10 agosto 2005

Macarrônico, uma auto-crítica.


Uma a uma, as palavras, derretem-se e na água de lindóia, mais do mesmo, mesmo os que, caudatários, revisam a lente de contatos, visceras são expostas, tolos defendem uma mudança qualquer, mesmo que ela, a mudança, venha carregada de uma retórica saudosista de ruptura e substitucionismos, icones da idéia pop do século das trevas, ou dos "extremos", insistem em propor a queda dos juros, como se a queda representasse uma outra queda, dos neoliberais de plantão, por exemplo. Na terra dos cegos quem acusa o bacen, repele o demo, modifica o destino, como se a besta estivesse, maquinalmente, preparando a desgraca alheia. No mesmo ritual, alimentam as curvas das contas públicas, essas que os impostos deveriam conter, mas que apenas rompem mais e mais o limite do aceitável. Senil o estado deles seria, onipresentemente, quase um Caetano, de assombros miméticos, uma viúva sem regras, aboliriam a livre decência e a figura poética, licensiosidades seriam uma falta grave, uma traição revolutiocionária, bom senso e uma prática prudente com as res-públicas uma contra-cultura, condenável, execrável.
Continuo, mesmo que sem a voz do Hirschman, a busca popperiana pelo intervencionimo democrático, regulador que consegue conter a fúria da natureza e o vale tudo por dinheiro, como se as diferenças fossem irrelevantes ou indiferentemente caetanas ou sem cultura, visto de saída, banidas.

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