicas de gastos compensatórios, isso parece a via lactea, sempre o mesmo formato, em toda esfera, multiplicas para estimular a efetiva demanda, nada mais simples, nada mais inocuo, ao final, perderas os anéis e os dedos, sem meio de troca, provocará a fome dos que querias proteger, mas como ages em nome do deus ex-machina, nem cogitas em poupar, segurar a empresa eleitoreira e avisar aos mortais que teremos dias dificeis em prestacoes. Nesses tempos de incertezas tantas, como é suave a estocástica equação e o caminho de guermantes, numa terra prestes a viver sua verdadeira hora, nada demais para os menos tolos, mas um intenso desespero para quem sonha com uma vida melhor para todos.

15 outubro 2008

a deus...

em mais um dia de pânico o presidente recomenda a real desvalorização como antidoto, enquanto o diretor daquela outra equipe, alega perseguição do conselho disciplinar da confederação para uma, pouco provável até aqui, não conquista do título, na hora da fuga para realidade os presidentes agem como bartatas tontas, seguem o instinto de sobrevivência ou tentam um contato sobre-humano com as massas, uma virtude há nessa história, querer sempre a crista da onda sem ter que apelar para uma impensável autocrítica, a culpa sempre será do bush ou de qualquer outro fdp da cbf, nunca da minhas circunstâncias, afinal eu sou 80% deus ou mais, e fiz o que ninguém mais fez...a tristeza do escrevinhador com as ameaças do futuro só não superam os trilhões de euros ou dólares porque esses meios de troca não são reais, a bolha assassina, pariu os anos de glória do assistencialismo corrupto e conservador, agora, o ego inflado murcha enquanto a decrepta bolsa interrompe a queda, abruptamente. Sem chamegos com os ritos da corte, sabe-se muito pouco dos espólios e das reservas, ou das medidas iliquidas que estimulam a liquidez do sistema, empresa inglória que caminha para falência...

13 outubro 2008

um dia engraçado...

com essa singela frase, Krugman comentou o seu prêmio, não é qualquer prêmio, é o Nobel em economia de 2008. Sinceramente, acho que já era merecedor, e não exatamente pelo trabalho em comercio internaiconal, acho que a nvoa geografia economica que combina bifurcacoes, retornos crescentes e concorrencia imperfeita para explicar padroes de fractals para as aglomeracoes da atividade economica no planeta sao muito mais intuitivos e significativos e podem sim, mudar o olhar sobre o mundo, e redesenhar a forma como vamos construir politicas públicas nos proximos tempos. Economias de fundo de quintal nao perduram, economias fechadas nao sao boas formas de alcocar bens e atividades e o padrao é concentracao e nao dispersao, e isso é fundamental para construir uma sociedade mais equilibrada e prospera, quase impossivel mesmo é explicar isso para uma cabeca keynesiana e que ainda acredita no modelo substitutivo....

09 outubro 2008

a irresístivel cor

em tempos de crise o ideólogo de plantão só consegue registrar o que favorece a sua crença, olha para as nuvens e ver, antever, o fim do capitalismo e a mudança de paradigma, como confirmação da sua temerária ilusão, cita a biblia e outras peças sagradas da liturgia obreira e tenaz de sua religião. Mesmo sendo, reconhecidamente, precários e limitados, não tem escrupúlos em usar seus modelos teóricos para comemorar a crise, porque isso justificaria uma interpretação parcial e equivocada da realidade. Exigir bom senso e humildade para quem se considera salvador do mundo e que ver na prática messiânica a licença para matar, prender, corromper e evocar poderes eternos sobre a turba, seria uma ilusão tão grave quanto os diagnósticos de fim dos tempos que temos visto na província, mas fica o registro, são torpes e notadamente insuficientes esses diagnósticos oportunistas e meramente ideológicos. Reconheço também que vale o mesmo para a outra parte, supor que o sistema é aberto e que isso por si só, garantirá uma saída indolor da crise de confiança é também fazer uma aposta meramente ideológica. è necessário sim uma ação coordenada dos bcs e uma mudança profunda no marco regulatório e evitar que a tormenta vire uma crise sistêmica global....

03 outubro 2008

crises e analogias, diz que tem uma...

depois de 13 rodadas na primeira posicao o referido time perde de forma humilhante para o grande rival, fica pra tras na tabela e ainda revela todos os seus pontos fracos: plantel limitado, técnico obtuso, defesa em linha, goleiro inseguro e atacantes previsíveis, sonolentos e pesados. Sem craques, sem esquema e sem lampejos de criatividade, chegou até aqui, porque a conjuntura era favorável e seguindo a mesmissima cartilha: métodos surrados de endividamento, crescimento do grupo de jogadores convencionais, obscuros e sem valor no mercado, mercado aliás, que foi sempre odiado e questionado, agora, a antecipada e previsivel crise, confirma o diagnóstico, folha de pagamentos abusivas e sem criterios de mérito, técnico com práticas do século passado, patrimonialismo messiânico e vestuário eivado de lugar comum, conformam mais um fracasso, mais uma campanha sem glórias, mais uma etapa perdida...

