31 maio 2010
a solução
o jogo, somas o que não podes, afinal, as preferências agregadas nada dizem do que somas, nada significam do ponto de vista individual, coletivo ou de qualquer ponto de vista, serás sempre parcial ou ditador,abandonas as invectivas, melhor buscar outro critério de justiça distributiva, essa deusa tão pouco compreendida e tão, abusadamente, exposta ou defendida, todos querem, todos buscam, todos clamam, poucos tentaram enquadra-la numa solução objetiva e cristalina, os esquemas de barganha de nash, permitiram construir os quatro axiomas e uma solução única na fronteira de possibilidades, múltiplicas as utilidades e eis a justiça, diria o mote apressado, nada mais belo e pacificador, elegante e amplamente suscitado nas nossas vistas fatigadas e sobremaneira céticas, vistas de quem consegue perceber o poder de uma mente tão aguda e profunda, sem peias, enquadras o todo num cruzamento de linhas, poligonos e hiperboles, lá na quadratura do circulo a vestal resposta, não hã justiça sem o respeito ás diferenças estratégicas na barganha, então, melhor do que dividir rendas, melhor seria equilibrar o poder das barganhas, os ditos colaterais, na hora da negociação das partes na fazedura das políticas sociais...
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primo-canto
23 maio 2010
das cores, o verbo fiat lux
a cor predominante nos mares do nordeste é o verde puro e sem adjetivações, as outras cores sao efêmeras como as pesquisas de opinião, minhas viagens já não possuem o mesmo ritmo, agora somos passageiros sem esporas, poesia sem rimas, luz sem vitrina, uma mera alusão de gente a confirmar a diaspóra da gente toda, mesmo assim, é inegável a felicidade de visitar amigos e conhecer novas praias e novos saberes, moido e retorcido por dentro, volto alegre para o meu ponto de partida, para minha estaca zero, sabidamente somos ignorantes das soluções mágicas e das possibilidades da cartilha ideológica, mas amamos a vida da forma mesma que ela sempre acontece, aleatória e sem tendência, misteriosa e, ao mesmo tempo, pacata e soturna, mas alegre em suas redescobertas, uma louca paisagem nos encanta na volta para casa, faróis dos carros, o gesto das pessoas e a ingênua vida dos idealistas, sem o rancor dos radicais e as falsas verdades dos ideológos, miseravelmente subimos a rampa, descemos a lomba e contemplamos o atlântico na paraiba...
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agradecimento
17 maio 2010
O curso
Título do curso: Teorias da Justiça, Economia Moral e mobiliade social no Brasil
Local: Mestrado de Economia da UFPB
Período: 18/05 a 21/05/10
Programa
1. Pobreza Multidimensional e pobreza extrema em Porto Alegre
2. As abordagens dos Bens Primários e das Capacitações são alternativas ao utilitarismo?
3. Julgamentos de justiça distributiva em John Rawls e Robert Nozick: uma investigação experimental
4. Assimetria de informação e a formação de capital humano: uma análise teórica sobre o Programa Bolsa Família
5. Jogo da mediocridade – incentivos, esforço dos professores do ensino básico e a qualidade da escola pública no Brasil
6. Polarização da distribuição de renda no Brasil: uma analise empírica regional no período de 2001 – 2008.
Local: Mestrado de Economia da UFPB
Período: 18/05 a 21/05/10
Programa
1. Pobreza Multidimensional e pobreza extrema em Porto Alegre
2. As abordagens dos Bens Primários e das Capacitações são alternativas ao utilitarismo?
3. Julgamentos de justiça distributiva em John Rawls e Robert Nozick: uma investigação experimental
4. Assimetria de informação e a formação de capital humano: uma análise teórica sobre o Programa Bolsa Família
5. Jogo da mediocridade – incentivos, esforço dos professores do ensino básico e a qualidade da escola pública no Brasil
6. Polarização da distribuição de renda no Brasil: uma analise empírica regional no período de 2001 – 2008.
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economia moral
15 maio 2010
eu nao sou feio...
se os economistas estão certos, consegui uma prova, por contradição, da minha beleza, ou algo assim, mesmo nao sendo um expert em economia antropométrica, isso é coisa do cláudio e do léo, (se não me falha a memória), fico feliz com o veredicto....mas eu já sabia.
