29 junho 2014

copa sem brilho....

a copa do mundo de futebol no Brasil é um fiasco ou é um sucesso estupendo, não há meio-termo, a única novidade é a adesão de boa parte da esquerda - a que se encontra no poder, lógico -  à nobre arte do futebol que passou do "ópio das massas" para o reino das oportunidades de mostrar um Brasil melhor ao mundo. tecnicamente, sem extremos, temos uma copa igual às demais, em tudo, a única diferença, talvez, seja a percepção dos fiascos todos com um olhar mais próximo de quem é da sede ou do lugar que organiza a tal festa. Dito isso, temos:

  • um futebol ruim no geral, times visivelmente pouco preparados, e jogadores sem condições físicas para uma competição de férias...
  • a seleção brasileira só existe na boca da mídia, ajunta gente jovem e disposta, mas sem nenhum brilho e que tenta ganhar na correria, nenhuma jogada brilhante ou articulada, apenas correria e voluntarismos...
  • as surpresas da copa: Costa Rica, Argélia, Colômbia, Chile, etc. gravitam entre o sofrível e o mediano absoluto, não são times de escol e só enganam os adoradores de adjetivos sem conteúdo
  • os favoritos Argentina e Holanda, ainda não fizeram uma partida com o brilho típico de verdadeiros campeões, são comuns e correm bastante, mas não vieram preparados para participar de um torneio importante.
  • a única que destoa desse quadro todo até aqui é a Alemanha, resta saber se irá suportar o calor e a mesmice chata que essa copa tem sido...
  • a França, bem, melhor não encontrá-los antes da final
  • Os outros aspectos todos foram silenciados pelo nosso patriotismo de ocasião e pelo paternalismo da imprensa internacional que se comporta, até aqui, como visitantes educados que fingem não perceber ou ver o  que não funciona e por quê...

10 junho 2014

inacabados

somos, melhor dizer, seremos, um país de inacabados, não gostamos de prazos, de hora marcada, nas obras sempre seguimos a estética da aparência, o gramado é mais importante do que as cadeiras ou do que os hidráulicos para os banheiros, descuidamos da segurança, da rampa de acesso para os que estão em dificuldades, no fazer a obra a acessibilidade é o detalhe que não precisamos fazer ou acabar, em tudo, temos o gramado, contudo. Em dias de vésperas sempre estamos com muito por fazer, mas já temos o  principal da festa ou para a festa, a monumental fachada, o porto sem guidastes para os toneis ou rampas para o atracamento, sem profundidade ou calado, lá estão projeto encalhado, papel inacabado, no papel, apenas, mas a vistosa embarcação ou plataforma com a foto do político, do gestor bajulador e seus séquitos, adorna prontamente acabado o breviário e o programa da apresentação enganadora. Teremos chão batido ao redor,  e não encontramos a lista dos operários da monumental obra que voltam pra casa no ônibus ou na linha de transporte inacabada do trem de superfície da cidade subterrânea. 
Ao chegar o dia, damos o pontapé inicial na grande obra, gargalhamos e fazemos discursos grandiosos sem nenhuma alusão ao que está por fazer, o inacabado que tanto aprovamos e cumprimos e somos, assim como a vida digna, inacabada, inconclusa, inválida....