o mestre sem peias esqueceu na "bulé" o chapéu de pescador, rumo incerto trouxe-o até esse esquecimento, mero acaso, insistem as suas cismas, enquanto caminha de volta para casa. No horizonte, uma fuga, uma garganta seca e aspera, uma vontade de sofrer a dor da alegria sem pausas, sem mediações, apenas aquietar as pernas, também doloridas, repousar, enfim, depois de tantos quilometros na estrada, redefinir o alvo, apurar os sentidos para ouvir o grito roco dos quero-queros defendendo a ninhada, nada eufórica essa distração das horas, apenas uma rede a balançar na sacada movida pelos pés que apoiam-se no peitoril, ainda é cedo para o fim da tarde, adormecem os ditongos, poemas esparramados na lembrança, um debater-se sem contas, uma resma de palavras postas de costas para o mar, interior.
08 novembro 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário