25 julho 2013

o papado do papa

assim, dessa forma, meio jocosa, meio infantil, meio sem sentido, poderíamos iniciar a crítica à espetaculosa e absolutamente ridícula visita do papa Francisco ( cardeal Bergoglio, só para o registro) ao Brasil, melhor, ao Rio de Janeiro do Cabral e ao `santuário` de Aparecida em São Paulo...uma semana de platitudes, de lugares comuns e de clichês carregados de equívocos da velha igreja, muitos cansativos e alguns enganosos e de uma mistificação de falsos dilemas morais e valores. Uma superficial crítica ao consumismo, ao dinheiro e ao mercado, uma perigosa volta ao passado da teologia da libertação sem, ainda, o contexto socialista ou comunista, uma igreja dos escândalos sexuais e financeiros que continua ostentando poder e o mesmo consumo, mas que tenta disfarçar tudo dentro ou por um farsesco fiat idea ou com um papa móvel trazido, etc, etc, etc. as incoerências são tantas que não merecem o registro, diáfano que seja...
salta aos olhos, no entanto, o outro escândalo, a nossa incapacidade para organizar coisas simples e a forma degradante como ainda expomos as nossas fraquezas mais básicas, ruas sem transito, transporte público sem energia, lama no palco da maior concentração prevista, autoridades que não se cumprimentam, a nada republicana ou transparente relação do comitê organizador local com os recursos públicos, a insegurança pública geral e as imagens e falas que a imprensa reproduz e espalha...difícil dizer o que causa mais desconforto nesse mar de lama.

14 julho 2013

Compreende?

os poetas sempre são mais lúcidos e perspicazes, sempre.


"O Brasil é um país que precisa de pessimismo, compreende, de muito pessimismo. O otimismo destrói o Brasil em qualquer atividade." (João Cabral de Melo Neto, fsp de 14/07/2013, p. I7, referindo-se a um palpite sobre a copa na Espanha de 1982)

"Assumem-se como uma instituição social em si mesmos, mas não querem substituir as oficiais ( e sim convoca-las a repensar o emperramento das respectivas juntas)" (Carlos Ayres Britto, fsp de 14/07/2013, p. I6, um palpite sobre as manifestações durante a copa das confederações do Brasil de 2013

vivo a transição e tenho propostas simples:

Para os políticos do Congresso:


  1. devolução de todos os apartamentos funcionais
  2. não se utilizar de verba de representação, voos da FAB e motoristas
  3. não nomear ninguém para assessoria parlamentar
  4. reduzir os próprios salários em 30% de forma unilateral
  5. renunciar ao mandato sempre que votar contra a orientação da maioria do partido
  6. andar mais de transporte público, bicicleta e a pé
  7. continuar estudando e melhorando a qualificação geral
  8. Criar o hábito de prestar mais conta a sociedade sobre suas posições no campo das ideias



Para o governo e área econômica


  1. exonerar toda a equipe econômica, presidentes do Bacen e BNDEs, trocar os ministros da fazenda e planejamento
  2. reduzir o número dos ministérios a não mais do que 20
  3. trocar toda a gestão da petrobrás
  4. independizar e permitir autonomia real para todas as agëncias reguladoras
  5. ouvir mais do que falar
  6. nunca conversar com Bresser, Belluzo ou Delfim, melhor mesmo, negar publicamente as suas teses
  7. acabar com a contabilidade criativa, assumir o passivo e adotar medidas de longo prazo para colocar as contas públicas e a política fiscal nos eixos
  8. não brincar com o câmbio e adotar uma postura mais dura com os parceiros populistas do Mercosul
  9. abrir a economia para uma parceria mais consistente e duradora com EUA e UE
  10. trocar o ministro das Relações internacionais
  11. sorri mais, principalmente durante os pronunciamentos em rede nacional...


04 julho 2013

Incapacidades gerais do bardo

perguntas do bardo, o solitário desconhecedor das virtudes morais universais:

  1. se não é possível a comparação interpessoal das utilidades como é possível atribuir pesos para educação, saúde ou outra qualquer forma de gastos orçamentários do poder público?
  2. no maximin do Rawls não há uso de probabilidades, pergunto, o um, da certeza, não é probabilidade e de igual teor, não é também, a formulação lá na posição original, igualmente subjetiva?
  3. se necessitamos introduzir na posição original o famoso véu da ignorância (injustificável como o Harsanyi de 1975 não usou esse raciocínio), não estaríamos pois, no campo das incertezas, subjetivas ou não, e então, como evitar a utilidade esperada lá do Von Neumann e Morgenstern, melhor, como não usar as preferencias pelo risco, ou não são elas, as tais atitudes em relação ao risco, humanas e como tal, deveriam ser consideradas, pergunto-me, seria ético deixa-las de fora de qualquer quadrado mágico ou maximin???
  4. tendo dois filhos, um doente crônico e outro saudável e com um certo desempenho outstanding em matemática pura, deveriam, nessas circunstâncias, os recursos da família de classe média-média serem alocados para: um tratamento novo caríssimo de baixa probabilidade de sucesso do filho A ou para custear estudos avançados do matemático da geração B de manifestantes nas ruas da capital?

paro por aqui, sem saídas e absolutamente iletrado, reconheço a minha incapacidade para tratar desses e de outros temas, com uma humilhante sensação de incapacidade geral irrestrita.