em dezembro de 2011 escrevi um texto pequeno e cheio de adjetivos sobre o cenário para as eleições, enviei para 5 amigos, antecipava a derrota do Serra e dava conta de outras peças, apático, seria um bom termo para designar a peça. A derrota que agora se confirma não me causa espécie, sinceramente, não gosto da eleição do Haddad como político, não tenho motivos, é verdade, para criticar o indivíduo Haddad, como gestor foi convencional, como cidadão, não me lembro de nenhum atentado grave. O que incomoda na sua candidatura, além do corpo geral de ideias com as quais não simpatizo, é o artificialismo e o apadrinhamento de um populista inescrupuloso, isso de eleger 'postes' porque o padrinho é forte, é coisa de um passado sem glórias e com muitos equívocos, aposto mesmo que a tresloucada Marta ganharia e seria uma vitória digna e legitima e sem populismos ou favores do big boss.
quanto ao Serra, desenvolvimentista, sempre negou as conquistas do Real e fugiu das reformas lideradas pelo FHC, é intervencionista e não entende os incentivos do mercado, ainda defende um Estado produtor e pesado com gastos a perder de vista e com uma carga tributária asfixiante, todo esse itinerário não é o do PSDB, deveria, o Serra ter saído do partido como fez o Bresser, por coerência com as suas ideias que estão mais alinhadas com o planalto do que com a oposição. Centralizador e vaidoso, preferiu usar, da melhor forma, o cabedal político criado pelo FHC, mas não é e nunca foi oposição. Representa o mesmo discurso de uma esquerda que a social democracia já abandonara no final dos 1950. Preso uma visão econômica ainda ligada aos anos 1970, Serra defende um ideário anacrônico, longe dos desafios novos criados pelo fim do ambiente da guerra fria e pelos avanços na economia e na ciência econômica. Poderia, por sua história, ter se retirado de cena realizando uma gestão arrojada na prefeitura de São Paulo e, com grandeza, ter liberado espaço para novas lideranças no seu partido, o que teria sido enriquecedor para a oposição e para o país, preferiu essa trajetória de derrotas, virou um poste com luz apagada..
Um comentário:
Bons pontos, eu adicionaria que me parece dos dois lados o mesmo estilo de fazer politica, top-down. De um lado, o Haddad, imposto pelo Lula, afastando liderancas ja convencionais, como a Marta. De outro, o PSDB paulista, que quando nao escolhe o Serra escolhe o Alckimin, como se nao existissem outras liderancas. O top-down esta na raiz de uma maneira pouco democratica de se fazer politica no Brasil, seja de qual partido, me parece....
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