31 dezembro 2011

uma lupa desnecessária

nada foi tão dramático, afinal, mesmo não mudando o rumo das letras, e a forma hiperbólica e adjetivada da escrita, posso adiantar que foram muitos os bons momentos, uma lupa seria desnecessária para percebe-los, segue então uma lista mínima:
  1. as publicações e os novos co-autores, o primeiro artigo no idioma universal, a forma direta e objetiva de alguns artigos, as inúmeras submissões, oito ao total, se não me engano, as descobertas tardias e as surpresas com o impacto dos mais recentes, novos projetos de pesquisa e as medidas de gini e polarização...
  2. as leituras mereceriam também um post especifico, falarei dos que lembro, binmore, amartya sen, dworkin, harford e todos os técnicos de jogos, econometria não paramétrica e microeconometria, o melhor entendimento dos modelos para finanças e, até que enfim, os modelos estruturais, foram muitas as folhas de resumo e muitas horas nos pacotes, o R continua sendo um desafio, principalmente na leitura dos dados, mas tá tudo lá, em cima da mesa, a obra em aberto,
  3. os encontros na casa Ethos, filosofia, Kant e Nicodemus, os indicadores de justiça e civilidade, os programas sociais, a minha crítica forte ao bolsa família, o dialogo inteligente com os jovens filósofos e advogados, num ambiente de chá, chocolates e inteligência, devo agradecer a paciência de todos e os belos debates
  4. as festas todas e os novos amigos, nomeá-los seria uma armadilha, mas todos sabem dos churras, dos ensaios da banda Los os, das cantorias e cantatas e das visitas, sempre alegres à cidade baixa, muito mais do que poderia esperar, afinal, trabalha-se muito, uma bela farra louca. Para completar o dvd do super brega, um achado antropológico musical, poético e sentimental...
  5. a timeline e a escrita no twitter e facebook, algo divertido, forte, as vezes implicante, muito politizado, muito engraçado, mas sempre humanamente divertido, mesmo perdendo o apelo, vale o mesmo para o msn e a conversa com velhos amigos de santa cruz, pelotas, brasilia, teresina, até belo horizonte...Ah, a visita de volta dos amigos que foram para brasília, sao paulo, minas, rio de janeiro e o escambau, sempre um momento de felicidade, tem também os amigos novos que não conheço, mas que me divertiram muito com as suas frases sempre humanas e divertidas
  6. os seminários, deles o interno, de pesquisa, pelas etapas todas de preparação, convite e arranjo dos detalhes, mas ai cabem também floripa, brasilia, rio, curitiba, foz do iguaçu e tantos outros, todos importantes e significativos a sua maneira...
  7. no futebol, Damião...gols, caráter, valores, dribles mágicos e objetivos, como tem que ser, e uma maturidade surpreendente para alguém tão jovem, foi o melhor do colorado tão instável e tão mal administrado
  8. a accuradio, que estou ouvindo agora, a minha companhia de todos os dias do ano, sempre uma peça que alimenta minha vontade de terminar todas as tarefas que procrastino
  9. na política foram poucos os momentos realmente valiosos, posso citar os oitenta anos do fhc, a luta da calmaon para preservar o cnj, a queda de governos totalitários pelo mundo (certamente lembrarei de mais episódios, não gosto do berlusconi e acho que a esquerda na Espanha não fez o dever de casa, mas deixarei em aberto,,,)
  10. na saúde uma contra-prova de exame de sangue fez toda a diferença e mostrou que planos de saúde podem fornecer serviços de péssima qualidade e que a regulação é muito importante...o fim da restrição ao uso do bafômetro foi uma conquista institucional importante....
  11. por fim, o aniversário de setenta anos do hildeberto, a visita do tio ennio, e a festa na fazendinha em Brasilia, certamente, esqueço aqui também algum registro importante, mas para todos eles, as olas na casa do mauro e mônica, conseguem ajustar o sentimomentro para um equilíbrio bem razoável, obrigado.
  12. certamente, não foram poucos os momentos literários, a nova biografia do joyce, roth e seu zuckerman, rabujento e absolutamente lúcido, proust em dois volumes, austen e toda uma saga, a tradição ética britânica, as palavras do spivelt e a sua genialidade de dez anos, as viagens a antunes e seu jacaré meia boca, a ilustrada novamente impressa...
enfim ou por fim, um ano rico em grandes momentos, e da família não falo, porque diz muito da vida inteira, é contínuo, aqui só o que o ano que já acabou trouxe de conquistas e de amigos, os novos e os de toda a vida. Obrigado.

