15 maio 2016

ilusão

falta qualificar a ilusão, cognitiva, de ótica, política, ideológica, impedida? Leio muitos acordes, mas nenhum alcança o possível, são, todos, frases apropriadas para outro governo, aquele que vem depois de eleitos e consagrados. Não há como um governo de transição, não eleito, portanto, reformar o que quer que seja por livre adesão e vontade de uma regra qualquer de escolha livre. 

Não é a extinção de ministérios, ou de cargos de comissão, ou a composição do próprio ministério, o que é o mais importante, tampouco é importante a definição de idade mínima para aposentadorias ou a volta da cpmf ou das privatizações ou a mudança nas regras de concessões públicas para atrair investimentos em infraestrutura, nada disso viabiliza-se se não há clareza sobre o que a maioria definiu em pleito aberto e sufragado nas urnas. Um governo pode errar por seguir preceitos errados, mas há projeto e uma clareza compartilhada em debates, propagandas e na apuração dos votos, e isso é o mais relevante para qualquer acerto ou ponto de pauta,algo que vem com as urnas e pelas urnas.

Essa é a ilusão dos que comemoram o governo Temer. O desastre do governo Dilma é a nossa conta que pagamos a preços insuportáveis por termos feito escolhas erradas e deveríamos entender que o próximo ou a próxima governante tem que ser melhor escolhido e refletido para evitarmos tantos erros como o do atual governo. 

Hoje, porém, o que temos é uma incerteza a mais e muitas  ilusões de acertos na Economia e de propostas de reforma, que não virão e que no primeiro impasse só vigorarão se abonarmos os acordos democráticos. O melhor vem dos erros e acertos do próximo pleito e não da ilusão da transição sem urnas...

Nenhum comentário: