A mente descontinua, nas palavras de Dawkins, nao percebe que no salto evolutivo sempre há um passo intermediário e que, entre o sim e o não, há uma leve sensação de inconclusão ou indefinição. Tudo seria bem mais simples se o debate tivesse a dimensão aproximada da dúvida e da prerrogativa do não sei. Em tempos cruéis, real politik do planalto, a insensatez, mantém a sua trajetória de desenganos, antes, todos do outro lado eram culpados a priori, agora, todos os mentirosos e, incredulamente, firmes nas suas manifestações, são fartamente culpados, porém, estranhamente inocentados, poupa-se o rei nu, de suas decisões e escolhas erradas, erráticas e, o que é mais grave, acomodam a vilania da turba que sequiosamente sempre acampanhou o rei nu, descontinuamente, vemos uma instituicao aqui, outra acolá, emitir sinais claros de dois pesos e duas medidas, o que ontem era venal e um motivo para rechaçar o uso da dúvida onde nao havia provas, agora, as provas insistentemente renovadas, são usadas como motivos para a defesa cega e para renovar o sequitarismo e a intransigência, como se o ideário mínimo de justiça só fosse aplicável a uma das partes, à outra, a que nao está do nosso lado, a letra morta da lei, aos que estão do nosso lado, reis ou lobos, apenas o "justo" sinal de silêncio ou a cara pintada, com a tinta da vergonha e da miserável impunidade.
17 agosto 2005
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