31 dezembro 2011

uma lupa desnecessária

nada foi tão dramático, afinal, mesmo não mudando o rumo das letras, e a forma hiperbólica e adjetivada da escrita, posso adiantar que foram muitos os bons momentos, uma lupa seria desnecessária para percebe-los, segue então uma lista mínima:
  1. as publicações e os novos co-autores, o primeiro artigo no idioma universal, a forma direta e objetiva de alguns artigos, as inúmeras submissões, oito ao total, se não me engano, as descobertas tardias e as surpresas com o impacto dos mais recentes, novos projetos de pesquisa e as medidas de gini e polarização...
  2. as leituras mereceriam também um post especifico, falarei dos que lembro, binmore, amartya sen, dworkin, harford e todos os técnicos de jogos, econometria não paramétrica e microeconometria, o melhor entendimento dos modelos para finanças e, até que enfim, os modelos estruturais, foram muitas as folhas de resumo e muitas horas nos pacotes, o R continua sendo um desafio, principalmente na leitura dos dados, mas tá tudo lá, em cima da mesa, a obra em aberto,
  3. os encontros na casa Ethos, filosofia, Kant e Nicodemus, os indicadores de justiça e civilidade, os programas sociais, a minha crítica forte ao bolsa família, o dialogo inteligente com os jovens filósofos e advogados, num ambiente de chá, chocolates e inteligência, devo agradecer a paciência de todos e os belos debates
  4. as festas todas e os novos amigos, nomeá-los seria uma armadilha, mas todos sabem dos churras, dos ensaios da banda Los os, das cantorias e cantatas e das visitas, sempre alegres à cidade baixa, muito mais do que poderia esperar, afinal, trabalha-se muito, uma bela farra louca. Para completar o dvd do super brega, um achado antropológico musical, poético e sentimental...
  5. a timeline e a escrita no twitter e facebook, algo divertido, forte, as vezes implicante, muito politizado, muito engraçado, mas sempre humanamente divertido, mesmo perdendo o apelo, vale o mesmo para o msn e a conversa com velhos amigos de santa cruz, pelotas, brasilia, teresina, até belo horizonte...Ah, a visita de volta dos amigos que foram para brasília, sao paulo, minas, rio de janeiro e o escambau, sempre um momento de felicidade, tem também os amigos novos que não conheço, mas que me divertiram muito com as suas frases sempre humanas e divertidas
  6. os seminários, deles o interno, de pesquisa, pelas etapas todas de preparação, convite e arranjo dos detalhes, mas ai cabem também floripa, brasilia, rio, curitiba, foz do iguaçu e tantos outros, todos importantes e significativos a sua maneira...
  7. no futebol, Damião...gols, caráter, valores, dribles mágicos e objetivos, como tem que ser, e uma maturidade surpreendente para alguém tão jovem, foi o melhor do colorado tão instável e tão mal administrado
  8. a accuradio, que estou ouvindo agora, a minha companhia de todos os dias do ano, sempre uma peça que alimenta minha vontade de terminar todas as tarefas que procrastino
  9. na política foram poucos os momentos realmente valiosos, posso citar os oitenta anos do fhc, a luta da calmaon para preservar o cnj, a queda de governos totalitários pelo mundo (certamente lembrarei de mais episódios, não gosto do berlusconi e acho que a esquerda na Espanha não fez o dever de casa, mas deixarei em aberto,,,)
  10. na saúde uma contra-prova de exame de sangue fez toda a diferença e mostrou que planos de saúde podem fornecer serviços de péssima qualidade e que a regulação é muito importante...o fim da restrição ao uso do bafômetro foi uma conquista institucional importante....
  11. por fim, o aniversário de setenta anos do hildeberto, a visita do tio ennio, e a festa na fazendinha em Brasilia, certamente, esqueço aqui também algum registro importante, mas para todos eles, as olas na casa do mauro e mônica, conseguem ajustar o sentimomentro para um equilíbrio bem razoável, obrigado.
  12. certamente, não foram poucos os momentos literários, a nova biografia do joyce, roth e seu zuckerman, rabujento e absolutamente lúcido, proust em dois volumes, austen e toda uma saga, a tradição ética britânica, as palavras do spivelt e a sua genialidade de dez anos, as viagens a antunes e seu jacaré meia boca, a ilustrada novamente impressa...
enfim ou por fim, um ano rico em grandes momentos, e da família não falo, porque diz muito da vida inteira, é contínuo, aqui só o que o ano que já acabou trouxe de conquistas e de amigos, os novos e os de toda a vida. Obrigado.

24 dezembro 2011

a lista, ou, quem sabe, um desabafo...

o ano da graça de 2011 não deixará uma saudade entusiasmada, serei breve, então, nessa copiosa lista, que de resto, encerra do verbo virar a página, um ciclo de vida do bardo, que, já não é o mesmo, começarei pelos piores, a ordem não segue um propósito e apenas vem da memória:]
1. as lambanças do tombini e do mantega, de ministros e poderosos chefes de banco central pode-se esperar tudo, mas o arroubo de platitudes, lugares comuns e baboseiras ditas com ar de sabedoria e empáfia, com certeza foram o pior do pior nesses tempos de crise. Torço para que os dois comecem a ler discursos escritos por verdadeiros economistas ou para que sejam substituídos por alguém com inteligência mediana ou moderada noção de auto-crítica. Nesse item, caberia um subitem ao valor econõmico e seus articulistas, mas estão todos lá, na lista dos piores dos piores...
2. participar de bancas acadêmicas e observar injustiças visíveis porque um dos doutos da banca não conhecia a literatura, os termos, conceitos e desdobramentos da teoria em questão. Nesse item, a falta de objetividade na avaliação da produtividade também sempre me deprime...
3. a queda do falcão, não necessariamente pelo seu bom desempenho a frente do colorado, mas pela forma como foi conduzida, sinceramente, um ídolo merece respeito e ao não faze-lo a instituição mostra as suas leniências e incapacidades...
4 a corrupção, qualquer uma delas, a mais venal, a ideológica, assegura ao criminoso que rouba dinheiro público o escudo do partido e da agenda de um populista, no Brasil de 2011, vimos que a camada do pre sal não é tão profunda e que o que lá graça não é petróleo, mas sim a densa camada de lodaçal  e lama dos corruptos e seus padrinhos, todos desprezíveis, de consultores a palestrantes, de membros do supremo a juízes, vimos e acompanhamos, um festival de canastreiros e canalhices...
5. a formula 1, melhor seria dizer, a ex-formula 1 que virou algo inanimado, pitorescamente, estático, sem cor e malparado, um festival de falas nosense do galvão e uma piada pronta para com o rubinho, o idiota de plantão, quase nos acostumamos com os perdedores que ganham muito dinheiro, algo na linha perco porque sou inteligente e sei até onde não devo ir... O feio da coisa não é, por óbvio, perder, mas sim, fazer do não ganhar uma carreira..
6. programas de tv, sem comentários, faustão, pânico, fantástico, bem amigos, todos da ana braga, band esportes, abre o jogo, as repetições da globo news, esquenta, uma caricatura da classe média com cobertura de clichês deselegantes, aliás, todos são...novelas das sete e seis, o astro e todo o canal 3...
7. o rei zumbido, que além de não se manifestar como causa, trouxe uma falta eterna de paz e uma forma ou outra de variações indesejáveis, a surdez progressiva, as dores nas pernas e a vista cansada para variações longe e perto, completam o quadro das dores irreversíveis...
8. as interpretações da crise, o oportunismo e cinismo do krugman, o erro heterodoxo, a empafia ortodoxa, os movimentos contra o sistema financeiro, a ocupação e desocupação do iraque, dois erros e duas tragédias, o obama  e seu glamour retórico, os republicanos e suas diatribes anacrônicas, o design inteligente, a firula do neymar na porta do gol, os equívocos do muricy,  a Argentina dos kirchner e dos papeis surrupiados da livre imprensa livre, a greve do cpers, a petrobras e sua generosidade aliciadora, o bndes e suas escolhas, a venda do andrezinho para o botafogo, a saída do sobis, o celso roth e a conquista do corinthians, a queda do ceará, a falta de escrupulos do ronaldão, romário e juca kfhouri...
9. o excesso de atribuições a falta de tempo para jogar conversa fora e a eterna divisão do campo ideológico o mundo cada vez mais bipolar, um retrocesso sem sentido, a eterna falta de dinheiro para livros novos e a vida sem música no ouvido direito, minha declaração de imposto de renda, a vida sem esportes e o transito de porto alegre, a linha de passe do colorado...
10. por último o mec e seu haddad, erros, incompetência e descaso, enem e seus mistérios, a falta de critérios e o abandono do ensino básico, a falta de visão para além do orçamento...
por óbvio, não encerra, a lista uma verdade do dia, nem mesmo alude a tudo o que interessa, apenas descorre sobre o que veio à TONA, mas nada é inconsciente ou não sentido....