24 dezembro 2011

a lista, ou, quem sabe, um desabafo...

o ano da graça de 2011 não deixará uma saudade entusiasmada, serei breve, então, nessa copiosa lista, que de resto, encerra do verbo virar a página, um ciclo de vida do bardo, que, já não é o mesmo, começarei pelos piores, a ordem não segue um propósito e apenas vem da memória:]
1. as lambanças do tombini e do mantega, de ministros e poderosos chefes de banco central pode-se esperar tudo, mas o arroubo de platitudes, lugares comuns e baboseiras ditas com ar de sabedoria e empáfia, com certeza foram o pior do pior nesses tempos de crise. Torço para que os dois comecem a ler discursos escritos por verdadeiros economistas ou para que sejam substituídos por alguém com inteligência mediana ou moderada noção de auto-crítica. Nesse item, caberia um subitem ao valor econõmico e seus articulistas, mas estão todos lá, na lista dos piores dos piores...
2. participar de bancas acadêmicas e observar injustiças visíveis porque um dos doutos da banca não conhecia a literatura, os termos, conceitos e desdobramentos da teoria em questão. Nesse item, a falta de objetividade na avaliação da produtividade também sempre me deprime...
3. a queda do falcão, não necessariamente pelo seu bom desempenho a frente do colorado, mas pela forma como foi conduzida, sinceramente, um ídolo merece respeito e ao não faze-lo a instituição mostra as suas leniências e incapacidades...
4 a corrupção, qualquer uma delas, a mais venal, a ideológica, assegura ao criminoso que rouba dinheiro público o escudo do partido e da agenda de um populista, no Brasil de 2011, vimos que a camada do pre sal não é tão profunda e que o que lá graça não é petróleo, mas sim a densa camada de lodaçal  e lama dos corruptos e seus padrinhos, todos desprezíveis, de consultores a palestrantes, de membros do supremo a juízes, vimos e acompanhamos, um festival de canastreiros e canalhices...
5. a formula 1, melhor seria dizer, a ex-formula 1 que virou algo inanimado, pitorescamente, estático, sem cor e malparado, um festival de falas nosense do galvão e uma piada pronta para com o rubinho, o idiota de plantão, quase nos acostumamos com os perdedores que ganham muito dinheiro, algo na linha perco porque sou inteligente e sei até onde não devo ir... O feio da coisa não é, por óbvio, perder, mas sim, fazer do não ganhar uma carreira..
6. programas de tv, sem comentários, faustão, pânico, fantástico, bem amigos, todos da ana braga, band esportes, abre o jogo, as repetições da globo news, esquenta, uma caricatura da classe média com cobertura de clichês deselegantes, aliás, todos são...novelas das sete e seis, o astro e todo o canal 3...
7. o rei zumbido, que além de não se manifestar como causa, trouxe uma falta eterna de paz e uma forma ou outra de variações indesejáveis, a surdez progressiva, as dores nas pernas e a vista cansada para variações longe e perto, completam o quadro das dores irreversíveis...
8. as interpretações da crise, o oportunismo e cinismo do krugman, o erro heterodoxo, a empafia ortodoxa, os movimentos contra o sistema financeiro, a ocupação e desocupação do iraque, dois erros e duas tragédias, o obama  e seu glamour retórico, os republicanos e suas diatribes anacrônicas, o design inteligente, a firula do neymar na porta do gol, os equívocos do muricy,  a Argentina dos kirchner e dos papeis surrupiados da livre imprensa livre, a greve do cpers, a petrobras e sua generosidade aliciadora, o bndes e suas escolhas, a venda do andrezinho para o botafogo, a saída do sobis, o celso roth e a conquista do corinthians, a queda do ceará, a falta de escrupulos do ronaldão, romário e juca kfhouri...
9. o excesso de atribuições a falta de tempo para jogar conversa fora e a eterna divisão do campo ideológico o mundo cada vez mais bipolar, um retrocesso sem sentido, a eterna falta de dinheiro para livros novos e a vida sem música no ouvido direito, minha declaração de imposto de renda, a vida sem esportes e o transito de porto alegre, a linha de passe do colorado...
10. por último o mec e seu haddad, erros, incompetência e descaso, enem e seus mistérios, a falta de critérios e o abandono do ensino básico, a falta de visão para além do orçamento...
por óbvio, não encerra, a lista uma verdade do dia, nem mesmo alude a tudo o que interessa, apenas descorre sobre o que veio à TONA, mas nada é inconsciente ou não sentido....

