Alegorias preenchem, por um instante, a imagem que queremos que elas definam, mas são artefatos da prodigiosa imaginação que interligam o circuito, a caixa mágica que projeta modelos e que permite uma visão tridimensional de qualquer imagem, nada que não seja pura ficção, alegorias, que pena não posuirmos uma caixa igual para o dia-a-dia, para a visão dos significados sutis de gestos, palavras e inações. Presos a uma regularidade previsível fisicamente, ainda nao sabemos como antever o que vem a ser o outro ou, pior, a confusão que se forma em grupos ou contatos, com os outros, mumifica-se a linha de conduta para evitar as imagens corpóreas não acessíveis. Gente que nao consegue sair da sua prisão, domiciliar ou não, por uma indecifrável condição peculiar de auto-flagelação ou medo de não conseguir recuperar os precatórios que a vida dispõe no ministério familiar ou público. A saída, inapropriada e descabida, é atribuir a terceiros ou aos mais próximos uma culpa por nossos fracassos, deles, e desferir gritos ou outros artefatos com o objetivo único de agredi-los indiscrimidamente, afinal somos o que eles projetaram. Equivoco maior nao há, essa alegórica fantasia de perda ou dano, como se o mundo estivesse nos devendo porque, circunstancialmente e, por consequência, acidentalmente, saímos perdendo na estaca zero das corridas, qualquer uma, se é que elas existem, as corridas. Suspeito que está na nossa disposição para a vida a outra aleogoria que nos faz ver coisas boas mesmo na adversidade e que nos faz idiossincrático.
11 janeiro 2006
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