o governo interino aprovou reajuste salarial dos servidores públicos depois de aprovar uma nova meta fiscal para o ano corrente com rombo previsto de R$ 170 bilhões, no mesmo pacote foram criados 14 mil cargos novos no serviço público federal. Em sua defesa os interinos alegaram que o acordo do ajuste já estaria fechado e que já viria embutido no rombo fiscal e que os cargos criados não representariam pressão orçamentaria porque os concursos não seriam realizados. Interinos são assim mesmo, hipócritas?
Enquanto isso, em Porto Alegre, uma das cidades mais ricas do país, os assaltos diários na calçada da universidade federal no campus centro, levaram alunos a plantarem placas com dizeres alusivos a cuidados porque ali seria uma "zona de assalto". Em outros bairros ou por todos os bairros da mesma Porto Alegre escolas públicas de ensino fundamental e médio, estão ocupadas por alunos em protesto e professores estão em greve. Insegurança, falta de educação de crianças e jovens e irresponsabilidade fiscal são a nossa atual conquista de infortúnios para várias gerações, uma tragédia de insensatez e de robusto descaso com o país.
Desnecessário dizer que todos perdem nesse arranjo, porém é preciso alertar, sempre, que os maiores perdedores são e serão as famílias mais pobres na hierarquia social e econômica, famílias essas onde a maioria dos membros estão desempregados e com dificuldades para acessar o seguro desemprego e que convivem com uma inflação alta e persistente.
Um estrangeiro que visse a cena toda ou lesse o relatório de perspectivas de indicadores sociais não interinas, não teria dúvidas em discordar do reajuste proposto ou da cadeia de eventos que se sucedem com sentido lógico notório. Um país que gastou quantias expressivas para sediar uma olimpíada e uma copa do mundo, mas que não tem escolas ou creches para crianças, e no qual os hospitais públicos fornecem atendimentos deploráveis e que não possuem antibióticos ou remédios básicos para procedimentos ambulatoriais simples.
Não contente com a descrição dos horrores o mesmo estrangeiro fica sabendo que nos estados federados, em boa parte deles, os governos não conseguem pagar os salários do funcionalismo em dia e que a comovente discussão nas redes sociais é sobre o uso ou não dos aviões da força aérea pela presidente impedida. Os interinos estão errados não só porque são interinos, estão errados também nas suas escolhas e práticas e no arranjo que estão desenhando até aqui....
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