no sábado e domingo fomos surpreendidos por uma inusitada corrida aos bancos dos correntistas, melhor dizer, beneficiários do bolsa família, uma imagem difícil e emblemática, um boato de que o programa iria acabar leva milhares às agências da Caixa Econômica Federal e, ato contínuo, o governo, em acordo lá com seus padrões éticos e morais, liberou saques fora do programado, o valor, aqui é o que menos importa, foi feito. Várias dúvidas ocorrem ao vivente que sabe que ainda não viu tudo. Em breves palavras, estamos presos a esse programa, nenhum político e nenhum governo vai ousar revisar a estratégia de combate a pobreza e seremos reféns do sucesso ou do fracasso de tal programa. Tecnicamente, chegamos no ponto de não retorno, a dádiva dada é tão importante para os recebentes que eles simplesmente entram em pânico se um boato espalha a ideia de uma data provável do fim. Alguém deveria ter chamado o presidente do IPEA para explicar o que falhou na pesquisa que aponta a não dependência dos beneficiários em relação ao programa. Contudo, a minha agonia, não existe outra palavra mais apropriada, diz respeito aos fracassos todos de nossa sociedade, como podemos criar um arranjo no qual o Bolsa família é algo tão fundamental para tantos? Como uma população que é desrespeitada em todas as horas de todos os dias nos seus direitos mais elementares pode correr para a caixa por causa de um boato em relação ao fim de um beneficio de no máximo R$ 200,00 mensais? Essa mesma população que é humilhada nos postos de saúde, hospitais, nas salas de aula para seus filhos, no transporte público, na forma desigual e assimétrica das previdências privadas e públicas, nos privilégios dos de toga, dos políticos e dos funcionários públicos??? Como entender o desatino de um mundo com poderes de barganha tão assimetricamente covardes, onde a indignação só aparece na forma de boato em torno de uma assistência insignificantemente mínima? Não tenho mais dúvidas, criamos uma armadilha de desigualdades insuportável e uma casta inferior pronta para atender aos desejos de políticos e partidos que estão no poder, o irônico, é que os nossos intelectuais e líderes vangloriam-se de tamanha façanha...uma triste página onde constatamos o nosso profundo fracasso como sociedade e arranjo institucional.
Why more South Asian than East Asian CEOs?
Há 5 horas