Hoje fomos surpreendidos com a noticia da comitiva de economistas que fez visita, a convite, à nossa presidenta, o ex-ministro Delfim Neto, o ex-presidente do Palmeiras, Beluzzo e o ex-secretário da Fazenda do Governador Mario Covas, Nakano. A minha primeira reação foi de tristeza e agonia, o tema a ser tratado era inflação no Governo do PT e da Dilma, bem, qualquer analise equilibrada e honesta da história recente do país apontaria a irresponsabilidade e a temeridade de convidar esses três senhores para qualquer conversa sobre esse e outros temas econômicos, principalmente se o convite parte de alguém que precisa tomar decisões e precisa de conselhos válidos. Contudo, depois, mais resignado e cansado, passei a reconhecer a importância da visita histórica, a retórica dos três, melhor, dois dois primeiros, é capaz de convencer qualquer um de que estamos no melhor dos mundos e de que temos que aprofundar o corte de juros, o incentivo ao crédito e à demanda interna e que os gastos públicos crescentes devem liderar a retomada dos investimentos para a reeleição já em primeiro turno. A Hidrobrás é apenas o começo de uma quebra de paradigmas pró e re-estatizante, afinal, o mundo precisa de um capitalismo brasileiro de Estado para voltar a crescer, segundo esses grandes economistas de inestimáveis serviços prestados ao país. Imagino as gargalhadas e as piadas em relação aos economistas que pensam diferente e as, impagáveis, intervenções do ministro da Fazenda, uma inteligência vital e fundamental para o novo desenvolvimentismo que vai mudar a vida da classe média, da classe C e dos que abandonaram a estupenda linha de pobreza na casa dos R$ 70,00. Quanta felicidade num encontro só, quanta sagacidade orgânica e citações eloquentes, duas ou três frases espirituosas do e sobre Keynes, uma breve, mas também eloquente alusão a novíssima biografia de Marx e uma recomendação para ler também a biografia do Chávez, tudo entre canapés, tapetes vermelhos, só os pés descalços da anfitriã, bolorentos e sobre a mesa de tampo de vidro transparente, destoavam do tom erudito do encontro dos sábios da República velha. Amanhã acordaremos mais ricos, menos vulneráveis e solenemente felizes, caminharemos para a glória do povo incluído e ungido pelos melhores ventos da suprema sabedoria nostálgica e de rapinas. Afinal é um luxo podermos contar com um conselho de notáveis tão expressivo e articulado, uma glória.
09 abril 2013
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