23 junho 2013

a semana sem face, o sarapatel...

"quem não lê acredita só no mensageiro"(Janaina Paschoal, prof. de direito da USP, na fsp)

o duplo sentido é sem razão, passamos por dias difíceis, sem razão ou com razão demais, sem lideranças óbvias resolvemos protestar e manifestar insatisfação contra tudo ou contra quase tudo, a direita diz que é a favor, a esquerda diz que foi a primeira a propor o passe livre e outras coisitas mais,  ambas, sem razão ou com muita razão, levaram multidões às ruas, vimos cartazes de todos os tons, alguns em forma de poesia concreta: "são paulo/são pedras/são podas/são putos", outros com alusões mais cruas a nossas decantadas mazelas, até a independência do banco central foi reivindicada, quem diria, vimos sim, vimos pedras e balas de borracha, saques e depredação, cavalarias e brigadas, muitas...vimos também a belicosidade ideológica de parte a parte, um horror, assistimos uma titubeante presidenta em cadeia nacional, que, salvo engano, não piorou as coisas e trouxe, em sentido figurado, os médicos estrangeiros para desviar o foco, mas que...numa semana crua e nua, interromperam o trabalho no meio da tarde, fecharam a faculdade de ciências econômicas, a farmácia e até a igreja matriz, em todos os pontos recolheram o lixão para evitar depredação. Mesmo nos piores pesadelos não tínhamos uma vaga noção do que víamos, ou veremos...O brasil não entende o brasil, como na música, somos apáticos na percepção do quanto somos pobres, desiguais, injustos e no quanto vendemos, nos últimos anos e a todo o mundo, a ilusão de termos nos tornado os melhores do mundo, olha a crise do capitalismo na europa, nos eua, olha....quando eramos o que somos, pobres e desiguais, vivemos as nossas castas e criamos novas, lá no planalto central temos o DAS a gratificação por bons serviços prestados ao patrão de plantão e aqui, na paroquia, temos soldos não revelados e um estado de bem-estar social para os filiados, enquanto isso, negligenciamos o atendimento ao público, serviço público inexiste em razão, que esperem na fila e sem pronto atendimento, a qualidade dos contra-cheques dista léguas da qualidade dos serviços públicos, entre nós o que importa e importa muito é a linha de pobreza de setenta reais, um pouco menos, afinal, tiramos 28 milhões da pobreza extrema da nossa falta de imaginação, somos o que somos, uma urdidura desintegrada, retrograda, conservadora e injusta...

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