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economia do crime
10 maio 2010
elegia aos caprices
esperas na linha do trem, paraopebas fica logo ali, manaus saiu na frente, amanha na esfera federal os homens de branco vão discutir o reajuste do funcionalismo, no sul, faz frio, apesar da carta capital, a candidata oficial não decola, minas já tem crematório, surpresas na lista do dunga, só o bardo soletra as palavras do vacabulário razo, fino, extra-fino, na caixa-postal os predicados da tenente-coronel, nossos vizinhos sonham com o brilho da intifada em meio a crise, a gripe destoa, na minha idade não há vacinas, porém, suam os que sonham com viagens a bento, submundo vocal, periplo por mar de tintas vogais, noturnos não são caprices de paganini, minhas vertebras superaram o ciático, ainda alongo os dedos ao pensar nas listas de espera do meu calvário, milhares de passageiros na estação da luz, também eles a espera de um milagre, neymar ou ganso, eis o resumo do diário de noticias, enquanto isso, somos levados a crer no índice de popularidade do que não vemos e na honestidade do partido do presidente, inclementes os sujos não são tartáros...
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sinusite
08 maio 2010
07 maio 2010
poetono
“Como esses primitivos que carregam por toda parte o
maxilar inferior de seus mortos,
assim te levo comigo, tarde de maio,
quando, ao rubor dos incêndios que consumiam a terra,
outra chama, não perceptível, tão mais devastadora,
surdamente lavrava sob meus traços cômicos,
e uma a uma, disjecta membra, deixava ainda palpitantes
e condenadas, no solo ardente, porções de minh’alma
nunca antes nem nunca mais aferidas em sua nobreza
sem fruto.
Mas os primitivos imploram à relíquia saúde e chuva,
colheita, fim do inimigo, não sei que portentos.
Eu nada te peço a ti, tarde de maio,
senão que continues, no tempo e fora dele, irreversível,
sinal de derrota que se vai consumindo a ponto de
converter-se em sinal de beleza no rosto de alguém
que, precisamente, volve o rosto e passa...
Outono é a estação em que ocorrem tais crises,
e em maio, tantas vezes, morremos.
Para renascer, eu sei, numa fictícia primavera,
já então espectrais sob o aveludado da casca,
trazendo na sombra a aderência das resinas fúnebres
com que nos ungiram, e nas vestes a poeira do carro
fúnebre, tarde de maio, em que desaparecemos,
sem que ninguém, o amor inclusive, pusesse reparo.
E os que o vissem não saberiam dizer: se era um préstito
lutuoso, arrastado, poeirento, ou um desfile carnavalesco.
Nem houve testemunha.
Nunca há testemunhas. Há desatentos. Curiosos, muitos.
Quem reconhece o drama, quando se precipita, sem máscara?
Se morro de amor, todos o ignoram
e negam. O próprio amor se desconhece e maltrata.
O próprio amor se esconde, ao jeito dos bichos caçados;
não está certo de ser amor, há tanto lavou a memória
das impurezas de barro e folha em que repousava. E resta,
perdida no ar, por que melhor se conserve,
uma particular tristeza, a imprimir seu selo nas nuvens.”
Carlos Drummond de Andrade
maxilar inferior de seus mortos,
assim te levo comigo, tarde de maio,
quando, ao rubor dos incêndios que consumiam a terra,
outra chama, não perceptível, tão mais devastadora,
surdamente lavrava sob meus traços cômicos,
e uma a uma, disjecta membra, deixava ainda palpitantes
e condenadas, no solo ardente, porções de minh’alma
nunca antes nem nunca mais aferidas em sua nobreza
sem fruto.
Mas os primitivos imploram à relíquia saúde e chuva,
colheita, fim do inimigo, não sei que portentos.
Eu nada te peço a ti, tarde de maio,
senão que continues, no tempo e fora dele, irreversível,
sinal de derrota que se vai consumindo a ponto de
converter-se em sinal de beleza no rosto de alguém
que, precisamente, volve o rosto e passa...
Outono é a estação em que ocorrem tais crises,
e em maio, tantas vezes, morremos.
