16 junho 2013

a falta de mobilização nas cores, o direito de discordar.

não ter opinião nos dias que seguem é uma imperdoável agressão, particularmente gosto de manifestações e no mais das vezes gosto de manifestações pacificas, sempre, diria...contudo, no jogo das versões temos cenas explicitas de parte a parte, o enfoque da mídia e das redes sociais atende ao capricho idiossincrático do proponente, um e outro são apontados e devidamente rotulados, os vândalos dilapidadores do patrimônio público contra os truculentos policiais opressivos, um e outro, diria o bardo da malhada, estão certos e errados ao mesmo tempo, sempre podemos enfocar o vidro quebrado ou o sangue escorrendo na face dos manifestantes, o bloqueio das ruas e as pedras, os cassetetes e os sprays de pimenta, as balas de borracha nem um pouco inofensivas, diria, aos que tentam ideologizar tamanha massa de evidências compartilhadas, em ambas margens, temos equívocos profundos, em ambos, tanto na vil fala do ministro da justiça, como na defesa, não menos indigna, da corporação....em todos os caso, indigno-me, porque quem mais sofre é o direito livre e autentico de mostrar descontentamento sem ser agredido ou agredir...Temo que essa é só a forma mais doce de algo que tende a tomar proporções de batalha épica que quase sempre leva a rupturas institucionais importantes e que carrega em seu bojo equilíbrios de baixo nível num jogo onde as regras são impostas pelo mais forte  e que sempre leva ao enfraquecimento da liberdade e da democracia, portanto.
Em minha ingenuidade pacifista, proponho uma saída para minorar o impasse das versões, todos os envolvidos, de ambos os lados, desarmados, a polícia abandona armas, cassetetes, escudos e cavalaria, bombas e gás, balas e borrachas, os manifestantes abandonam as pedras, os artefatos da fantasia e, rostos a vista, usam apenas palavras de ordem, porém, ambos, carregam filmadoras abertas que a tudo e a todos gravam e filmam, som aberto e sem a necessidade dos melhores ângulos, a imprensa idem, serve de ministério público para a pugna, ambos de mãos dadas, sem violências, uns protestam, outros cuidam para que os protestos sejam ouvidos e vociferados em alto e bom som, ambos preservando o direito de ir vir a quem concorda e a quem, indiferente ou não, discorda e todos apenas registram em alta definição o ato civilizatório...sonho ou não, serei sempre defensor das manifestações de respeito mútuo, mesmo quando o que nos move é o direito inalienável e sagrado de discordar em todo canto e lugar.

Nenhum comentário: