23 outubro 2006

Sontaguianas

"O escritor deve ser quatro pessoas:
1. o maluco, o "obsedé"
2. o idiota
3. o estilista
4. o crítico
1. fornece o material
2. deixa que ele saia
3. é gosto
4. é inteligência
Um grande escritor tem os quatro - mas voce ainda pode ser um bom escritor com apenas 1 e 2; sao os mais importantes." (Susan Sontag - Diários (na folha))

22 outubro 2006

Vale tudo

Não é uma forma inteligente escolher contra principios éticos, parece óbvio esse preceito, no entanto, a vida como ela é, nas palavras do anjo pornográfico, não segue ou obedece preceitos, e estamos a um passo de estabelecer a canalha. Refúgios existem e devemos solicitá-los ou refugiarmo-nos ainda mais, nenhuma frase, nenhuma linha de raciocinio, pode convencer a verdade ou a cura da licao aprendida com o tempo, de que a expressão dos tempos é de conivência e precariamente solicita com o inconfessado mal uso do espaço público, vivemos o caos da linearidade emocional, nada de apelos convincentes à razão, melhor colocar no lugar comum as mudanças e apostar na pieguice da mesmice e do discurso maniqueista e adjetivado, como se a realidade, qualquer uma, fosse permeável aos apelos retóricos e ao afago da canalhice. Como explicar os valores que constituem a história recente do país sem desânimo ou sem duvidar da paz eterna, reconhecidamente estamos numa armadilha cruel em que valores sagrados como honra e correção de princípios e de vida são imolados na praça pública e a velha lei dos coronéis, dos velhacos, dos gersons, dos demagogos, dos que fizeram da origem uma bandeira, sem brilhos e sem honestidade, os vencendores de uma peleia sem regras ou respeito, na terra brasilis, valetudo não é mais título de novela das oito ou de luta livre, é refrão dos magos das urnas, dos que possuídos dos dotes da trapaça e o ardil da degola, enganam o ingênuo e o simples, o que sempre recebeu do poder a ilusao assistencialista e um tapinha nas costas. A vergonha não poderia assistir em jubilo um momento de ápice tão nítido como o rumo das coisas de estado no país dos intelectuais que a tudo esquecem em nome de um punhado de palavras e idéias datadas, mentirosas e reticentes....

14 outubro 2006

a volta

ainda consigo lembrar a forma de acesso o que significa que estou de volta, " feche os olhos, veja" o mar nao tem uma forma única, assim como as letras no teclado que mudam, circunstancialmente, as palavras...ainda sem querer participar do debate acho inevitável tecer comentários sobre o meu momento na madrugada e na orla, o vento sopra sem querer parar movido por um conjunto de forcas indecifraveis, nao modelaveis e o pais caminha para cisao, cisma da reforma, a unica que nao comecamos ou pensamos, porem, ela, a reforma, tornou-se inevitável...esse será o tema da volta.