04 agosto 2013

outro termo

 "os piores lugares para se viver", segundo o texto da sutil reportagem diz um pouco sobre a nossa forma desrespeitosa e irresponsável de lidar com os nossos achaques, em tom de denuncia o mesmo texto, vincula ou tenta vincular, a pobreza e o baixo Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDH-M) ao nível de corrupção praticados pelos prefeitos das referidas municipalidades. 
Em palavras poucas, alguns comentários:
  1. o famoso índice não consegue mensurar o humano do título, é apenas uma medida que combina, sem uma ponderação adequada, ou melhor, com uma ponderação arbitrária, alguns aspectos de indicadores de renda, saúde e educação
  2. todos os indicadores usados são incapazes de fazer qualquer referência satisfatória ao humano e, o mais grave, são métricas que avaliam meios e que jamais olham ou conseguem avaliar fins, a vida e a existência dos humanos do título.
  3. a criminosa reportagem enfatiza acusações baseadas em processos e condenações, até ai, tudo bem, mas querer correlaciona-las ao fato gerador do baixo desempenho no IDH_M obtido por essas comunidades é um salto grande demais. 
  4. O modelo de Estado e a forma que os recursos públicos são usados, muito provavelmente, constituem um fator gerador de maior impacto para essa realidade 
  5.  a crítica ao modelo de Estado no Brasil demandaria da imprensa uma pesquisa mais séria e uma crítica de todo o modelo que praticamos por décadas
  6. essa pauta, contudo, está completamente fora dos propósitos de nossa impressa que é sensível a apelos populistas e a discursos fáceis,
  7. o famoso IDH-M acabou servindo apenas como forma de articulistas chapa-brancas usarem estatísticas que nada medem para justificar e defender o status quo, nada edificante e tudo com a sem cerimônia de sempre e contra qualquer racionalidade.
  8. no fundo deveríamos olhar para os dados sem a emoção de torcidas de futebol e deveríamos pensar sobre onde erramos.
  9. precisamos de uma auto-crítica sem o maniqueísmo fácil de quem apenas articula ideias engajadas, a esquerda e a direita,
  10. outro termo e outro tempo, são necessários, porém....