23 março 2014

um por exemplo como analogia, o fiasco.

leio com execrado pudor a fsp, um vicio, diga-se, sempre aborreço-me e nunca desisto, contínuo. Meus amigos dizem que minha implicância conspiratória sempre identifica alusões enviesadas ou algo do gênero. Mesmo assim, insisto, lendo e percebendo, no texto abaixo o autor reproduz a sua analogia para explicar a mão escondida de Albert Hirschman, ou os tais efeitos colaterais da ação do Estado e, bingo!!!

"O economista [Albert Hirschman] apontava para o conjunto de consequências imprevisíveis de uma ação do governo. Por exemplo: um programa de transferência de renda tem como propósito tirar pessoas da situação de pobreza extrema. A mão escondida é o efeito colateral: o comércio ganha força, a economia gira, novos negócios são abertos, mais impostos são arrecadados."(Felipe Gutierrez) 

Essa analogia que se apresenta como "por exemplo" é extraída ao pé da letra da propaganda oficial do governo sobre o Bolsa Familia no Nordeste brasileiro. Além de equivocada, é insuportável se e quando aplicada a Hirschman. Um fiasco.

20 março 2014

a outra América, amém

quase concordo com o articulista da fsp, coisa rara, nesses dias, dos que lá escrevem, discordo dos críticos de cinema, por arte, sempre estão errados, melhor, quase sempre. O de hoje, o do outro quase, o da concordância, está certo ao lamentar a incapacidade propositiva das oposições, o plural aqui é um exagero retórico, lógico, na pequena peça, lá, ele argumenta que todos os problemas econômicos reais são imperceptíveis e que toda a alarmante falta de luz será apagada pela falta d'água em São Paulo. Até aqui parece que estamos bem, não mais, não menos, temos isso como assentado, mas não é certo ou legitimo o papel do próprio articulista. Sutil, é verdade, porém, claro é que o opinador segue a pauta da situação e acaba ajudando a ex-presidente e atual candidata, Dilma, a infeliz.

a armadilha a qual, sem crase, estamos presos é de baixíssimo nível, um equilíbrio péssimo, enfim. Todos articulistas aceitam a pauta que o pt define e ao comenta-las, seja para elogia-las, seja para "aconselhar as oposições" acabam fortalecendo a tese dominante, aquela que propicia o equilíbrio ruim, e é simples a tese, aquela, mesmo intervencionista e ineficiente a gestão pública e a sua politica econômica siamesa: gastos públicos irresponsáveis e ineficientes, controle disfarçado de preços, uso de estatais para, protecionismo e política social assistencialista. Essas duas, gestão das coisas e da economia, a triste, acabam aliando, via discurso e ameaças veladas á "mídia  golpista" a esquerda velha, não a centro-esquerda, assim, dessa forma, tudo o que se opuser a ela, é reacionário e neoliberal, portanto. Algo nessas condições de fritura, uma alternativa que seja, já nasce em estado gasoso e sem sabor.  O pleito se aproxima e com ele a longa noite, a da transição aos solavancos e o papel mais nobre das grandes democracias, o de evitar impasses institucionais graves e profundos, continua um sonho distante para os povos da outra América, amém.