no meio da tarde de um dia normal de trabalho uma jornalista liga da cidade do Rio de Janeiro, poderia começar assim a descrição desse breve post A contragosto tentei atende-la o que foi em vão....
1. oi, encontrei o seu nome na internet e vi que você fez pesquisa sobre pobreza no Brasil...amanha o IBGE vai lançar um novo indicador de vulnerabilidade, você poderia responder algumas perguntas?
oi, obrigado por ter ligado, mas não sou o especialista nesse tema e temos outros colegas que podem falar com mais propriedade a respeito desse índice...além do que, não conheço o novo indicador e teria dificuldades de antecipar qualquer comentário apropriado...
2. gostaria de ouvir uma opinião diferente das habituais...o indicador do governo olha para situação de vulnerabilidade social para indivíduos com ate R$ 320 reais per capita...
sem conhecer e a metodologia é quase impossível comentar, mas creio que acrescentar mais variáveis e olhar para alem da renda é um caminho adequado e representa uma mudança na visão do governo que tem sido monolítico ao insistir apenas no aspecto renda, contudo...
A partir daqui perdi o rumo e depois de quase uma hora de telefonema no calor de Porto Alegre, sim, o ar-condicionado da minha sala transmite mais impurezas do que o pó da industria de amianto, desligo com um singelo obrigado. Nos dias que seguem tento ler algo a respeito da suposta matéria, nada de nada. Tentei, mas não consegui, explicar que ao fechar o espectro da análise a indivíduos com até R$ 320 reais per capita e ao olhar indicadores de saúde, educação, etc. apenas a partir de dados do orçamento ou de infraestrutura disponível, o indicador estaria capenga porque avalia meios e não o que os indivíduos realmente realizam ou concretizam como ato deliberado de escolha livre...
No fundo, falhei, seja porque isso não é explicável de forma simples, seja porque não fui enfaticamente didático, afinal, usei as UPPs e a sensação percebida de segurança como exemplo de como usar apenas o número de `brigadianos`nas favelas não indica o grau de segurança realizado pelos moradores do Alemão, então, disse ao telefone, `se eles não se sentem realmente seguros, eles não circulam a noite, não abrem negócios e não realizam uma vida plena`, depois ouvi uma pergunta burocrática, sobre a minha institucionalidade funcional e um muito obrigado. Bem feito!
No fundo, falhei, seja porque isso não é explicável de forma simples, seja porque não fui enfaticamente didático, afinal, usei as UPPs e a sensação percebida de segurança como exemplo de como usar apenas o número de `brigadianos`nas favelas não indica o grau de segurança realizado pelos moradores do Alemão, então, disse ao telefone, `se eles não se sentem realmente seguros, eles não circulam a noite, não abrem negócios e não realizam uma vida plena`, depois ouvi uma pergunta burocrática, sobre a minha institucionalidade funcional e um muito obrigado. Bem feito!