15 novembro 2011

frases e seus emblemas

"Devemos ter cuidado com ideólogos que aproveitam a crise européia para promover suas agendas" (Krugman, a essa altura sem auto-crítica) O imponderável deve rondar a cabeça de um Nobel, afinal o maior pregador e ideólogo dos tempos atuais, um insano anti-Wall street, mercados financeiros e qualquer coisa que não seja o novo keynesianismo messiânico, ousar vociferar algo nessa linha de raciocínio chega a soar falso ou é alguma espécie de narcisismo cego que impossibilita alguma vida inteligente ou alguma autocritica, Krugman realmente chegou ao fim do poço....

"Graças a Deus! quero distância dessa gente cultivada que promove bacanais com dinheiro de renuncia fiscal e frequenta os mesmos sarais da ilustríssima repórter. Não sou despachante, meu lance é literatura. (Marcelo Mirisola) Autor de livros em uma réplica a uma resenha desdenhosa cujo o foco é o suposto mal humor e destempero do autor e não a obra resenhada. Depois dessa resposta, passou a ser meu autor predileto do verão, lerei pelo menos um dos seus doze livros, obrigado!



vinte e quatro horas ou mais

vem de ser feriado na e para república dos progressos adiados e da ordem de força especial invadindo casas sem judicialização da cidadania, pois bem, que seja, feriado é, feriado não se discute, cumpre-se, mas, não satisfeitos, mudaram a data de outro feriado para engavetar ou colocar em data de conveniência, o dia 14/11/2011 como dia do funcionário público na república dos funcionários públicos, faz sentido, afinal. Só não precisávamos incluir na lista de atendidos por tamanha 'feriadança' as Universidades, que já nem sei se merecem o maiúsculo da forma, então, já fechamos às 22horas todos os santos dias, aos sábados, que não são santos, fechamos ao meio-dia, nos domingos, nunca fomos de funcionar...Assim, cuidamos da pesquisa, do conhecimento, da criação, das idéias, dos experimentos, dos laboratórios e dos computadores, desligamos vez por outra, todas os dias, desliga a sinapse, a conexão, fecha o livro, interrompe a gota do orvalho químico, o eletrodo no cerne do rato de laboratório, amanhã matamos outro, se tanto, afinal ninguém ou nada será salvo com nossas sabáticas dormidas ou descanso, não nos preocupemos, nada de muito criativo ou importante foi perdido com as nossas tabelas de horários para não funcionar, os nossos alunos já não estudam, nossos pesquisadores escrevem em seus laptop(s) e mandam tudo via internet, de suas casas na praia e de outras tantas casas, espalhadas por um raio de quilômetros de distância de quem paga os impostos, pouco importa, não vai faltar salários nas contas e festas nos finais de semanas e feriados,,,,