23 setembro 2008

"Nao existe mais Rock and Roll meio nonsense."

a pedra, solitária, rodopia no terreno escarpado, como uma libertina, revive a algazarra da época da cheia, uma repetida e arriscada travessia, sem meio-termo, sem complacências ou acordos cerimoniosos para preservar a imagem ilibada, não faça, pensou a outra pedra, desse bólido uma diatribe, uma cornucópia da língua pátria, cavernosa na cabeça oca, para fortalecer a intransigência ou as idéias bobas e torpes, segure o avaté, repique o atabaque, mas não ponha na mesma sopa os nutrientes do vinagre e da massa, seja consciente da sua intangibilidade e da sua incapacidade virtual de por a bom termo os que seguram a bolsa como quem protege o patrimônio, outra hora se alevanta, de outra ordem, sem chavões ou palavras de ordem, apenas silenciosamente firme, em princípios e práticas, mesmo que a infeliz escolha da primeva pedra, precipite abismos...

22 setembro 2008

o interventor de mobongo

carrancudo e sem alças, esse indivíduo que é amigo do dono do espólio, nao entende nada da tarefa para qual foi imposto, não sabe o que é livre arbitrio, nunca se olhou no espelho com medo de provocar rachaduras, a única coisa que leu na vida foi um manual de guerrilha com sérios erros de concordância, mas acredita que, ao suplantar o contrato feito pela maioria e assumir o maior cargo da comunidade local e que, portanto, pertence à comunidade, está fazendo justica com as próprias mãos, algo na linha, eu posso eu arrebento. Sem peias, segue as ordens do inopinado e patético gás mostarda, o aparelho da revolucao e a vida das idéias mortas, mas nao pertence ao grupo dos seres civilizados que ainda respeitam a voz da maioria e os contratos que elas assinam, fratricida sem vergonhas, só braveja bordões surrados....

18 setembro 2008

senso de oportunidade


As manchetes improváveis ou porque não trilhamos a prosperidade:
1. Afunda Brasil: presidente megalomano não percebe a crise e inaugura mais uma estatal
2. Estatal do petroleo adere a campanha e lança plataforma dos candidatos no sul do país.
3. A modernidade: 30 anos depois o Estado brasileiro retoma do rumo do desenvolvimento.
4. Estaleiro improvisado não sabe quanto gastou na nova plataforma da agência do petróleo
5. Gastança, transparência e comicio: a ilha do baile fiscal fica no Rio Grande.
6. Não aprendemos com os erros do passado: em dia melancólico governo brasileiro comete suicidio fiscal em nome de um modelo de estado ultrapassado.
7. Assim como durante a segunda crise do petróleo, o pac aposta no mesmo equivoco do II pnd.
8.Espumante da estatal do vinho celebra e batiza a novissima política econômica: sem mercado o barco está a deriva.

12 setembro 2008

harmonia...amônia, quase anônima

o professor vai ao piquete, atravessa a poça d´agua em cima de uma estaca de madeira de lei, ruas sem numero, escuras e em lamas, uma certa dose ácida de urina animal no ar, frio e chuva no caminho, ao entrar na cabana de madeira é recebido com a reverência dos humildes, sem empafia, bebe-se cerveja enquanto a harmonia, (ou seria amônia?), do parque começa a tomar forma, lugar nenhum para calar, ouve-se relatos de violência urbana e da precariedade da assistência à mulher agredida que tem que voltar para casa com o mesmo talho na cabeça e com o alentado, porém ainda insatisfatório, boletim de ocorrências na mão, depois de alguns copos e muita carne no espeto corrido, mais um tema amargo com os membros da comunidade local, o professor, cidadão de muitas inequações, já não sabe responder o óbvio...o impressionante é que não consigo lembrar de ter ficado tão à vontade em uma primeira visita...

02 setembro 2008

cúpulas

caiu a cúpula, abin parece que ainda não, mas, fica claro, que não há limites para o destino do pais na mão dos aloprados, a receita, ou melhor, a lista de impropérios é quase infinita, porém sem criatividade alguma, seguem à risca a cartilha do bom burguês, do apedeuta sem costeletas, e da docha em tempo de guerra e paz, a minha sensação é de estupor e tristeza, os ratos nao boiam e o espelho d´agua reflete uma perigosa combinação de mediocridade com arrogância criminosa, uma especie a mais de colarinho branco com extorsão publicamente conduzida.

24 agosto 2008

hakai

no post, o novo criar
nao temes, mesmo que
na tela inteira sejas apenas
digitos sem sombras.
porfias....

21 agosto 2008

A palavra e o uso da palavra...

Não, senhor presidente, http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2132342.xml não é tão simples e pueril como supões, do verbo, achacar os achacados, com impropérios a toda a turba. A quem pensas que enganas???

18 agosto 2008

Adélia....

"Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso,com trovoada e clarões, exatamente como chove agora.Quando se pôde abrir as janelas,as poças tremiam com os últimos pingos.Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos. Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,trinta anos depois. Não encontrei minha mãe. A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha,com sombrinha infantil e coxas à mostra. Meus filhos me repudiaram envergonhados,meu marido ficou triste até a morte,eu fiquei doida no encalço.Só melhoro quando chove." (Dona Doida, por Adelia Prado)

14 agosto 2008

pedregulhos

algumas pedras catadas na areia da praia, mar revolto, vento sul na encosta do alemão, ainda sonha o mesmo sonho, sem sermões, cem servos, uma bela encantada com a rotina na torre sul, vinhos nos cascais, belezas tropicais na ilha de meus nobres recuerdos, carregar pedras sem valor para atender ao meticuloso olhar...

12 agosto 2008

ferias

essa é uma palavra enigmática e que, talvez, nao faca o menor sentido, mas posso afirmar que, hoje é o último desse belo idilio, algo como uma abstração nao observável, assim como o meu mapa de preferências e a forma como eu costumo oderna-lo, essa abstração, mais uma, nao faz jus ao nome, apenas serviu para fazer prescriçõe sobre o que poderia ou não fazer, acabei mergulhando nessa idéia com o idealismo de sempre, com perdão do uso próximo de palavras próximas, como experiência ficou o cansaço profundo e quase peripatético, como uma longa caminhada no calçadão, para lugar nenhum e sempre solitário, apesar da multidão que sempre acompanha esses movimentos humanos sem sentido aparente.

10 agosto 2008

tempos novos

perdido na cidade com o taximentro ligado:
X: alô, oi, diz para o taxista onde é a minha casa, viu?
Y: eu nao estou entendendo, cê ta perdido?
X: eu nao sei onde eu moro, que cidade é essa mesmo? Diz pra ele onde fica a casa da minha mae...Eu sei onde fica o inicio, irgh, mas to achando essa quadra muito redonda, porque ja passamos por aqui umas 10 vezes...

Ligar o taximentro e fazer uma corrida, hoje em dia, é até engracado, se a chamada nao fosse a cobrar e interestadual, a piada seria irresistível, mesmo assim, é melhor ser acordado assim, aos risos, do que por uma voz lugubre de alguma emergência hospitalar...

28 julho 2008

os de Teresina são brancos...


27 julho 2008

cores sem fio, oleo e tela, no mesmo dia nublado sem densidade....

24 julho 2008

para terminar...

"sempre evitei falar de mim,
falar-me. Quis falar de coisas.
mas na seleção dessas coisas
não haverá um falar de mim? (JCMN)

afundação, em nível...

enquanto, o meu único leitor viaja pelo mundo, aproveito para retomar a lida, nesse momento, o frio ameaça voltar, a tenaz fuga de capitais humanos, mantém sua rotina, seletivamente contemplada, a esplanada nao esquece os seus, o desenho é tragicômico, mas é real, brincas com o impiedoso dragão, depois os eleitores de todas as querências, e do sertão e seu deserto calcário pré-sal, é sabido, perceberao que aumentaras, combustíveis e outras energias não renováveis. O mesmo leitor, pergunta-se porque nao escrever em linha com a politica-econômica, densa em adjetivos, vazia em conteúdo e monotonicamente repetitiva em modelos??? A mão que aumenta juros é a mesma que rasga cheques, ambas, escutam telefonemas alheios, mas nem tanto, deportam delegados e arrumam uma bouquinha para os de longa data. Nesse ritmo, mais uma fuga de capital humano se antecipa, meu leitor único, ficará por lá, lendo jornais sobre a eterna vigília, até quando????

13 julho 2008

I presume...

um som na varanda, alguma vigilia, uma leve sensacao de verao na ilha de sao joao, uma tipica e terna vizinhança, enquanto lamentas o empate fora de casa, o imponderável som, repercute nas cordas animicas, alguma nostagia do desamparo, uma dor suspensa na memória, particulas soltas no livro das citações, uma tácita vítima da angústia, pequenos acordes no violão recem encordado, a nota de prestação de contas no leito do rio, uma falta de ar na encosta do morro, a brisa atrasada, compassos densos de um blues clássico, a falta do espelho na sala de visitas, músicas de sempre com recordações sempre imprevisíveis, a casa da música de villa-lobos adora musica renascentista ou o livro de historias da música de otto maria carpeaux (carpô) como diria o dedilhador mágico da varanda, que agora anda pela casa dedilhando a fantasia número 3, bela forma de terminar o domingo ou de começar a semana da vida nova, férias, presume!

