26 abril 2012

manchetes

dia fechado com cara de poucos amigos, se veio chuva não vi, a única distração do dia foi a interrupção da luz no meio da tarde, queda de energia e do computador, um não vive sem o outro, já relatei em algum lugar as perdas acumuladas do dia em número de frases ou esboço de texto, contudo, o pior não veio com o clima, esse outono também não chove, é fato, mas sim com as manchetes, e não foram poucas, abordo duas em muitas.
  1. supremo aprova cotas raciais nas universidades: em anos de atrasos, somos campeões, o que torna a cena professoral dos supremistas uma galhofa, discursos eivados e desdatados, apenas para o leigo ver, não, não é uma solução afirmativa se apropriar do direito para fazer tribuna...universidades não foram consultadas e o ensino público continua na última posição no ranking de prioridades, os dois aspectos, tornam a decisão do stf mais um oportunismo desfocado, bem típico das nossas leniências e mazelas, triste tribuna. 
  2. o código florestal foi aprovado, um pavor, mais uma peça de puro oportunismo, o governo não fez força para negociar, a oposição fez-se surda e cega ao bom senso e não percebeu que perder muitas vezes significa ganhar no que importa, no caso em apreço preservar a nossa maior riqueza e não se aliar a grileiros e safanões, mas voltemos ao governo: sabedor do preço da conversa e das regras que regem o sistema, poderia, afinal, transferir e colocar na caneta da presidente os holofotes de vetar as partes vistas como politicamente incorretas, deixou-se, então, perder, com isso, perdemos todos, aprovamos um monstro que será fatiado e vetado em partes, e, portanto, não se fará cumprir e, monstro que é, continuará incentivando a destruição. Sabe-se bem, que, se tens a possibilidade de vetar apenas o que não te agrada, os teus ouvidos serão pouco sensíveis ao bom senso e deixarão passar o absurdo. eis que, isso, a possibilidade do veto parcial, muda o comportamento estratégico dos envolvidos que jogam para a torcida e não para fazer o que tem que ser feito, perdemos todos. O ideal seria o executivo amarrar suas mãos e recriar a norma para o bem dos equilíbrios, preservar o veta tudo e uma negociação em outras bases, sem o deixa dissismo bem afeito aos de fisiológica tradição.
 triste dia nublado e pesado de manchetes carregadas do que bem somos ou sabemos ser.

19 abril 2012

o teu passado não tem futuro

antes que o chão se apague, vamos tentar, diria o intransigente auscultador geral da ex-nação, entender. Em tempo, nacionalismos perigosamente voltam, ou voltarão, à moda, frases bem ditas são impossíveis no dia-a-dia da terra do fogo, perdemos o eixo. Em pouco tempo, se nada muda, voltaremos ao desarranjo dos 1900, algo que havíamos, tolos que fomos, imaginado superar. Agora a vizinha Argentina tenta recompor um erro com outro ainda maior, para desviar a atenção de uma inflação que aponta para corte de zeros na moeda já desvalida, expropriam o petróleo, um gesto de desespero que ainda encontra eco nas nossas mazelas locais, como somos pobres e sem destino, seguimos o rumor dos ventos, qualquer um, embicamos a nau para um mar sem nortes, vale o aforismo, a patagônia é o fim do mundo, morremos a morte da falta de luz e de ideias, copiamos o passado canhestro e torpe com soberba e inteligência de ocasião, somos o fim do fim, bem antes do amanhecer, obscurecemos o de por vir...o eco no Brasil é de euforia, baixamos os juros de forma artificial, forjamos o crédito, gastamos à lambança, recrudescemos os favores para o setor têxtil e automobilístico, a grande contribuição brasileira, pasmem, para contornar a crise mundial, de os nossos dirigentes, vemos apenas o governar por macetes ideológicas, via discursos lidos e sem nenhum contato com a realidade, essa, então,  virou alegoria...