08 agosto 2011

leituras apressadas ou porque vamos sucumbir

o Merval leu algo, não sabe o que significa, não fez o dever de casa mínimo de consultar opiniões contrarias, sopesar, balancear, avaliar, assumir as consequências, algo normal, aliás para o jornalismo, afinal, informação, mesmo não revelando as fontes, nesse caso, a fonte é revelada e ainda é usada como aval de autoridade, teríam, se consigo retomar o fio, de se fiar na busca, olha ele, o fio, ai de novo, na verdade, na revelação da verdade. Não, o formador de opinião nao teve esse cuidado e vende como verdades de autoridades a tese da desindustrialização e da primarização, etc, no fundo, lá no fundo, é mais um nostálgico da guerra fria ou da  cepal, cujo os únicos manuais lidos foram as teses furtadistas ou de Inácio rangel, se tanto, sobre o brasil e a América Latina do prebisch, preso ao lugar comum, vocifera, e, ao repercutir mais um engodo, constrói castelos de engôdos que vão servir aos discursos da direita e da esquerda, ambas, todas, (mais um traço da nossa esquisitice), intervencionistas e estatizantes no que há de pior no ser humano, ditatoriais, repressivas e corruptas...

02 agosto 2011

a política industrial e a cobertura do JN, a intrigante trama.

o governo sem nome identificável e de uma triste senhora sem rumo, escolheu, a dedo, a melhor data para lançar a nova, novíssima seria mais original, afinal, convenhamos, politica industrial já é uma expressão velha e morta em ideias e originalidade, pois bem, com um discurso inflamado de defesa do emprego e de proteção da indústria nacional e de luta contra a guerra cambial (sic) o governo lançou mais um pacote intervencionista, protecionista e sem pé nem cabeça para, segundo lá eles, proteger o setor, etc. Não há o que dizer dessa peça e do triunfalismo primário do governo tampão que empurra com a barriga, enquanto aguarda a volta do messias, seria bater em tecla gasta apontar os equívocos, muitos e tantos que fazem corar a vida inteligente mais infame, não sei o que são e não vou tecer comentários sobre o que querem além de preservar o poder, deles próprios e dos comparsas, esses também nomináveis, assusta-me, contudo, a cobertura do jornal nacional sobre o episódio. A versão foi única e de salvação nacional e o único economista escutado foi  um desconhecido senhor, que, obviamente defende e aplaude como urgência, o rebu. Devo ser ignóbil e com baixa capacidade de entendimento, nem o Krugman lá dos democratas, aquele que só vocifera nos matutinos, seria tão crédulo e ingênuo com tamanho conjunto de platitudes, certamente, há algo de novo no jornalismo da nobre emissora, uma mudança pró intervenção no câmbio ou algo mais explicito e menos republicano que fez a globo editar tão viesadamente e sem ouvir um único sinal contrário, ou opinião diversa do lugar comum, a indústria, por sinal, em uníssono concorda, portanto, concordamos todos, parecer querer dizer o editorial do JN.   Oxalá seja só um erro de má formação jornalística aqueles 50 segundos, se tanto, de erros, frases tortas e de claudicantes subserviência a um política industrial em tudo e por tudo, absolutamente errada, desde o diagnóstico aos contornos do que propõe, até mesmo, na escolha da data do lançamento, a expectativa do calote dos eua é uma glória para governos intervencionistas e que a tudo e a todos querem engolir. Certamente a globo, nas suas entranhas deve ter pulado do muro, só nos resta falar na rede enquanto não sufocam a banda larga para todos.

19 junho 2011

hoje a mangueira, amanhã copacabana...

não consigo ficar animado com o uso do exército e com a inteligência estratégica das unidades pacificadoras, a coisa toda é meio estranha, uma invasão avisada com vistas grossas para a fuga em massa de traficantes, o silêncio obsequioso da imprensa, o medo da população local, e a fuga sem disparos dos bandidos, e o pior, o discurso do secretário de segurança que comemora o feito como histórico, vai mal a coisa toda, esses arranjos para inglês ver, melhor mesmo seria adotarmos o projeto monastério, mandaríamos a copa para os ingleses e tentaríamos resolver de fato nossos problemas, sem exércitos nas ruas, sem bandeiras nos mastros da caixa d´água, sem a sensação incomoda de jogar pra debaixo do tapete os erros todos, o país e a cidade do Rio de Janeiro atual não tem condições de arcar com as despesas de um evento esportivo dessas proporções, vamos lá, falta tudo e os caras ficam brincando de upps, como se a cena sem disparos do Beltrame fosse resolver a falta de saneamento básico ou a cruel realidade dos que tem que usar transporte ou saúde pública na ex-cidade maravilhosa.... Fico imaginando como será tratada a justa reivindicação salarial dos policiais quando eles perceberem que são o fiel da balança da possibilidade dos jogos...o Cabral não é sério o bastante para honestamente assumir a montanha de desafios que estão postos para o Brasil e que esses desafios dos jogos não são os nossos, melhor, não são os desafios que precisamos enfrentar e vencer, temos sim que fazer uma inclusão sem upp em todos os nossos morros e vilas, fazer valer o dinheiro público em obras e serviços de qualidade e eficientes o bastante para atender com qualidade a toda gente, copas e olimpíadas são projetos politiqueiros de oportunistas que invadem as casas alheias com migalhas e bolsa familias, para que fiquem quietos e pacificados, enquanto eles, os garbos politiquinhos,  autores da estupenda ideia olímpica, executam a sigilosa gastança... isso é fazer pilhéria das nossas humanas necessidades reais...não foi para isso que tentamos construir uma moeda, uma cidadania real, uma economia...

18 abril 2011

um recomeço...

 é um teste, mas o novo brinquedo da minha filha vai permitir ao velho bardo retomar seus achaques, poderia começar pela frustração com os exames de sangue, mas ai lembro-me ou apercebo-me do sus e do flagelo que é a saúde pública e resigno-me com a pequena incapacidade do meu plano de saúde para certos exames, outro tema, seria a renomada biografia do poeta pessoa e do cidadão pessoa, tomei uma aula com o meu filho mais velho que colocou por terra os poemas que tanto leio desde a adolescência, ninguém é normal, nem o meu portugûes, muito menos o poeta, uma filha me permite voltar a escrever o outro diz-me que nem os poetas são sublimes. Jarred e suas simetrias, ou seria melhor falar de assimetrias, desenvolve mais uma teoria canhestra para explicar, agora, o terceiro chimpanzé, que somos nós, se entendi direito o penis desproporcional dos humanos explicaria o sucesso da nossa empresa, algo bem questionável, a começar pela idéia de sucesso, bem, nao sei o que falo, melhor voltar os olhos para a matemática de jogos, essa sim, subiu muito em meu conceito, melhor diria, eu aumentei meu campo de visão e entendimento dos jogos ao decifrar alguns enigmas matemáticos e melhorar o  uso de notação mais rigora, extremamente recomendável, as sete-uplas de jogos dinâmicos ou as ameaças vazias de equilíbrios de nash por conta da não restrição dos conjuntos de informação (tenho que voltar a esse ponto) por exemplo. Matemática, alías, que é terapeutica para zumbidos no ouvido direito e que faz a festa dos prolongados fimdesemanas...

15 abril 2011

Bob Aumann

uma  entrevista instigante do velho para  o novo e vice versa.

13 abril 2011

Um exercício contra-factual (real ou do real)

Um belo texto, didático, inteligente e intelígivel sobre a  vale, mineradora privatizada, e, muito mais, sobre a construlção de uma linha de raciocinio impecável.

03 fevereiro 2011

Peço desculpas a minha mãe

Causas apontadas pelo vespertino:

1. Isonomia salarial nas Federais
2. Dedicação exclusiva
3. Burocracia
Eu acrscentaria:
4. Estabilidade irrestrita
5. Salário fixo
6. Produtividade não é avaliada
7. Doutrina estatizante e sem preocupação com eficiência alocativa
8. Minhas escolhas pessoais

