a pedra, solitária, rodopia no terreno escarpado, como uma libertina, revive a algazarra da época da cheia, uma repetida e arriscada travessia, sem meio-termo, sem complacências ou acordos cerimoniosos para preservar a imagem ilibada, não faça, pensou a outra pedra, desse bólido uma diatribe, uma cornucópia da língua pátria, cavernosa na cabeça oca, para fortalecer a intransigência ou as idéias bobas e torpes, segure o avaté, repique o atabaque, mas não ponha na mesma sopa os nutrientes do vinagre e da massa, seja consciente da sua intangibilidade e da sua incapacidade virtual de por a bom termo os que seguram a bolsa como quem protege o patrimônio, outra hora se alevanta, de outra ordem, sem chavões ou palavras de ordem, apenas silenciosamente firme, em princípios e práticas, mesmo que a infeliz escolha da primeva pedra, precipite abismos...