a semana do parcelamento dos salários dos funcionários públicos e da incapacidade do Estado honrar os seus compromissos mais básicos, saúde, educação, segurança... todos públicos, todos precários e endividados, divida em papel moeda e em realidade, filas, baixa qualidade, disfuncionalidades e descuidos, crianças nas sinaleiras fingem brincar enquanto trabalham.
Os analistas, alguns deles, vários meus amigos, nomes não digo por respeito e por amizade mesmo, comparam o nosso estado, difícil aqui definir o maiúsculo, com a situação da Grécia. Não, insondáveis vezes, não, não temos nada parecido ou equivalente com a Grécia dos gregos e da união européia, mil vezes não, não construímos insolvência sem miséria, não temos estado de bem-estar social, não cuidamos de nossas crianças e tampouco de nossos velhos, nossa renda per capita é inferior, nosso indicadores sociais, mesmo no decantado sul maravilha, não chegam aos dos gregos, nossa tragédia é nossa e única, escrita por partidos anacrônicos e ainda mais nacional-desenvolvimentista do que a ala a esquerda do Syriza, e ainda mais medíocres.
Um pseudo-qualquer coisa, que para muitos é um intelectual, um poser, afundou o estado, esse sim minúsculo, numa crise, usando recursos que não tinha para escolhas equivocadas e para conceder aumentos onde não podia, com aval unanime de todos os políticos, é verdade. Não, não somos gregos, lá a votação seria apertada e ninguém temeria dizer não.
Não, não somos gregos em sua falta de restingas e ilhas de contrastes, verdadeiras e inundadas pelo Guaíba, gente que não existe nas estatística oficiais, que não tem endereço fixo apesar do viaduto da João Pessoa e dos chocolates visíveis. Apenas 17km do centro da capital da "qualidade de vida" temos idh subsaariano e uma multidão sem água tratada por mais de 40 anos, não, não somos gregos...
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