29 janeiro 2011

Piauí no Estadão

Piauí, a última fronteira agrícola do Brasil

Autor(es): Renée Pereira
O Estado de S. Paulo - 23/01/2011
 
 
No comando de uma retroescavadeira recém-comprada, o fazendeiro Cornélio Sanders, dono de quase 50 mil hectares no sul do Piauí, brigava com a tecnologia da nova aquisição para remover uma pedra no meio de sua propriedade. Apesar de não conhecer bem os sistemas ultramodernos da máquina, o gaúcho, natural da cidade de Não-me-Toque, não quis perder tempo. Deixou o ambiente confortável do escritório para trás e partiu para o campo, naquela tarde quente e abafada de dezembro. Queria deixar tudo preparado para a chuva que prometia cair ainda naquela noite para, no dia seguinte, iniciar a plantação.
No Piauí, é assim. Bastam algumas nuvens escuras no céu para os agricultores começarem a correr na preparação de máquinas, sementes e terra. Com o calor intenso, a umidade do solo acaba rápido. Por isso, algumas horas após a chuva, eles precisam iniciar o plantio. Caso contrário, terão de esperar até a próxima tempestade e correr o risco de perder o tempo da safra. "Aqui o clima é peculiar. A janela para a operação é muito curta, comparada a outros locais", diz Gregory Sanders, de 31 anos, filho de Cornélio, que chegou a Uruçuí (maior produtor do Piauí) em 2001.
Ele conta que a ida do pai para o Piauí, depois de passar por Mato Grosso e Minas Gerais, foi uma decisão corajosa e arriscada. Afinal, o Estado vivia embalado pelo estigma de "terra pobre que nada produz". Hoje o mantra é outro. O Piauí virou a última fronteira agrícola do País, reduto de endinheirados adeptos da alta tecnologia, máquinas e aviões de última geração.
Um retrato disso foi mostrado em recente relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que pôs o Piauí na liderança dos Estados com maior crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008. A expansão foi de 8,8%, acima da média nacional de 5,2%. Boa parte do desempenho se deveu aos resultados positivos da agricultura, cuja participação na produção nacional quase dobrou - de 0,6% para 1,1%.
Ainda é pouco diante das grandes potências nacionais, como Mato Grosso e Goiás. Mas o agronegócio apenas começou a engatinhar no Piauí. Segundo cálculos dos produtores, só 12% do potencial do Estado - calculado em 3 milhões de hectares - foi explorado, a maioria com soja. Entre 2000 e 2009, a área plantada cresceu 593%, contra a média nacional de 59%. Detalhe: o preço da terra ainda é considerado uma pechincha na região, apesar da demanda elevada.
Enquanto no sul do País um hectare custa em torno de R$ 10 mil, no Piauí não passa de R$ 2 mil, comenta Ribamar Mateus, da empresa imobiliária JRM. "O pagamento pode ser dividido em três vezes num prazo de dois anos", diz o consultor, nascido em Uruçuí. Segundo ele, o preço da terra no sul do Piauí já foi bem mais barato, quase de graça. "Tem muita gente que comprou fazendas aqui pelo preço de uma carteira de cigarro (o hectare)", lembra.
De olho nesse potencial, vários investidores - muitos estrangeiros - estão desembarcando na região. Segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), nos últimos três anos, a venda de terras no Piauí para estrangeiros cresceu 138% (de 24.619 para 58.700 hectares) - quinto maior vendedor do País. O grupo argentino Los Grobo foi um dos primeiros a chegar por lá. A americana Bunge também demarcou território e construiu uma unidade de processamento de soja em Uruçuí. Agora quem está de olho nas terras piauienses são os chineses, que andam sondando oportunidades.
Brasileiros. Mas, apesar do interesse estrangeiro, são os brasileiros que estão desbravando o Piauí. A maioria tentou a sorte no Centro-Oeste antes de se aventurar por terras nordestinas. Um deles é o paranaense Altair Fianco, filho de agricultor familiar, natural de Pato Branco. Depois de uma breve passagem por São Gabriel do Oeste (MS), onde plantou soja em área arrendada, ele partiu para o Piauí. Em 1989, desembarcou em Uruçuí com a mulher e dois filhos. Comprou 9 mil hectares e montou sua fazenda de soja e milho.
Hoje Fianco tem 1.700 hectares de área plantada, mas a intenção é atingir 5 mil hectares nos próximos anos. "Procuro não me endividar. Prefiro fazer tudo aos poucos, de acordo com as minhas condições." O fazendeiro garante que a produtividade das terras do Piauí já não perde em nada para as plantações de Mato Grosso e Paraná. "Hoje consigo tirar 60 sacas de soja por hectare. No caso do milho, consegue-se até 150 sacas", comemora ele, que recebeu, em 2010, o título de cidadão piauiense.
A família Sanders chegou a Uruçuí quase uma década mais tarde para ser pioneira na plantação de algodão, sem deixar de lado outras culturas. Dos quase 50 mil hectares da Fazenda Progresso, 22.900 estão ocupados com soja, milho, algodão e eucalipto. Embora a soja ocupe uma fatia maior da propriedade, é o algodão que rende mais, diz Gregory, que hoje praticamente comanda a Fazenda Progresso, enquanto o pai dirige os negócios em Minas. Em 2005, inaugurou uma usina de beneficiamento de algodão, que abastece a indústria têxtil do Nordeste. A expectativa para os próximos anos é elevar a área plantada para 27 ou 28 mil hectares.
Um dos últimos a apostarem no Piauí foi a família Ioschpe. Em 2004, depois de ouvir maravilhas sobre o Estado, o empresário Ivoncy Ioschpe comprou 14 mil hectares na região. Três anos mais tarde, decidiu criar fazendas e contratou a Insolo, uma consultoria que desenvolvia tecnologia de alta precisão para o Cerrado. A parceria deu tão certo que, em 2008, a Insolo foi comprada pelos Ioschpes e se tornou a Insolo Agroindustrial, a maior investidora do Piauí.
Hoje a empresa tem 41 mil hectares de área plantada e produz 130 mil toneladas de grãos (soja, milho, arroz e sorgo). O objetivo é alcançar 120 mil hectares em quatro anos - 20 mil a cada ano. Isso significará produzir 400 mil toneladas de grãos. Até lá, serão investidos US$ 400 milhões, boa parte em tecnologia de alta precisão, diz o presidente da empresa, Salomão Ioschpe. "Estamos produzindo numa região com vocação para a agricultura em grande escala com uso intensivo de tecnologia. O Piauí tem tudo para se tornar a maior região para desenvolvimento de grãos no País."
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Região sofre com serviços precários

