23 setembro 2008

"Nao existe mais Rock and Roll meio nonsense."

a pedra, solitária, rodopia no terreno escarpado, como uma libertina, revive a algazarra da época da cheia, uma repetida e arriscada travessia, sem meio-termo, sem complacências ou acordos cerimoniosos para preservar a imagem ilibada, não faça, pensou a outra pedra, desse bólido uma diatribe, uma cornucópia da língua pátria, cavernosa na cabeça oca, para fortalecer a intransigência ou as idéias bobas e torpes, segure o avaté, repique o atabaque, mas não ponha na mesma sopa os nutrientes do vinagre e da massa, seja consciente da sua intangibilidade e da sua incapacidade virtual de por a bom termo os que seguram a bolsa como quem protege o patrimônio, outra hora se alevanta, de outra ordem, sem chavões ou palavras de ordem, apenas silenciosamente firme, em princípios e práticas, mesmo que a infeliz escolha da primeva pedra, precipite abismos...

22 setembro 2008

o interventor de mobongo

carrancudo e sem alças, esse indivíduo que é amigo do dono do espólio, nao entende nada da tarefa para qual foi imposto, não sabe o que é livre arbitrio, nunca se olhou no espelho com medo de provocar rachaduras, a única coisa que leu na vida foi um manual de guerrilha com sérios erros de concordância, mas acredita que, ao suplantar o contrato feito pela maioria e assumir o maior cargo da comunidade local e que, portanto, pertence à comunidade, está fazendo justica com as próprias mãos, algo na linha, eu posso eu arrebento. Sem peias, segue as ordens do inopinado e patético gás mostarda, o aparelho da revolucao e a vida das idéias mortas, mas nao pertence ao grupo dos seres civilizados que ainda respeitam a voz da maioria e os contratos que elas assinam, fratricida sem vergonhas, só braveja bordões surrados....

18 setembro 2008

senso de oportunidade


As manchetes improváveis ou porque não trilhamos a prosperidade:
1. Afunda Brasil: presidente megalomano não percebe a crise e inaugura mais uma estatal
2. Estatal do petroleo adere a campanha e lança plataforma dos candidatos no sul do país.
3. A modernidade: 30 anos depois o Estado brasileiro retoma do rumo do desenvolvimento.
4. Estaleiro improvisado não sabe quanto gastou na nova plataforma da agência do petróleo
5. Gastança, transparência e comicio: a ilha do baile fiscal fica no Rio Grande.
6. Não aprendemos com os erros do passado: em dia melancólico governo brasileiro comete suicidio fiscal em nome de um modelo de estado ultrapassado.
7. Assim como durante a segunda crise do petróleo, o pac aposta no mesmo equivoco do II pnd.
8.Espumante da estatal do vinho celebra e batiza a novissima política econômica: sem mercado o barco está a deriva.

12 setembro 2008

harmonia...amônia, quase anônima

o professor vai ao piquete, atravessa a poça d´agua em cima de uma estaca de madeira de lei, ruas sem numero, escuras e em lamas, uma certa dose ácida de urina animal no ar, frio e chuva no caminho, ao entrar na cabana de madeira é recebido com a reverência dos humildes, sem empafia, bebe-se cerveja enquanto a harmonia, (ou seria amônia?), do parque começa a tomar forma, lugar nenhum para calar, ouve-se relatos de violência urbana e da precariedade da assistência à mulher agredida que tem que voltar para casa com o mesmo talho na cabeça e com o alentado, porém ainda insatisfatório, boletim de ocorrências na mão, depois de alguns copos e muita carne no espeto corrido, mais um tema amargo com os membros da comunidade local, o professor, cidadão de muitas inequações, já não sabe responder o óbvio...o impressionante é que não consigo lembrar de ter ficado tão à vontade em uma primeira visita...

02 setembro 2008

cúpulas

caiu a cúpula, abin parece que ainda não, mas, fica claro, que não há limites para o destino do pais na mão dos aloprados, a receita, ou melhor, a lista de impropérios é quase infinita, porém sem criatividade alguma, seguem à risca a cartilha do bom burguês, do apedeuta sem costeletas, e da docha em tempo de guerra e paz, a minha sensação é de estupor e tristeza, os ratos nao boiam e o espelho d´agua reflete uma perigosa combinação de mediocridade com arrogância criminosa, uma especie a mais de colarinho branco com extorsão publicamente conduzida.