x. fale-me da sua dor de cabeça.
y. é uma dor sinuosa, doem os olhos e, em determinadas posições, o incomodo cresce, mas nao é o tempo todo forte, apesar de persistente, já dura quase 12 horas.
x. e o dólar, hein?
y. pois é, como tudo, nesse país, a culpa é dos juros altos, diz que baixando um o outro sobe, sem pestenejar, é uma relação inversa perfeita, não sei como não pensei nisso antes. Baixar os juros e correr para o abraço, teremos resolvido a falta de segurança, as balas perdidas, a má distribuição de renda, a nossa falta de educação e os maus costumes, diz que até o grêmio vai começar a jogar futebol...
x. seu tom é meio irônico, afinal, o grêmio...
y. reconheço que é uma alegoria, mas até a petrobras, agora que ameaçam abrir a caixa preta, começou a descobrir petróleo em toda esquina, em qualquer campo minado, dizem que até em poço artesiano na sombra do coqueiro. A regulação do senado parece que é mais efetiva do que anp, ou melhor, gabriela subiu no telhado, dizem que vai privatizar, digo, pular.
x. e os juros?
y. como nao sei o que dizer sobre causaçao reversa e nao entendo muito de nao lineariedades, prefiro ouvir as notas do acordeon: jurosdescem, jurosreais, desconjuros, deuscomjurospune, com inadiplentes falas, com deliquentesprosperas
x. confuso, nao é?
y. simples assim, baixa os juros, melhor, faz um referendo e estatiza o cidadão, assim mesmo, facil e sem sabor.
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