25 abril 2010

"alô, pato rouco."

24 abril 2010

das dores a peça intima

luminosidades na escada que leva ao parque de variedades, humanas saídas do apreço com que vegetamos, suas em tuas túnicas de medo, sucumbes aos antepastos da noite, sem peias, virgens livros por ser escrito, aguardam, enquanto vagueias em tuas ruminações, campeias, mestres da paisagens binárias, mitigas a tua ausência de cor, teus dois olhos não desviam o outro olhar, milhas de distância na noite ainda escura, somos um pouco a piada no mural dos corredores, a pichação nas vigas que sustentam o abrigo dos sem tetos, sem confortos, sem a possibilidade dos seletos adereços, minímas postas para o de comer, frio a toda volta, na passagem pelo viaduto da primeira perimetral, agora são vias, antes fazendas, não tinhas percebido esse desalento dos filhos de nosso senhor, não esperavas a corte da sorte, a alegria dos acordes em cello e metais, justapostos, sofrimento humano nao consegues evitar o caminho dos meus sentidos....

23 abril 2010

daqueles que mordem vidros

serve o que vai ao desatino, mas fica o exemplo, menino de talento, possuidor de mastercard, plus & plus, jovem de futuro, repete em  coro as gentes  de seu rincão natal, do sertão para diretoria de elevadas posses em banco da capital, repete seu pai orgulhoso, mal sabe que o passadio dos de fama nem sempre é água benta, nesses dias, o que vai aqui relatado é de verdade apurada, livre pensada e lavrada em madeira de lei... em recente passagem pelo Rio Grande a candidata arranjada pelo presidente, exibiu todo o seu repertório de impropérios e achaques, quis o destino, esse ladino anfitrião das injustiças, juntar na mesma ante-sala de eventos, o nosso herói e a dublê de candidata em dia de rispidez e guspes. Em tom de euforia a candidata urrava no seu estilo de duvidosa sabedoria, BILHÕES, nós despejamos BILHÕES no Rio Grande, olhos esbugalhados, dedo em riste e boca entreaberta com protuberâncias labiais de outro tanto, assustado o nosso menino, tenta acompanhar o raciocinio, nesse momento, no segundo grito da candidata, assusta-se e uma dor nos intestinos ocupa toda a sua mente em bisonha e suada luta, consegue manter o lacrimoso canal a manter a guarda alta, o esficnter comprime-se até sobejar lágrimas nos olhos, atencto, entre um calafrio  e outro, ainda consegue articular um pensamento ´numa nítida tática de fuga da diarréia do ventre livre, mordisca os lábios, e rumina, agora essa uma vai querer cobrar cada centavo do dinheiro público por aqui investido para alargar as burras da sua campanha, rent-seeking mais nítido impossível, sem conseguir encarar os urros da candidata, mira ocopo d´agua na bandeja do garçom, também ele assustado, levanta-se em passos titubeantes e dirige-se ao centro da sala, sem encarar o nobre garçom, toma de um copo nas mãos e leva-o a boca, nesse exato momento, a dor agudiza, e um ensudercedor grito da candidata, BILHÕES, agora acompanhado de um tapa na mesa, desencadeia os próximos acontecimentos, o nosso herói morde o copo de cristal da boêmia, o tilintar dos dentes provocou notas agudas, som dos brejos, vidros escorrendo pelos cantos da boca e os cacos caindo no chão, um não disfarçado mal estar ecoou entre os convivas, coitado, tão novo e timido, ainda sonha....em seguida, a turma do banco e outros membros do conselho executivo, abafaram o caso e levaram o nosso herói para tomar uma fresca, insuficiente, eu sei, mas ajuda, repetia o mestre de cerimônias....

17 abril 2010

poetomo

“Sou um sujeito magro
Nasci magro
Estou nos acontecimentos
como num vendaval: dobrado
recurvo de espanto
E verdes...
Circulo sob arranha-céus
Vivo debaixo de cubos:
Na direita, na esquerda
De lado, ao sul
Pelo norte...vou no meio assustado.”
(Manoel de Barros, 1947)

14 abril 2010

Errático, o deus das pulgas

nesses dias o corrimão de meus deveres permite um passeio discreto pelos bastidores da negociação ampla, nesse cenário, não antever as possibilidades é um convite ao solilóquio e ao vexame, aprende-se muito com as possibilidades, de lá partem os sinais das apurações e das reações previsíveis, nao entender essa possibilidade é o mote para mais um fracasso, para uma descabida passagem para as ilhas do comodo, ou sua vizinhança...mesmo cansado, reluto em aceitar, sem questionar ou entabular conversações o retiro das partes o afago dos gentios, a minima referência aqui, seria a sensatez, a voz do bomsenso e a luz das clarividências, se ambas nao socorrem os que lutam, pelejas em vão ou metitabundo...
na linha dos alforjes, o farnel da vez é a voz das idéias e a coragem para expressa-las sem o receio das pesquisas de opinião, sem os medos do vexame, sem receio dos contraditos dos lugares comuns, dos mediadores do conservador lugar comum, nesses tempos de lulas e perolas, somos um nautilus que afunda, somos a vitória régia do lago infestado de peixes mortos, nossos desejos não se alinham com a fala presidencial do assessor para assuntos externos, colaram o ideologo no ex-sindicalista para construir a revolução por dentro do jogo democrático, nem mesmo a rosa de luxemburgo ou do povo, ousaria tanto, em meio ao silêncio dos homens, nasce e prospera o silêncio dos milicianos revolucionários, a força...
noutra fazenda a dança das quadrilhas sente a dor do coração alheio, que a quimicadavidainteira seja benevolente e preserve a vida, minha falta de prece nao deve atrapalhar e a minha torcida só pode ajudar...boa sorte ao pai dos meus outros filhos.

12 abril 2010

11 abril 2010

domingueira nos baixios...

09 abril 2010

a volta

nesses dias, retomo a leitura interrompida aos 22, pouco antes de tentar voltar para a terra natal e abandonar a beagá da guajajaras e de timbiras, floresta, varginha e curitiva, naquela época lia sem parar os de canettis, todos, os da vida em livros, dos ritmos da criança rarefeita e soturna, das vizinhas casas de aluguel nos escombros dos livros queimados na pilha do quarto de dormir, melhor dizer, sala de ler, cozinha de dormir e paredes de livros postos em ordem de familiaridade e compatibilidade, por lá, dexei os resumos de marx, as lentes de aumento da ediçao alumbramentos e a passagem para diamantina no carnaval das margens do rio de dentro, cerro alegre e nanoai, minas nao te esquece, jamais...