11 julho 2008

ainda os clusters...

uma pergunta sem resposta, como fazer para criá-los ou porque devemos colocá-los na agenda? Normalmente, a visão do senso comum tende a repudiar aglomeracões com palavras de ordem concentradoras, digo, conservadoras, do gênero, odeio tudo que nao entendo e que decorre da ação de mercados livres ou do acaso, como queiram, creio, porém, que além de inevitáveis eles são vitais para introduzir escala, ganhos de produtividade e a prosperidade com inclusão, que sempre a acompanha, mesmo nao entendendo ainda as suas forças auto-reforçadas, sabemos que as políticas públicas de caráter regional têm que ser aplicadas com cautela num ambiente de incerteza e de bifurcações, algo como a hecatombe sem modelos convergentes, o efeito catalisador de uma frase sem nexo, o debulhar da manada no meio do pasto, ou o amor incontido pelo internacional, nada que justifique a principio, mas real e de uma força tremenda, isso sem falar, nos outros arranjos inconclusos do humano, todos...

06 julho 2008

a cidade e o país vizinho

na cidade do livramento, santana do livramento, nao temos festas, elas ficam, pousam, existem, do outro lado do muro, que tambem nao existe, o olhar do economista nas feiras, aglomeracoes de bares mudam o eixo das compras, ou o eixo das compras forma um aglomerado de bares, comprei a ideia, literalmente e a dose extra paga em pesetas, nao quebrou o lacre, mas bem poderia servir como exemplo da nova geografia economica, o uruguai é um cluster de bares e o brasil uma cidade satelite e dormitório, enquanto alguns bebem, outros compram e outros, pior ainda, dormem, eu, como sempre nao compro nada...

02 julho 2008

homenagens

Em homenagem ao meu´único, e improvável, leitor, retomo o posto, digo o post, com perdão da palavra, estou cheio da lei seca, não porque ela nao seja eficaz e necessária, também acredito que ela já vem tarde, mas sim porque as críticas seguem o modelito - sou avesso a mudanças de hábito e nao quero pensar sobre o impacto de tais mudanças sobre o arranjo social que construímos. Particularmente, estou convencido, (os bordões do home!), que temos sim que avançar muito nas políticas de restrição efetiva de acesso ao alcool, principalmente, entre os jovens, e que nossa legislação e a nossa política de regulamentação de propagandas, envolvendo bebidas alcoolicas, precisam avançar muito. Quanto a dirigir e beber, não curto há muito tempo, apesar de beber satisfatoriamente.

16 junho 2008

Cronologia...

Impreciso e sem observar o passado, nao sabes a quem deve dirigir a palavra, apenas observas o observador observar, na paleta a origem da criação que, por nao ser única, depende do observador criativo, enfim um enigma quem gerou o que e quando, se ha um principio, que fique claro. uma alusão ao castelo e suas preciosidades, na roma antiga, as mulheres da tribo vizinha valiam ouro, e nesse reino visistas e festas, acalentam outras tantas historias da civilizacao, raptos, intrigas, a corte revisitada o amor sereno que nidifica ou a uniao pela força dos corpos.
num vazio descaido da estrada que une a europa antiga ao novo reino, paragens de descanso, enquanto a máquina de ostras, repulsa, sonoras loas para o bastião da moral alheia, sonora continuidade no descampado em meio ao cantar dos passaros no final da tarde, ergue-se, sonoramente, a noite dos descampados.

13 junho 2008

CDA

A bruxa
Nesta cidade do Rio,
de dois milhões de habitantes,
estou sozinho no quarto,
estou sozinho na América.

Estarei mesmo sozinho?
Ainda há pouco um ruído
anunciou vida ao meu lado.
Certo não é vida humana,
mas é vida. E sinto a bruxa
presa na zona de luz.

De dois milhões de habitantes!
E nem precisava tanto…
Precisava de um amigo,
desses calados, distantes,
que lêem verso de Horácio
mas secretamente influem
na vida, no amor, na carne.
Estou só, não tenho amigo,
e a essa hora tardia
como procurar amigo?

E nem precisava tanto.
Precisava de mulher
que entrasse neste minuto,
recebesse este carinho,
salvasse do aniquilamento
um minuto e um carinho loucos
que tenho para oferecer.

Em dois milhões de habitantes,
quantas mulheres prováveis
interrogam-se no espelho
medindo o tempo perdido
até que venha a manhã
trazer leite, jornal e clama.
Porém a essa hora vazia
como descobrir mulher?

Esta cidade do Rio!
Tenho tanta palavra meiga,
conheço vozes de bichos,
sei os beijos mais violentos,
viajei, briguei, aprendi.
Estou cercado de olhos,
de mãos, afetos, procuras.
Mas se tento comunicar-me
o que há é apenas a noite
e uma espantosa solidão.

