cabe redizer o mesmo, afinal, todas as memórias são inventadas e não estamos falando de memórias seletivas, falamos do fio d´agua que liga o tempo presente ao passado, qualquer um, fio, ou tempo, passado ou presente, são obras da humana gente que somos ou fingimos ser, mesmo que ouricuri não seja a terra do poeta, a rima na recife dos ratos no centro e da livraria do sete, são alusões da lembrança ou forçosa imagem do desejo de ser lembrado como recifense ou outro ser, de oricuri o trem ruma para o sertão de gilbués ou para a petrolina de juazeiro, prima irmã daquela outra cidade do galo pendurado na torre de raios na igreja matriz, na praça capital, sem querer, inventamos a lembrança, o que nao dizer da replica, do trem, do jogo de bola na alameda, do cercado nas quebradas da ribanceira, de maria mole na areia branca do riacho, entre juritis e siriemas, encontro improvável que só a invenção de uma memória, também ela, inventanda, como o passado de glórias do partido do presidente, ou a trajetória do senador de ourofino, ou a fala do bispo na ladeira dos quatro becos, inventamos a memória para não morrer no dia seguinte, de sem memória ou de falta de glória, sem memória morreriamos precocemente, por isso inventamos a memória do viver, frutapão na calçada alta, pés de café no caminho dos poços ao pé da bica, arvóres tombadas na grota, pipiras soltas, sibilam o teu nome, memórias...
Dean Ball speaks
Há 4 horas
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