29 fevereiro 2012

economia da ficha limpa

nunca vamos esquecer a ficha limpa, o nosso passaporte para modernidade, algo tão simples, como não pensamos nisso antes??? é só definir uma clausula de barreira e faremos a mudança que precisávamos, o mundo agora respira aliviado, afinal, não aceitaremos mais os calhordas, os aventureiros e os que, por sorte, passarem na primeira avaliação serão obrigados a manter o bom decoro, a boa ficha limpa para preservar o cargo, agora está feito, não mudamos a cultura do vale tudo e do jeitinho, continuamos a não respeitar filas, não gostamos de regras ou de derrubar ministros corruptos do partido no poder, não somos sensatos com os gastos públicos com a saúde ou com a educação, mas temos, o ficha limpa, candidato agora só precisa corromper os que sujam as suas fichas limpas, e pronto, serão candidatos ou recandidatáveis, resolvemos de uma vez só todos os problemas, a ideia é tão genial que virou meme, ficha limpa para o serviço público, para ministro, para casamento, para recarga de bateria, para atravessar a rua, para médico de plantão, para presidente da confederação brasileira de futebol e o escambau, nesse ritmo em menos de vinte anos alcançaremos o padrão de vida dos europeus antes da crise do euro.  sincera e honestamente, desconfio dessas fórmulas fáceis, receio mesmo que o enredo será bem outro, de mais corrupção alimentado por um mercado de fichas limpas na casa dos bilhões, além disso, os incentivos para usar a máquina pública em proveito próprio ou do grupo no poder, continuam todos lá, indeléveis e intocáveis, repito-me eu sei, mas sinceramente, não é serio limpar a ficha no meio de tanta sujeira e impunidade, é um tampão e atalho que só atende ao status quo e à economia da limpeza da ficha, que, além de informal, e, portanto, de não pagar imposto, vai gerar supressões acusatórias de caráter oportunístico, ideológico e eleitoreiro...mudar os valores e não as fichas, eis o verdadeiro desafio, não atentar para isso é uma forma paliativa de preservar a mesma m....

11 fevereiro 2012

conselhos, empatia e simpatia....

nunca funcionam, os conselhos, ou só servem a posteriori, o que vem a ser o mesmo, como dizer ao amigo para seguir uma dada linha de decisão e correr todos os riscos da empresa se o que vai no intimo dele atende por outro apelo? em dias nublados ouso cometer essas inquietudes ou indelicadezas, olhe, digo eu, faça isso e não faça aquilo, mas a empatia no sentido binmoriano não é tão simples de resolver ou de exercer, significaria sermos capazes de olhar o problema da perspectiva do outro e assim entender as suas estratégias e opções, teoricamente possível, mas irreal de todo, somos limitados para entender, apesar de sabermos que a complexidade dos humanos normais ou não gera um conjunto de tipos que cabe na palma da mão, mesmo assim, ao acrescermos ganhos, perdas, crenças e circunstâncias, dificilmente acertaríamos, mais fácil usa-la, [a empatia] no esporte ou na política ou na tomada de decisão do ministro da fazenda ou do presidente do bacen, porque ai a ideologia e a formação básica, a escola, já antecipam metade do trabalho outro tanto é só entender a conjuntura ou a estrutura, o para onde caminha aquela visão de mundo, etc. 
Desvio-me, aliás, afinal falava do amigo e da minha incapacidade humana de orienta-lo ou de oferecer honestamente uma saída que seja boa para ele e para sua felicidade ou algo do gênero, grave e grande lição, dela pude aprender ou reaprender velhas frases, citadas fora de ordem , assim como vem a minha cabeça, mesmo estando todas lá registradas:

  • "assim como a vida é sub ótima! Como diria um amigo, o arapiraca é para mim, no final! Heróis, só em quadrinhos e filmes!" (WB)
  •  "não resolva o problema errado".(engenheiro anonimo)
  •  "só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder!" (Torquato Neto)
  • como diriam os americanos, "never mind"!(WB)

entendida a desdita, sigo com mais essa lição, amigo ouve, entende, apoia, acude e no mais se faz presente, mas não emite conselhos, bem, esses [os conselhos com aspas] vão da confirmação ou não com o aceno, positivo ou negativo, e não do ato deliberado de proferi-los ou emiti-los, quem sabe o que vai nos sapatos dos outros, no máximo refere-se a boa ciência econômica ou aos desatinos das ideologias ou utopias, essas sim, são previsíveis no sentido probabilístico, precárias, limitadas e efémeras, amigos, não, esses nos ensinam todos os dias o que não sabemos e nos ajudam a entender e a ampliar a nossa humanidade e limites, por eles, pelos amigos, nutro a simpatia no sentido moral e pleno de Smith...