O Estado de S. Paulo - 23/01/2011
 
 
Além das estradas ruins e da falta de transporte ferroviário, sul do Piauí tem rede elétrica frágil e telecomunicações instáveis
A alta tecnologia das fazendas do Piauí é um contraste com a precária infraestrutura da região. Apesar de as principais rodovias terem sido recapeadas recentemente, os acessos às fazendas ainda são de terra batida, estreitas e esburacadas. Sem nenhuma ligação ferroviária - como ocorre em quase todas as grandes áreas produtoras de grãos do Brasil -, as milhões de toneladas produzidas na região saem da lavoura de caminhão.
No pico da safra, os enormes congestionamentos mais lembram as filas que se formam nos portos do Sul, garantem os produtores. "O Piauí é uma região difícil do ponto de vista de infraestrutura", afirma o presidente da Insolo, Salomão Ioschpe, que tem 41 mil hectares de terra plantada no Estado.
A esperança dos produtores é a construção da Ferrovia Transnordestina, que ligará o sertão do Piauí aos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará. A estrada de ferro sairá da cidade de Eliseu Martins.
Mas não é apenas a infraestrutura logística que castiga os moradores do sul do Piauí. A rede elétrica é extremamente frágil e limitada. Basta chover alguns minutos para as cidades ficarem às escuras. Nas fazendas, a situação é ainda mais complicada. A maioria tem de recorrer aos geradores movidos a óleo diesel para não ficar refém das redes de distribuição.
"A gente só paga imposto e não tem benefício nenhum", afirma Luiz Quirino Peteck, dono de uma propriedade em Baixa Grande do Ribeira, segundo maior região produtora do Estado. Ele conta que em algumas épocas do ano chega a consumir 2 mil litros de diesel por dia (ou R$ 4 mil).
O produtor - que esperava um dia inteiro para fazer duas ligações para o Sul do País na única linha da cidade - hoje tem telefone fixo, celular e internet na fazenda. Isso não significa, porém, que funcionam todo o tempo.
Na Fazenda Progresso, os serviços funcionam um pouco melhor por causa da proximidade com o município de Uruçuí. Mas, como a propriedade é muito grande, em algumas áreas nem os rádios funcionam. Nesse caso, vale tudo para tentar se comunicar com a sede, que fica às margens da rodovia PI-247, a 30 km de Uruçuí. A saída é subir no local mais alto - no caso, os tratores e plantadeiras.
Avanços e retrocessos. Apesar das dificuldades, os moradores de Uruçuí - cidade de 20 mil habitantes visitada pela reportagem do Estado por ser a maior produtora de grãos do Piauí - reconhecem as mudanças trazidas pelo agronegócio. "Melhorou 90%. A cidade era muito atrasada. Hoje temos trabalho e podemos continuar por aqui", afirma Valdina Barbosa da Silva, que morou dez anos em Brasília e retornou à cidade natal em 2007.
Hoje ela trabalha numa financeira, no centro de Uruçuí. Valdina conta que a busca por crédito na loja tem crescido todo mês. O dinheiro do empréstimo é usado para reformar casas ou para comprar o veículo preferido dos uruçuienses, a moto. "Todo mundo tem moto, mas quase ninguém tem carteira", diz.
Uruçuí tem hoje a maior renda per capita do Estado, superando até a da capital Teresina. Mas, apesar dos avanços, a maioria decorrente de investimentos privados, muitos moradores reclamam que a cidade poderia estar numa posição mais privilegiada e com melhores condições de lazer para a população. Além de ter a maior renda per capita, o município tem o quarto Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.
Mas, infelizmente, os anos de desmandos de políticos que comandaram a cidade não permitiram que a população fosse beneficiada. A prefeitura vive atolada em dívidas, já teve as contas bloqueadas pelo Ministério Público e não consegue fazer novos investimentos. Já o atual prefeito pouco conseguiu mudar a situação caótica das contas públicas. E na semana passada foi preso numa operação da Polícia Federal, ao lado de outros prefeitos do Piauí.