Companheiros, escutai-me!
Essa presença agitada
querendo romper a noite
não é simplesmente a bruxa.
É antes a confidência
exalando-se de um homem.

treze é o dia...

nesse dia, exatamente na passagem do paralelo 33 haverá, no sentido de existir, os que nao querem sonhar, os que resignados aceitam as manifestações de desapreço pelo correto e pelo sentido de correção, esse mais importante do que aquele, e capitulam, erguer um sonoro não aos que planejam barricadas para atacar a instituição primária da liberdade e da conquista de direitos universais, é fundamental, como sempre, alinho-me aos moinhos e defendo um por um o desatino dos loucos que acreditam em instituições, regras, contratos e inclusão social plena sem desrespeitar a mãe de todas as conquistas: o estado democrático de direito. Não venham mercadores de ilusão, figuras torpes do poder a qualquer preço, ousar contra o que vai na carta magna ou na letra objetiva e sagrada da lei, precária é sabido, mas humana e consensuada institucionalmente e, portanto, inatacável.

18 maio 2008

escrita fina

no altiplano a vida segue o seu ritmo, trafego intenso na rota dos pardais, o fan e suas grotas ainda encantam, as flores amarelas contrastam com o verde lugar-comum, saudades dos brejos, de pastos intermitentes, no volante o bip da cartografo, vire à direita para nao perder o rumo, subida ingreme na volta, cuidado caminhao de carga na autopista, mesmo no escuro seria possível descer o vale, sem medos, apenas com a cabeça voltada para o projeto de pesquisa ou para o projeto de país, figuras empalhadas na prateleireira de livros, flautas doces de leves compassos, mozart, vivaldi e à capela o barbeiro de sevilha, na manha seguinte uma leve ancofarada lembranca de monet, uma alusao ao tgv tropical, seriam rápidas as viagens, mas sem sal, sem a parada para uma torrada na convergencia dos onibus, sem uma minima nocao da cultura local, apenas o monolítico ser perseguindo paisagens em alta-velocidade, melhor seria pararmos o tempo e continuarmos bachianamente em oboés e metais preciosos, as pedras do lugar também seriam do planalto do norte, línguas misturadas de culturas presentes, quase nao consigo entender enquanto capeleteanamente aqueco so pés, amanha voltarei, cansado e sem voz, mas conversei com as pessoas do local sobre a moeda e seus cuidados, sobre inclusao social e sobre a figura emblemática dos contratos, nenhuma pergunta, muitos emails, algumas palavras de agradecimento e a volta para o cerro setentrional.

06 maio 2008

sacanagem pura

berimbau de uma nota só, etanol, berimbau não tem apenas uma vareta e um tronco oco ou coco na base, enquanto esqueces o que é uma visão civilizada da instituição que comandas, parcimonia ética e um pouco de modéstia, mister presidente, sua ladainha não faz jus a sua fama, respeite os ouvidos mais sensíveis, a lógica, a surrada noção de apreço pela causa pública, os pobres, enfim, afinal do que estamos falando, de resolver os problemas do mundo com o biocombustível, de tirar os pobres da linha de pobreza com biocombustível ou de sair do bbb para uma quimera primeiro-mundista com o biocombustível???? Certamente não é tão simples e opaco como salvar o bndes do aparelhamento campineiro, política industrial para os amigos na casa da mãe, sem dúvida isso também é pura sacanagem, mas ai, o discurso teria que ser decubito dorsal ou coisa pior, seja lá o que isso signifique, lamentavelmente.

30 abril 2008

O petróleo é nosso, a gasolina, nem tanto....

Fechar a petrobrás, esse seria um bom mote para recuperar a decência, por que não? Temos uma longa história de populismo e de confusão entre o público e o privado, repetimos a ladainha, usar as burras para projetar nossos projetos políticos e para financiar a política cultural engajada, sem transparência, sem racionalidade econômica mínima, sem uma justificativa decente, sem escrúpulos manipulamos balanços financeiros, pespectivas de lucros e o fluxo de receitas e despesas, para agradar no curto prazo de olho no calendário eleitoral, pena que fazem isso com o dinheiro que é de todos e para poucos, os privilegiados, os amigos do rei, os filhos do partidão, os mesmos, os de sempre. Modernos, progressistas e heterodoxos, só mesmo a heterodoxia para controlar preços alheios em nome de projetos pessoais e partidários e com o dinheiro de terceiros.

21 abril 2008

Na minha rua

manifesto antiglobalização, hoje a noite, na rua da minha casa, o verbo tomou susto, ja nao somos etanol ou biodegradável, viajamos sem leito de dormir e a inflação, ultimo reduto do populismo, tomou ares globais, rima com intromissão e o petróleo, essa máquina de fazer energia, redesenhou em solo africano, a massa de fazer o pão, cana de açucar jaguarana, doce e tenaz, longas filas canaviais, tratores da terracota, feitos na serra, debulham o milho americano que ameaça o populisomo binacional itaiupu, sem trocadilhos, o bispo abandonou o hábito, mas manteve a liturgia e o velho e surrado apanágio de idéias torpes e conservadoras, douradas por uma retórica bom-mocista de salvadores e salvados, os pobres, esses não sabem o que vai no corporativo cartão, o mesmo que usas em usa, ou na vila ocre e sulamericana, patagonhas, mesmo assim, na minha rua, soam buzinas, sinos ainda insistem em preservar a provincia, dos casamentos da corte, das rotas românticas, trilhas de folhas caídas no outono em decadência, vestes de uma época sem sincronia, o passado elege o passado, o presente agoniza e o futuro não foi convidado, afinal a globalização deve ser isso, repetir o erro do passado como se fora conquista da modernidade.

