17 março 2013

coalizão de resultados

"Não acredito que seja possível esse país ser dirigido sem essa visão de compartilhamento e de coalizão."(presidente Dilma, aqui) este parecia ser um sinal inequívoco de amadurecimento político, o partido da presidente, que sempre criticou as alianças da oposição, finalmente assumiria, publicamente, que estava errado o tempo todo e  que a avaliação geral de que seria possível governar sem alianças importantes com partidos de centro-direita e centro-esquerda era, portanto, apenas um discurso juvenil, adolescente e irresponsável. 
Contudo, nem isso podemos comemorar, passados dez anos no poder, as expectativas de mudanças e do novo na pratica politica brasileira foram completamente frustradas com mais esse ato, ministros inexpressivos, pastas esvaziadas e uma posse sem discursos, não há ilusão aqui,  alem de um projeto desenvolvimentista do século passado para o país, que tem um caráter nítido de retrocesso e de estagnação econômica e de desprezo por virtudes econômicas importantes, o partido da presidente reproduz as mesmas praticas fisiológicas de troca de favores e de usar o espaço e os imensos recursos e poder econômicos da governabilidade apenas para sustentar e manter um projeto de poder, nada mais, sem glórias e sem pudores, uma vergonha. Uma descrição objetiva e inteligente dessa estratégia foi apresentada pelo Josias de Souza, em seu blog para folha,  porém, no final do seu raciocino, tudo parece se justificar pelo passado dos opositores o que acaba revelando mais um sintoma de nossa atual apatia política, um certo acomodamento e paciência da imprensa com os equívocos do planalto, muitos...

02 março 2013

efeito psicológico

a expressão do título é uma especie de jargão de ocasião do tipo que nada diz, tudo esconde. O uso mais recente desse clichê de botequim, foi cometido pelo articulista do jornal folha de São Paulo ao discorrer sobre os efeitos danosos do baixo crescimento da economia em 2012 e ao comentar a suposta afirmação dos assessores da presidência  "tem,[o baixo crescimento de 0,9%] segundo assessores presidenciais, "efeito psicológico" negativo para as expectativas, além de dar munição à oposição."(aqui). O equivoco do articulista é a alusão a expectativas movidas por efeitos psicológicos positivos ou negativos, aliás, nem mesmo análises sob incertezas são movidas por tais efeitos, ao olhar para o futuro não o fazemos movidos por achaques da psique ou coisas desse teor,  agentes racionais ou quase, olham para o enredo e tecem previsões e expectativas a partir de coisas reais, não é o desempenho do PIB em si que derruba expectativas, mas sim, a constatação real de que a politica econômica e os discursos, decisões e opções tomadas pelos lideres do governo ai incluso a líder máxima forjada pelo presidente anterior, não inspiram confiança de que caminhamos para um arranjo de negócios, confiável, acreditável, crível e factível para retornos e sucessos...o resultado do PIB apenas confirma o que já antecipávamos em expectativas, baixas expectativas que mudam sim o comportamento estratégico dos agentes econômicos em relação à correr riscos e investir no presente. O conserto desse nó só ocorrerá se o governo trocar o discurso e toda a equipe econômica, mesmo que o articulista da folha jamais entenda o que se passa...

01 março 2013

teorema comum da não existência

a analise mais comum, hoje em dia, afirma que não temos oposição, essa acusação ou constatação é estranha, porque ela, sistematicamente, destrói a oposição  e, como é de se supor, fortalece a situação  Temos uma paradoxa, a autocentralidade do circulo vicioso, uma critica que não existe esvazia a critica que existe, ou o contrário, preso nessa árdua quadra, os denunciadores dos erros do governo são eclipsados, pois são a oposição, e, em todo caso, não existem. Nesse cenário,  o resultado da próxima eleição está definido, nenhuma novidade, a reeleição é o mais provável e isso não implica algo significativo em qualquer sentido de valores humanos importantes, essa previsão é apenas um desdobramento lógico das armadilhas postas, um circulo que se fecha. Os grandes equívocos que estão sendo cometidos na condução da politica econômica e social não serão capazes de gerar um desastre econômico visível no curto prazo e que torne viável uma alternativa ao atual projeto de poder. Ao que resta, cabe apontar os equívocos e as mudanças necessárias...