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Falta de qualificação obriga fazendeiros a ''importar'' mão de obra

O Estado de S. Paulo - 23/01/2011
 
 
Além da falta de infraestrutura, outro problema relatado pelos fazendeiros do sul do Piauí é a falta de mão de obra qualificada. Como as máquinas usadas na lavoura são equipadas com alta tecnologia, GPS, painéis eletrônicos e computador de bordo, os profissionais precisam ter algum conhecimento.
"Temos tido muita dificuldade para preencher as vagas, mesmo pagando 30% mais que a média do mercado", afirma Gregory Sanders, da Fazenda Progresso. Ele afirma que a falta de experiência dos operadores compromete a capacidade da máquina. "Um equipamento que poderia produzir 2x, acaba produzindo apenas 1x."
Uma das soluções tem sido "importar" profissionais de outras regiões. No Condomínio 2000, de Altair Fianco, há profissionais do Rio Grande do Sul, que têm alto conhecimento sobre o plantio de soja, com o é o caso de Clodovil Zimmerman, de 54 anos.
Antes de chegar ao Piauí, ele passou pelas fazendas de Mato Grosso do Sul e Goiás. Trabalha há quase 40 anos no agronegócio e é um exímio operador de uma máquina chamada uniport. Com o auxílio do GPS, ele percorre toda a lavoura, pulverizando as mudas de soja. A regra é ir e voltar com a máquina sem passar com as rodas em cima da plantação.
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15 janeiro 2011

oposição, sim!

não é fácil assumir que não se está a favor sempre, opor-se exige resignação e decoro, firmeza e paz, rumo e dúvidas, no mais das vezes, perde-se oportunidades, mas diante das circunstâncias, é grande e legitimo o papel que proponho assumir, sem rasgos verbais, estou contra a política fiscal e social, contra o desenvolvimentismo, o controle da mídia, as invasões, os desrespeitos aos direitos humanos nos países vizinhos apoiados que são pelos nossos apedeutas, vigiarei cada passo na política cambial e monentária e tudo que for feito para aumentar o nosso passivo que já assusta como tragédia, mas ao colocar-me na oposição sigo a trilha da sabedoria, nao a do revanhce ou vingança, oponho-me para que sabedores que ela, a oposição, existe, a situação reflita e reveja seu modelo inadequado e opressor, sem mais, calo-me, mas, atento, oponho-me.