09 abril 2008

a conferir....

sempre duvidei da autonomia do bacen durante o atual governo, a fazenda, sua liderança e grande parte dos liderados, estão apostando todas as suas fichas num keynesianismo primário e de manual e flertam amistosamente com a volta da inflacao de dois digitos, gastam as burras para fazer o pac (partido atualmente no controle) crescer e adoram intervir no câmbio, se pudessem, colocariam sindicalistas na diretoria do bacen e chamariam algum líder do mst para escrever a ata do copom, veremos, assim, nos próximos dias, ao que meireles veio, se veio, e até onde vai a insesatez do atual governo.

08 abril 2008

Colecionar frases virou um hábito tão comum quanto visitar blogs dos amigos, nesse momento, tenho várias frases do fim de semana, algumas triviais, mas relevantes pela autoria, outras intigantes, algumas, da mesma fonte, outras de fontes improváveis, mesmo assim, ouso reproduzi-las:

"Não quero ter razão, quero ser feliz."

"Parents! Raccontez vos rêves a vos enfants."

Essas foram retiradas do Ferreira Gular que escreve nas fsp aos domingos. As outras nao consigo identificar a fonte, mas são de economistas distintos e diversos:

"Quando dos fatos mudam, eu mudo minha opniâo. E o senhor o que faz?" (JMK)
"cooperação não é necessariamente irracional quando o dilema do prisioneiro é repetido indefinidamente."(Binmore)
"A inflação machuca, mas o balanço de pagamentos mata." (MHS)

04 abril 2008

O melhor do dia, by A.

"Não temos voto, disse ele entre um gole de vinho italiano e uma bofarada do velho charuto dominicano umedecido pelo clima da noite boêmia. Não temos voto mas temos a dignidade de quem não sobe em palanque pré-moldado. Nosso palanque é a mesa do bar. Lugar em que as vaias se resumem à demora na vinda do pedido.
Não temos votos, nem passamos o dia planejando passar a mão na bunda da viúva. Dela queremos, na verdade, mais distância que um relacionamento sério e duradouro. Os parcos votos conquistados não nos pertence, nem a velha cadeira rasgada.
Votos recebidos apenas de um fim digno. Meu título de eleitor é seu. E esse é o meu voto para o dia 4 de abril.
Para os demais, chá de cogumelos, bioéticos ou não, gerarão apenas velhas lembranças de Lucy fosforescente viajando em céus. Delírios vespertinos de uma transportadora de lenha".

Abraços sem fim

03 abril 2008

bolsas

bolsa virou sinônimo real de política social e uma saída para a falta de inventividade e um atalho rápido para o provimento de vagas nas células eleitorais, nesse ritmo poderemos terminar o século na bolsa, com perdão pela falta de paciênca, além do bolsa-família, bolsa-primeiro emprego, bolsa-renda, bolsa-educação, bolsa-floresta, bolsa-movimentosociais, poderíamos criar o bolsa-ética, bolsa-tampax, bolsa-energia, bolsa-discurso, bolsa-estradas, avenidas e congeneres, bolsa-estupidez, bolsa-dossies, bolsa-bicho, bolsa-lama, bolsa, enfim, bolsa-bolsa, bolsa-bossa, eu não resisto, bolsa-meu-filho eu nao sei o que fazer, bolsa-terceiro mandato, bolsa-revolução, bolsa-eu-não-sei o que eu estou fazendo aqui, bolsa-mentira, bolsa-bacen, bolsa-apagão, bolsa-dengue; bolsa-amp, pqp, verde-rosa, bolsa-olimpica, bolsa-sem-sal, bolsa-comsal, bolsa-merengue, bolsardias, bolsas limpeza, bolsa-segurança, bolsa sem alça, bolsalino, bolsanac, bolsadilhos...

30 março 2008

Leituras

Meu amigo fez uma pergunta enfática, aliás, esse é um hábito dificil de abandonar, sempre perguntar ao amigo sobre o que ele está lendo, no caso em apreço, a pergunta assume um tom maior, porque meu amigo sempre tem boas dicas acompanhadas, invariavelmente, de um comentário inteligente. Resignado, respondo de forma lacônica, além de jogos, estudo a matemática dos hiperplanos separadores, nada comovente, para quem esperava uma dica surpreendente, não consigo repetir as boas práticas, mas adianto que não consigo ler relatório do bacen, página de política da fsp, noticiário local sobre cpis, discurso da nossa majestade, noticias do grêmio, qualquer um, revistas de celebridades, o caderno de economia do jornal local, qualquer um, blog dos radicais, articulista engajado, o verissimo e seus equivocos econômicos, qualquer noticia sobre a américa latina e a sua eterna sindrome da esquerda populista e autoritária, desculpas pela redundância, editoriais de revistas, a reportagem de capa das nossas revistas semanais, o caderno dois, enfim, noticiário econômico, entrevistas de acusados e de acusadores sobre o próximo escâncalo, páginas policiais, obtuários...Como podes perceber meu amigo, a leitura anda parca, mas ainda tenho esperanças de participar de um novo tempo no qual abrir jornais e revistas será um ato de glórias e não de heroísmos, enquanto isso, voltei, ia esquecendo-me, a estudar teoria das filas.

