14 setembro 2014

os erros da coroa

difícil dizer o que é mais grave no programa partidário da presidente, mas a peça sobre a independência do banco central é o catalisador maior de todas as banalidades, maniqueísmos e atrocidades cometidas em nome de erros, muitos erros. Supor que independência formal do bacen para regular e buscar a preservação do poder aquisitivo da moeda e a credibilidade e integridade do sistema financeiro significa entregar aos banqueiros o poder supremo sobre o regulador é uma falácia acompanhada de equívocos econômicos grotescos, má fé e um ódio e desprezo pelo razoável, no mínimo.

Agências de regulação nunca são independentes do fato de ter de prestar contas e de exercer decisões com transparência e acurácia, apenas, em se tratando de política monetária e de cuidados com o sistema financeiro, é crucial que o banco central não seja manipulado, capturado e usado pelo governo de plantão. Os riscos dessa captura são inúmeros e reais, desde a leniência com a inflação para acomodar interesses não republicanos até o a corrupção ativa via chantagens e benesses para bancos em troca de favores e outras prebendas não republicanas igualmente.

o argumento, ainda outro, a favor da independência regulatória que exige sim prestar contas à sociedade e ao congresso, aos representantes do povo, é de outra monta, a construção de critérios objetivos e de metas claras de combate a inflação exige credibilidade do país e do bacen e isso, essa credibilidade é essencial para o crescimento de longo prazo, não há investimentos bons em sociedades onde o bacen segue o discurso populista de plantão e que não busca incessantemente a estabilidade da moeda e das regras que norteiam o sistema financeiro. 

Esses pontos acima são tão elementares hoje em dia e largamente compreendidos por governos de diferentes matizes ideológicos, que, ao cometer aquela peça propagandística o governo da presidente jogou por terra qualquer possibilidade de imprimir legitimidade futura ao estado de negócios na república Brasil, não a teremos com esse governo e, principalmente, com esse discurso.

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