Para renascer, eu sei, numa fictícia primavera,
já então espectrais sob o aveludado da casca,
trazendo na sombra a aderência das resinas fúnebres
com que nos ungiram, e nas vestes a poeira do carro
fúnebre, tarde de maio, em que desaparecemos,
sem que ninguém, o amor inclusive, pusesse reparo.
E os que o vissem não saberiam dizer: se era um préstito
lutuoso, arrastado, poeirento, ou um desfile carnavalesco.
Nem houve testemunha.
Nunca há testemunhas. Há desatentos. Curiosos, muitos.
Quem reconhece o drama, quando se precipita, sem máscara?
Se morro de amor, todos o ignoram
e negam. O próprio amor se desconhece e maltrata.
O próprio amor se esconde, ao jeito dos bichos caçados;
não está certo de ser amor, há tanto lavou a memória
das impurezas de barro e folha em que repousava. E resta,
perdida no ar, por que melhor se conserve,
uma particular tristeza, a imprimir seu selo nas nuvens.”
Carlos Drummond de Andrade
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poesisas
05 maio 2010
livros e amigos
agradeço aos amigos por mimos tão importantes, Izete(jogos e nge) e Duilio(teoria do valor) que, por caminhos distintos, trouxeram lembranças de suas longas viagens, eua e italia, para o feliz escrivinhador, a leitura já abastece a imaginação e torna palatável os dias do sem glórias, o de jogos é uma referência, de forma simples e didática, temas complexos, barganha, jogos sequenciais e soma zero, no de teoria do valor e preços, uma ponte para novas abordagens de solow a neumann, se entendi algo, por fim, nova geografia econômica, com todos os detalhes, serve inclusive como hpe...Muito obrigado, aos amigos, eu não mereço...
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agradecimentos
Distimia e a sindrome do realismo não-mágico
particularmente vivo torcendo para que as minhas visões de catastrofes não sejam premonitórias ou confirmadas por alguma argumentação cabalística bem ao estilo biblico do livro das coisas findas, apocalipse não é o meu target, mas arrepio os cabelos quando leio jornais, lei de responsabilidade fiscal na berlinda, reajuste para aposentados acima do minimamente sensato, fim da do redutor previdenciário, gastos da petrobras, doações de empreiteiras para os amigos do presidente, revista time apontando o populismo como divisa a ser conquistada mundo a fora, classe c no paraiso tropical da gastança, estádios de futebol no descampado para atender ao capricho dos nefelibatas, enfim, assusta-me a insensatez dos tecnocratas e o silêncio passivo, ou seria, opressivo, das mídias todas, quem de fora olha com isenção ja percebeu o embuste e a trapalhada que estamos a nos meter, o Brasil está condenando o seu futuro em nome de um projeto de poder cuja as idéias estão mortas e sem sal. Como não sei rezar, olharei para os próximos anos com aflição torcendo para que a nossa sorte, mais uma vez supere em muito o nosso destempero fiscal e a arrogância estatal que mata crianças em maternidades públicas e adultos nas filas do SUS. Oxalá, o juizo nos contemple com algum futuro e menos fanfarronices....
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destinocracia
03 maio 2010
viagens
apenas mente o sujeito que assiste ao pastoreio das capivaras na estrada reta, obliquo tenor cantarola, mesmismos a parte, lá estás, horizonte sem sombras, pastagens no charco, lamas nos pantanos, porteiras abertas, ainda passarás por aqui com destino mais largo, voltarás para abrir o pneumotorax, serás a vertente de limas e patricias, surreais encostas na beira-mar, montevideus em teus postumos cartões de infância, o que esperas oh viajante sem peias, oh minotarau sem aridanes, misticas especimes atravessam a estrada, ratos do mato não são preás, são cachorras russas na casa do vizinho a te assustar, amigos a nos receber com costelas de borges, macias e prontas para preencher as costelas de teus filhos, a outra margem ainda não povoada por jacarés que só chegam no final da tarde...assim passas, domingo, segunda e nada, noutro tanto somos o leitor de beckett, esperando outra oportunidade para cotas que não são preenchidas por canetas, rádios e/ou a folha de imprensa livre, meus dias ainda viajam na infância.....
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