28 março 2008

o rei nu e a verve de ocasião

O discurso e a modéstia, a empulhação que não esconde o deboche seja com as instituições, seja com a idéia mínima de cidadania, ao abusar na retórica de ocasião o populismo vulgariza algo sério que diz respeito à vida e ao bem-estar de milhões de pessoas, anedóticos porém sem graça, a enfática peróla, reflete insensibilidade com uma crise que pode assumir proporções assustadoras e que, mesmo lá no "império" está provocando demissões, falências e desemprego em grandes proporções, esse escárnio com ar de deboche numa plataforma eleitoreira não é uma atitude mínimamente civilizada, ainda estamos longe dos tempos em que o rito do cargo cobra decoro e bom senso, uma sensibilidade maior para o sofrimento de milhões e uma dignidade de cidadão públio, enoja-me ver como atributos mínimos de ética e sentido de liderança são rasgados por uma retórica oportunista e de botequim, passarim, como diria o poeta, sem tempo, nao deixarás saudades.

23 março 2008

Feliz páscoa!!!


Ambiciosamente esperado, o feriado santo e a páscoa que ele contempla, serviu para aquecer as baterias, muito trabalho com a gramática matemática, um pouco de teoremas e muito sobre estratégias minimax. Uma tese antiga se confirma, o dilema dos prisioneiros não tem equilíbrio em estratégias mistas porque seria irracional, afinal confessar-confessar domina tão definitivamente a outra combinacção de estratégias, que não seria sensato atribuir probabilidade positiva para uma estratégia totalmetne dominada. Novamente apoio-me no belo livro do Binmore, que é um escrevinhador como poucos.

20 março 2008

Path dependence

O redator nao conhece toda a historia, essa explicação não explica, apenas relata o momento da criação do padrão da distribuição das letras no teclado que estou usando e que segue, desde então, o padrão qwerty - exatamente como digito - acontece que a teoria dos jogos, mecanismos de coordenacao, externalidade de redes, e equilíbrio de baixo nível, podem explicar muito mais do que simplesmente contar uma curiosidade como história. Uma referência completa acompanhada de motivações econômicas reais para a preservação do mesmo modelo das máquinas de escrever nos computadores modernos pode ser encontrada no livro do professor Debraj Ray, aliás, o jornalismo econômico também ganharia muito se voltasse a frequentar as escolas de economia, não todas, é claro, descubra você mesmo essa e outras histórias!

18 março 2008

poema sem cor

revoada em dia milhiario, manuscritos postos na garupa, fabulas refeitas, gritos presos, presos e loucos, gritos, mecânica dos sóbrios, minima razão pura, feridas na estação, minimamente ouvidos, teus dias não sabem o que queres, mesmo assim, foges oh poeta menor, por que nao arruma teus pápeis?

midiáticos

agora podemos ficar tranquilos, afinal, não temos o que temer, o homem falou que, de posse de seus modelos analíticos e com toda a sua expertise no entendimento e tratamento das crises, o multiplicador da renda, simples, linear e estático, by pac, está preservado o crescimento sustentável da nação(csn). Ufa!!!

15 março 2008

simuladores

Na cabine de comando improvisada o remador suava, enquanto fazia os primeiros contatos com a rede imaginária que pousava e decolava em aeroportos virtuais, mundo a dentro, sem uma túnica, sem os protocolos bossais da partida, decolava rumo ao próximo aeropago, ritmo caleidoscopico, nao se perca, dizia a mensagem implicita traduzida do alcorão, o joy stick, ou algo do gênero era vagarosamente impulsionado rumo ao próximo destino, depois mais uma série de procedimentos mecâncios eram seguidos a risca para alcançar altitude, manter rota de cruzeiro, estabilizar, sem esquecer a ladainha traduzida macarronicamente: "senhoras e senhores, ja não temos mais controle dos nossos destinos e tudo pode acontecer, inclusive um pouso suave na nossa próxima escala acompanhada de uma volta para o lugar comum, cuidado, esse lugar comum não apresenta riscos de não retorno, portanto, apertem os cintos e relaxem os dedos dos pés e das mãos". Alguns contatos pelo rádio depois, uma longa tensao improvisada, enquanto aguarda a licença para pousar, e incia-se a técnica de pouso, mais sofistificada, exige do timoneiro análise gráfica, algum sentido de cálculo e direção, concentracao e precisão no uso dos instrumentos, em todos os casos, pouso e decolagem, apenas simulamos, se possuirmos essa capacidade, ótimo, podemos testar um pouso forçado, de barriga, uma derrapagem sensasional, agora, se é pra valer, por favor, nao se perca...

