23 novembro 2014

coisas que não faríamos

a lista é grande e nem mesmo existe, já falamos sobre ela em outra ocasião, mas é importante falarmos novamente, pelo menos de um aspecto ou sobre um ponto da lista inexistente. Sim, não aceitaríamos receber um milhão e meio de reais por uma consultoria, sem chances. Olhando na casa das possibilidades, gênios da humanidade, recebem, depois de uma longa carreira, uma premiação inferior ao milhão depois de descontados os impostos e só depois de uma longa e excessivamente competitiva disputa.
Na melhor das hipóteses uma grande descoberta tecnológica, um belo roteiro para o cinema, um novo fármaco capaz de curar de uma doença popular e até então incurável, poderiam entrar para lista de remuneração aceitáveis para tal consultoria, em todos os demais casos e, principalmente, nos casos alegados, não aceitaria, seria um escárnio, uma afronta a inteligência humana, uma ignóbil confissão de falcatrua e de negócios torpes...

16 novembro 2014

Não sabemos, mas vai piorar...

sempre começamos dessa forma, um pensamento recorrente, não sei, mesmo assim, alguns segundos depois deixamos escapar uma enxurrada de respostas e de conteúdos todos tentando articular o que não é possível saber. 

Nesse momento mesmo, ficamos imaginando o que vem de ser o segundo mandato da senhora presidente. Particularmente, não acredito em descontinuidades ou em quebras institucionais, não apoio as ideias de ruptura do mandato, a não ser que algo muito grave apareça, o que não parece ser o caso, mantenho minha convicção que o caminho da oposição é outro. 

Em tempo, porém, o que será o segundo mandato da presidente na economia? Esse exercício é ficcional, podemos apenas desenvolver crenças sobre o que virá pela frente. E o roteiro para construir crenças é ideológico em um sentido especifico, imagina-se o que o outro é ou pensa e deduz-se, "bayesianamente" a crença, Qualquer outra possibilidade é tão temerária e arriscada, quanto.
Dito isso, vamos aos palpites:

  1. o modelo nacional-desenvolvimentista será aprofundado e a economia vai continuar patinando com riscos sérios de agravamento da instabilidade macroeconômica. Reluto em acreditar que alguém que defende conceitos e proposições econômicas tão intervencionistas e que defende um projeto ainda da velha esquerda, vá mudar o seu próprio rumo por conta de sopapos do abstrato jogo de mercado. Seguiremos sendo o que fomos, com duas pioras...
  2. a primeira piora que aqui também é o segundo palpite: a medida que crise da Petrobras se agudizar e ameaçar o planalto o governo e o pt vão apostar numa reforma política por instinto de sobrevivência, isso vai ajudar a afundar ainda mais os investimentos e vai agravar o quadro já frágil da economia.
  3. a segunda piora, depois de ganhar uma reeleição no sufoco, a presidente e seu partido, vão tentar legitimar a regulamentação da mídia como forma de cumprir promessas de campanha. 

Isso também afugenta investimentos e coloca em risco o estatuto da liberdade de expressão, mas pelo dna e pela convicção desse dna e como forma de aglutinar a esquerda, o governo vai cometer os dois agravantes ou pioras, simultaneamente.

15 novembro 2014

o pior que somos nós...

inflação, não só do limão, baixo crescimento, alta do dólar e prisões em série de executivos de empreiteiras e de ex-diretores da Petrobras...difícil ficar insensível ao noticiário do dia, 14/11/2014. Porém, o que mais choca é a reação dos que seguem politicamente os responsáveis por esse episódico quadro de horrores, quase todos, tentam incriminar os outros, tentam respingar culpa na oposição ou, simplesmente, se omitem, e silenciam, logo eles, que sempre foram atentos aos apontamentos morais, ao denuncismo e à defesa dos bons modos republicanos.

Triste observar mais uma inversão completa de valores, nenhuma reflexão, nenhuma cautela, nenhuma parada técnica para uma autocrítica em relação ao miserável estado das artes que chegamos, uma colossal corrupção endógena. Tentam, apenas, atenuar, burocrática ou juridicamente, a situação dos verdadeiros culpados, e tudo em nome de questões ideológicas mesquinhas.

Se continuarmos assim, não teremos mais chances de construir um arranjo de país digno e justo, teremos falido como projeto de sociedade ou de justiça. Ou revisamos essa estrutura agora ou ficaremos indefinidamente presos à velhacaria, ao oportunismo, ao salve-se quem puder, a uma armadilha que acentua nossas desigualdades e que aumenta o que há de pior em nossa economia. Ao perdermos a possibilidade do discernimento moral,  vamos para o pior que somos nós...

02 novembro 2014

a primeira semana

ando sem tempo para recolher impressões, logo após a confirmação dos resultados quase bati verbalmente e apanhei de amigos petistas, uma surra verbal que foi resolvida com jack daniels, tucunaré e cerveja tijuca, uma longa noite, ao final, dormimos todos no mesmo quarto de hotel, uma falsa festa, só a dor da derrota era real.
A derrota foi apertada, é verdade, mas nem por isso, menos cruel. Ganhou o açoite e o ataque a reputações, pouco ou nada discutimos em idéias e um bom político, jovem e de prestigio e bem acima da nossa média foi massacrado por uma campanha sem precedentes em baixarias, transformamos as redes sociais em precariedade humana explicita, será difícil reconstruir o diálogo depois desse episódio.
Continuaremos por mais quatro anos sendo conduzidos por uma senhora sem habilidade política, com uma visão estreita de economia e com um voluntarismo para práticas danosas de gestão que beira o teatro do absurdo. Venceu, porém, a democracia e a soberana vontade da maioria, que ela, a eleita re-eleita, tenha a sorte e a sabedoria que lhe faltou no primeiro mandato e que consiga recompor a economia para que voltemos a prosperar e que esqueça de vez a volta da inflação, daqui a 4 anos nos encontraremos novamente, não com ela, mas com os resultados dessa segunda experiência, até lá serei o opositor de sempre, porém mais maduro devido à quarta derrota seguida, essa ultima a mais difícil em todos os sentidos.