08 março 2010

metades incompletas e uma natureza morta

o realismo é chato diz o poeta, ao pé da letra, "reproduzi-lo é chover no molhado", mesmo que a primeira referência seja de adereços na tela, imagens sem sentido objetivo, palavras de quem come grama na torre da capital, vexame internacional, cenas da teia da vida, sem distinções, sem novos matizes, apenas a enfadonha ladainha dos discursos em linha reta, dramáticos, é verdade, mas de uma oca representação da vida, apenas, diria o poeta, mais uma cartilha do politicamente correto agora em tom de ameaça ideológica, a velha patrulha dos tuberculos do outro lado da cerca, se fosse filme seria, " a vida dos outros", se fosse livro, misto quente do velho safado, se fosse caneta,  tinteiro, se fosse show, guns N' roses, se fosse músico, sebastian bach, se fosse jogador de futebol, ronaldinho e abozanieri, se fosse filosofia, rimas nao desceriam da mudiça, vasos de alabastros nao suportariam a água turva que  escorreria da bica,  da chuva da tarde, o filho do padeiro sujou as mãos na grama da capital, se fosse irmão, esquizofrenia, se fosse doença, liberdade, porém nada de realidade, apenas livros em camadas supepostas, equações dinâmicas e seus gradientes, a série convergente e os ruídos brancos, negra só a falta de luz do quarto, obscurantismo do abajur sem capa, ainda acreditas na virtude dos homens sem poder, apesar da infâmia da bomba de escárnio de picarescas falas, feche o livro que não queres ler, sempre....se fosse mulher, saberias usar o hipocampo para encontrar o número setentaetres, a vila pobre, o sobrado na casa de comer, e o desejo de viver mais uma vida na tua companhia.

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