12 março 2008

o discurso e a praxis

O poder e suas nuances parecem cegar até mesmo o mais atento analista, imagina-se o que não é capaz de fazer com os deslumbrados?!? Reproduzir políticas assistencialistas em grande escala e entender que com essa prebenda consegue-se reverter as injustiças e os desequilíbrios da realidade brasileira é um equivoco tão óbvio que chega a ser espantoso como o atual governo realmente acredita que "nunca antes nesse país" o pobre foi tratado com o suposto respeito e dignidade da atual política social do governo. Além de inócuo e incapaz de quebrar as armadilhas de pobreza, o mecanismo de transferência unilateral de renda provoca um conformismo urna-compatível, que é conservador, mas sem efeito real sobre a vida, a cidadania e a dignidade dos assistidos [diz-se de quem recebeu assistência, sem eufemismos]. Não se trata do velho jargão do ensinar a pescar e coisas dessa linha de raciocínio, antes, trata-se de uma falha de concepção e de compreensão do fenômeno que gera ou preserva a pobreza e a armadilha que ela coloca para pessoas e familias. Um fenômeno complexo não pode e não deve ser tratado por transferência de renda, por políticas universais e de cima para baixo, está tudo errado, para ser simples e objetivo como o espaço exige, cinquenta reais não são transformáveis em funcionamentos da mesma forma por todos os contemplados, aliás, esse é o problema: a forma como a pobreza se manifesta é distinta de indivíduo para indivíduo e de comunidade para comunidade, dentro da mesma realidade temos quadros distintos e com muitas dimensões distintas, a renda é apenas uma delas e inescapavelmente a menos eficietne para transformar capacitaões em funcionamentos, ao atacar os meios o governo Lula, negligencia o que realmente importa que é o resgate efetivo, sustentável e duradouro da dívida social. Lamentavelmente, continuaremos a ouvir essas precárias palavras, enquanto a vida dos mais pobres é tratada por números pífios e de conteúdo populista.

10 março 2008

thebestone

falar sobre o blog do cláudio et all. exige uma dose excessiva de imaginação combinada com uma sincera avaliação dos parâmetros, sem comparação no mundo virtual, não é possível ficar insensível à enxurrada de informações em doses abissais de inteligência, humor e aguda visão crítica, você pode até nao gostar, mas acaba sentindo uma tremenda inveja do senso de oportunidade, do dialógo de surdos com os bolivarianos e da última piada com os amigos e inimigos, sem dúvidas, diversão e arte, na medida certa, parabéns!!!

08 março 2008

leituras dinâmicas e diárias

o blog do cris tem uma caracteristica típica dele, um respeito cerimonioso ao objetivo proposto e uma honestidade intransigente. O duke é mais varietal, percorre várias tribos, provoca e faz muitas referências ao nobre rincão e aos familiares, já o do leo é ocasional, muito informativo com uma inteligencia de lorde, disfarçado, é claro, mas enfaticamente didático, o do márcio é o diário de um estranho no ninho às avessas, algo como o passo a passo de um maluquinho dependente químico de livros de econometria, até parece que só ler e escreve, oh rapaz, temos outros, mas esses vão esperar a melhora do corpo que nao suportou bem a primeira semana de aulas, enfim, isso, dizem, vem com o tempo, o mesmo tempo que trouxe os blogs e uma lignuagem nova e muito rica e com a qual eu me divirto pacas, como diria o amigo ocasional, na real, exagero, ele está, mas nao é...

29 fevereiro 2008

a linguiça dos outros....

Meu amigo surtou, melhor, colocou no papel suas crônicas, com o impeto de sempre, percorreu o lugar comum, fazendo a melhor campanha de endomarketing jamais vista (diz-se de quem imprime curiosidade e imaginacao ao que, supostamente, os outros imaginam ou perguntam-se, o que esse maluco inventou dessa vez?). Mesmo assim, recomendo fortemente a leitura dessa bela obra de amor e ódio e quase tudo que um liberal possui, acurácia, inteligência e humor, quase sempre refinado, seja o que for, parabéns, meu amigo.

23 fevereiro 2008

recomeço...

Certamente essa não é uma decisão acabada, bem, nenhuma decisão segue esse destino, mesmo assim, podemos afirmar, sem ter a capacidade de antecipar as consequencias sobre o nosso bem-estar, que o terreno para a volta está preparado, menos adjetivos e temas menos especificos, eis a proposta, seguir o impulso percorrendo areas distintas e, tambem elas, incompreensiveis, como a prova do teoremadabarganha, prova da existencia e da unicidade, por contradicao, ja posso adiantar que uma outra estratégia de prova ja foi catalogada, mas a que se encontra em friedman, 1993, ainda nao disse ao que veio. alias, estuda logica e estrutura das provas é um projeto que deve ser retomado com urgência.