somos, melhor dizer, seremos, um país de inacabados, não gostamos de prazos, de hora marcada, nas obras sempre seguimos a estética da aparência, o gramado é mais importante do que as cadeiras ou do que os hidráulicos para os banheiros, descuidamos da segurança, da rampa de acesso para os que estão em dificuldades, no fazer a obra a acessibilidade é o detalhe que não precisamos fazer ou acabar, em tudo, temos o gramado, contudo. Em dias de vésperas sempre estamos com muito por fazer, mas já temos o principal da festa ou para a festa, a monumental fachada, o porto sem guidastes para os toneis ou rampas para o atracamento, sem profundidade ou calado, lá estão projeto encalhado, papel inacabado, no papel, apenas, mas a vistosa embarcação ou plataforma com a foto do político, do gestor bajulador e seus séquitos, adorna prontamente acabado o breviário e o programa da apresentação enganadora. Teremos chão batido ao redor, e não encontramos a lista dos operários da monumental obra que voltam pra casa no ônibus ou na linha de transporte inacabada do trem de superfície da cidade subterrânea.
Ao chegar o dia, damos o pontapé inicial na grande obra, gargalhamos e fazemos discursos grandiosos sem nenhuma alusão ao que está por fazer, o inacabado que tanto aprovamos e cumprimos e somos, assim como a vida digna, inacabada, inconclusa, inválida....
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