22 outubro 2006
Vale tudo
Não é uma forma inteligente escolher contra principios éticos, parece óbvio esse preceito, no entanto, a vida como ela é, nas palavras do anjo pornográfico, não segue ou obedece preceitos, e estamos a um passo de estabelecer a canalha. Refúgios existem e devemos solicitá-los ou refugiarmo-nos ainda mais, nenhuma frase, nenhuma linha de raciocinio, pode convencer a verdade ou a cura da licao aprendida com o tempo, de que a expressão dos tempos é de conivência e precariamente solicita com o inconfessado mal uso do espaço público, vivemos o caos da linearidade emocional, nada de apelos convincentes à razão, melhor colocar no lugar comum as mudanças e apostar na pieguice da mesmice e do discurso maniqueista e adjetivado, como se a realidade, qualquer uma, fosse permeável aos apelos retóricos e ao afago da canalhice. Como explicar os valores que constituem a história recente do país sem desânimo ou sem duvidar da paz eterna, reconhecidamente estamos numa armadilha cruel em que valores sagrados como honra e correção de princípios e de vida são imolados na praça pública e a velha lei dos coronéis, dos velhacos, dos gersons, dos demagogos, dos que fizeram da origem uma bandeira, sem brilhos e sem honestidade, os vencendores de uma peleia sem regras ou respeito, na terra brasilis, valetudo não é mais título de novela das oito ou de luta livre, é refrão dos magos das urnas, dos que possuídos dos dotes da trapaça e o ardil da degola, enganam o ingênuo e o simples, o que sempre recebeu do poder a ilusao assistencialista e um tapinha nas costas. A vergonha não poderia assistir em jubilo um momento de ápice tão nítido como o rumo das coisas de estado no país dos intelectuais que a tudo esquecem em nome de um punhado de palavras e idéias datadas, mentirosas e reticentes....
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