21 julho 2010

o social dos outros é burlesco

férias, afinal, poderia começar assim, mas é ledo o engano, como de resto a minha passagem por essa vida, no quarto úmido e sem persianas, relato ao museu das idéias o idéario de justiça, o pragmatismo libertário de resultados de sen versus o transcendentalismo institucionalista de rawls, entre um e outro a comparaçao dos quadros de justaposição, o que vale um critério universal do belo e justo se não consigo comparar quadros de pintores de escolas diferentes, ou se, existem muitos critérios igualmente justos e imparciais? Não há, como sempre, uma resposta fácil, apenas uma enxurrada de dúvidas e lamentos, o carro quebrado na oficiona o guarda-chuva que não funciona, a garganta fechada, o ônibus, como é bom sabe-lo e te-lo com campo de visão, que, mesmo assim, arrasta-se sem poesia concreta para ler ou ouvir, por uma cidade dos muros altos e prestes a confrontar mais uma de suas verdades, não somos assim tão educados ou civilizados, afinal. Tidas como elegantes e puras as verbas ´públicas que, supostamente tiraram o país da crise, foram transferidas na calada da noite para empresas privadas via bndes, social só no nome, como se pode ver pelos juros subsidiados de longo prazo incompatíveis com o outro, de dois digitos, real e que atinge no curto prazo o populacho, sem sombra de dúvidas, eis uma injustiça visível, seja qual for a teoria de justiçca que adotemos, impossível nao sentir o amargo na garganta depois de vômitos, involuntários, ou não...

11 julho 2010

pequenas rubricas e alguns pecados

nada de novo no apanágio local, os mesmos editoriais, alguma virtude privada ao descuidar com o que rubricas, a mesma boca torta quando fala em nome de uma mudança que não suportas ou da qual, nem mesmo sabes ao que veio, assim, a impostura e o palanque artificial da não candidata alega sinais dos tempos para uma patrulha que aos poucos começa toma a forma de uma ignóbil armadilha,  o discurso da velha esquerda com apelo populista e uma real mordaça na imprensa livre, eis o enredo velho da velha méricalatina, aquela das aventuras autoritárias e pseudorevolucionárias, a mesma que suplanta contratos, rasga leis, corrompe, prende e arrebenta, a continuar o que se desenha no ar e nos documentos de assinatura não lida, se omitir será um grande equivoco.

07 julho 2010

a tríade e a noite sem chuvas

o cabo de ligar nao funciona, a fonte de energia está plenamente adequada, mesmo assim, algo rompeu no cabo, internamente, isso é pressuposto, rompeu-se algo, há uma similaridade endógena nessa analogia morfológica, cabos e fios não conseguem transmitir a energia que faz a máquina funcionar. As palavras do inicio da semana são como esses cabos de alta tensão, ocas de consistência e, por isso mesmo, incapazes de fazer funcionar o que poderia impulsionar uma vida digna, por exemplo. O discurso está bonito, mas oco de significado e incapaz, novamente, de retransmitir os incentivos e a invectividade que cria riqueza, renda, emprego e prosperidade. Por um punhado de votos a mais ou para não perder um punhado de votos ameaçamos perpetuar o assistencialismo via transferência de rendas, melhor, ou pior, transferimos baixa auto-estima, armadilhas e incapacidade de mudar o status quo, enquanto isso os candidatos da situação apregoam, nas mãos atadas do populacho, o lugar comum da partilha injusta e circunstancialmente oportunista. O bolsa familia é um equivoco tremendo e não estamos nos apercebendo disso ao transformar em beco sem saída o debate sobre a tecnologia de combate a pobreza no Brasil, por comodismo e baixo nível de visão de futuro, amarramos nossos filhos e os pais de nossos filhos ao Estado de bem-estar social alicerçado em precários retornos sociais, baixa inclusão e muito discurso fácil. Não se trata do velho jargão do ensinar a pescar, ou de não assistir com renda os mais pobres,  ou do paterlismo que isso implica. Antes disso, perdemos a oportunidade de desenhar melhor nossos arranjos sociais para que o emprego e a renda se transformem numa realidade de vasto alcance social, negamos o direito de reformas amplas na previdência, no sistema político, na área tributária, no sistema público de educação, no sistema de saúde pública, etc por um conformismo de cunho populista, alicerçado em uma triade insustentável: endividamento público, juros altos e baixa produtividade geral da economia. Enquanto a burra guentar o tranco subiremos a lomba, mas quando a carga entortar veremos que perdemos tempo e que nossos indicadores sociais não são compatíveis com a dignidade e liberdades humanas reais. Desiludo-me da peça orçamentária e angustio-me com os ventos que levam a chuva para o mar....