um liberal que não tolera e não reconhece na iniciativa de outros qualquer possibilidade de acerto ou que não procura o espaço da mediação e do diálogo parece, ao velho que sou e estou, uma contradição de termos, um ser sem liberdade substantiva a seguir. A empatia e a simpatia sempre foram atributos muito importantes aos defensores da justiça, do livre mercado e das liberdades humanas, é possível aqui evocar Smith, Rawls ou Sen e uma longa lista de gigantes.
Vemos no atual momento um embaralhamento das ideias e uma radicalização pela negação do outro, do ato de resistir do outro, da forma de protestar do outro, Temos sido amadores na apreciação das virtudes morais ao negarmos ao outro a possibilidade da virtude e ao nos negarmos, a priori, a ouvi-los, sabe-los ou te-los em nossa companhia para um diálogo. Impomos de forma danosa a nossa lógica, "se ocupas, não terás diálogo ou conversa". Já praticamos essa educação pela intolerância, "com choro não há conversa", isso, sabemos, é insatisfatório, insuficiente, precário.
Sim, sim podemos ouvir os que erram, se errados eles estiverem, não sabemos, sim podemos nós também estarmos errados, sim, somos humanos imperfeitos e, muito e absolutamente, por isso mesmo, devemos, velho e normativo que sou, ouvir, conversar, dialogar, respeitar, tentar entender, e devemos praticar isso seguidamente, reiteradamente, novamente,,,
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